Regras para os Juízes Eclesiásticos (Arbitrais) na Justiça Divina
Constituirás Juízes e Escrivães (Escribas) para tuas tribos, em todas as Cidades que o Senhor, Teu Deus, te concede;
e eles exercerão com Justiça sua Jurisdição sobre o povo.
Ø Não defraudarás o direito;
Ø Não alimentarás parcialidade;
Ø Não aceitaras presentes, pois o presente, cega os olhos dos sábios e compromete
a causa dos justos.
Procurarás a Justiça, nada além da Justiça, a fim de viver e tomar posse da terra (prometida) que o Senhor, Teu Deus te concede. Deuteronômio, 16:18-20.
O Papel das Testemunhas
Uma testemunha não se apresentará sozinha contra um homem que tenha cometido um crime ou um pecado ou uma falta,
quaisquer que sejam; só se pode proceder à instrução e julgamento, do caso mediante as declarações de duas ou três testemunhas.
Caso se apresente contra um homem uma testemunha falsa acusando-o de transvio, os dois homens que assim se encontrar
em litígio diante do Senhor, Deus, comparecerão diante dos Sacerdotes e Juízes que estiverem em função naqueles dias. Os Juízes
procederão a inquéritos aprofundados; eles descobrirão através das investigações dos peritos que a testemunha é uma testemunha
mentirosa: acusou o seu irmão com fraude. Tratá-lo-eis do mesmo modo como ele pretendia tratar a seu irmão. A justiça seja
executada. Eliminarás o mal do meio de vós. O resto do povo ouvirá falar do caso,
temerá, e assim se deixará de fazer o mal no meio de vós. Não terás pena: vida por vida; olho por olho; dente por dente; mão por mão; pé por pé. Deuteronômio 19:
15-21.
Aqui encontramos o Juiz Natural de Fato, Juiz por um Dia, Juiz Circunstancial e não um Juiz com Função Permanente,
Um Juiz Mediador, Conciliador, Arbitral na Assembléia do Povo de Deus, Yahveh. Juízes de causas civis e penais, mas que buscavam
a Paz e a Imediata Solução dos conflitos da comunidade que se chamavam e conviviam como IRMÃOS. Eram povos irmãos-HEBREUS, hoje, Israelitas.
Por Dr. Kyrillos Alves
A LEI
O
Que é a Lei?
Tratando-se
da “Lei” é bom especificar como a Bíblia se refere a elas, pois existem várias leis e vários significados da palavra
“lei”. A lei pode ser a ordem de eventos estabelecida (lei da luz, som e da relação entre os elementos
químicos). Nesse caso as leis podem ser interpretadas simplesmente como fatos. A lei também pode ser a força causadora
da ordem de eventos (lei da gravidade, de calor, da eletricidade, do pecado, etc.). A lei também pode referir-se àquilo que
obriga à consciência a moralidade. Devido a existência de uma norma há a obrigação de se conformar à ela (à lei moral
que não é escrita, ou qualquer lei escrita que tem uma operação legítima) - Hodge, V.III, p. 259.
Qualquer
que seja a lei, a sua existência implica a existência de alguém que a criou; ou seja, uma inteligência que age voluntariamente
com a finalidade de alcançar um propósito. A perfeição das leis naturais (tanto a ordem quanto a força que impulsiona a ordem
e aquilo que obriga a consciência à moralidade) revela a perfeita natureza desta inteligência (Rom 7:12; I Ped 1;15,16). Pelo
fato de algum poder promulgar uma lei vê-se a autoridade tanto requerendo obediência quanto castigando qualquer desobediência.
Em
todos os casos a “lei” é um princípio que age uniformemente, segundo princípios, como doutrina, que podem ser
escritos ou não servindo como padrão de crença e ação.
As
Leis na Bíblia
Nas
Escrituras, o uso da palavra ‘lei’ revela uma manifestação da vontade de Deus (Salmos 40:8). Em hebraico, ‘lei’
significa instrução (traduzida como ‘ensinamento’ em Provérbios 1:8) e, em grego, a palavra ‘lei’
significa costume ou aquilo que rege a conduta do homem (Hodge, Vol III, p.265).
• A Bíblia - regimento moral por escrito - Salmo 1:2; 19:7-10; 119. “Não seria esta a lei da natureza, que foi escrita no coração inocente de Adão, o qual agora é prejudicado
pelo pecado, e tem se tornado imperfeito e insuficiente para alegrar o homem ou guiá-lo à felicidade verdadeira; nem pela
lei de Moisés que condena, e opera a ira, acusando o pecado, fazendo-lhe culpado, amaldiçoado e condenado à morte; e portando,
não pode alegrar o pecador iluminado, a não ser que esse esteja nas mãos de Cristo, e cumprida por ele, a Quem a lei aponta;
e sendo que está escrito no coração do homem regenerado, quem, sendo regenerado, se alegra pelo homem interior, e lhe serve
com o seu espírito: mas, são as Escrituras, todas que foram escritas na época de Davi; particularmente os cinco livros de
Moisés, que têm o nome da Lei e O Testamento do Senhor; as quais, sendo inspiradas, eram proveitosas e boas para serem lidas,
e ouvir as suas explicações; e como eram o gozo de Davi e dos homens do seu concílio (Sal 119:24); também são o gozo de todo
o homem bom, tendo nelas muito que se refere ao Messias, a sua graça e reino (Lucas 24:44; Atos 26:22,23). Também, a palavra
“lei” em hebraico significa ‘doutrina’, e pode significar doutrina evangélica, como em Salmos 19:7;
o Salmo que fala acerca da doutrina dos apóstolos que foram pelo mundo e nesse sentido é usada em Isaías 2:3; 42:4; a doutrina
do Messias, que é O Evangelho; e é o mesmo que a lei, ou a “lei da fé” (Rom 3:27). Pode ser chamada da doutrina
do Senhor, pois Ele é o seu autor; veio dEle, Ele revelou-a; e Ele é o seu objetivo; concerne a Ele, a Sua pessoa, oficio,
graça e justiça; aquela parte publicada no tempo de Davi, foi um som maravilhoso, trazendo boas notícias e boas novas, prazer
para todo o homem bom” (Gill, Online Bible, Comentário sobre o Salmo 1:2). Pelo seu efeito na vida do homem a Bíblia
é chamada de a “lei da liberdade” (Tiago 1:25).
• Lei da beneficência - regimento moral - Provérbios
31:26.
• Lei da fé - regimento moral que se baseia no
que está escrito - Rom 3:27. Essa lei é “a doutrina da justificação do pecador pela fé, na justiça de Cristo.”
(Gill). Efés 2:8,9.
• Lei da justiça - regimento moral - Rom 9:31.
• Lei de Cristo - regimento moral - Gal 6:2.
Essa lei é: “a lei de amar uns aos outros (João 13:34,35) qual é oposta à lei de Moisés, da qual os Gálatas judaizares
gostaram muito, e pela qual os discípulos de Cristo podem se distinguir dos que são de Moisés, ou de outros. ... é o Seu novo
mandamento, que Ele capacitou e autorizou pelo Seu próprio exemplo a morte, pelo seu povo, e qual, pelo Seu Espírito, escreve
em os seus corações” (Gill).
A Lei de Cristo tem o mesmo regimento moral da “Lei de Deus”. O qual motiva a mudança
de nome, de Lei de Deus para Lei de Cristo é o seu manejo, pois a Lei de Deus não relaciona mais Criador e criatura mas Salvador
e salvo (Pink).
• Lei de Deus - regimento moral - Os anjos pecaram
antes do homem. O pecado constitui-se da “iniquidade” (I João 3:4;5:17) e a iniquidade é definida pelo grego como
sendo 1) a condição de estar despojado devido a ignorância ou a sua violação 2) repúdio ou violação da lei, impiedade (Strong’s,
# 458 anomia). A Bíblia sempre traduz essa palavra grega como iniquidade (Mat. 7:23; 13:41; 23:28; 24:12; Rom 4:7; II Cor
6:14; II Tess 2:3, 7; Tito 2:14; Heb 1:9; 8:12; 10:17; I João 3:4) ou maldade (Rom 6:19, Concordância Fiel). Em I João 5:17
essa palavra traduzida como “iniquidade” vem de uma palavra grega (Strongs, #93 adikia) que significa injustiça,
1) de um juiz
2) de coração ou vida ou
3) ação que viola a lei e a justiça.
O fato que os anjos pecaram revela-nos que eles também estavam sujeitos a uma lei. Pela natureza
da punição entendemos que tratava de uma lei moral e espiritual (Judas 6, “reservou em escuridão e em prisões eternas”).
Essa lei é santa e constituída segundo a verdade. Essas qualidades são atributos de Deus. É essa lei que está escrita no coração
dos gentios (Rom 2:1-16), os quais não tinham a lei de Moisés. Essa lei é um regimento moral (Rom 7:22,25; 8:7; Neemias 10:28),
foi incorporada pela Lei de Moisés (Neemias 10:29) e ainda continuou a existir mesmo depois de Cristo ter cumprido a Lei de
Moisés (Rom 7:6,22,25). A “Lei de Deus” pode referir-se também à Palavra de Deus (Josué 24:26).
• Lei de Moisés - regimento por escrito –
Essa Lei não se originou em Moisés, mas foi transmitida através dele (Neemias 8:14; João 1:17; 7:19). A lei de Moisés engloba
o Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia) e é chamada a Lei do Senhor ou de Deus por ser Deus o seu autor (Isa 5:24;
Neemias 8:8,18; II Reis 10:31; II Crôn 12:1; Luc 23:24,29). Recebe o nome de a “Lei da verdade” (Mal 2:6), “Lei
dos pais” (Atos 22:3), “Lei dos mandamentos” (Efés 2:15) e “Lei do mandamento” (Heb 7:11) por
revelar seu atributo, sua natureza e a quem foi dada. Em Romanos 9:31 a lei de Moisés é chamada a “lei da justiça”,
porque: “o conteúdo dela é justiça, e também a sua natureza; e porque obediência perfeita à ela é justiça” (Gill).
Veja também a seção ‘O Decálogo e a Lei’.
• Lei do Espírito - regimento moral - Rom 8:2.
“ é chamada “lei” por se tratar de uma doutrina, possui uma ordem e como uma corrente, tem elos de verdades,
e tem o mesmo significado da palavra hebraica e às vezes é usada em referência ao Evangelho (Isa 2:3; 42:4; Rom 3:27). Pode
ser chamada a lei ou a doutrina “do Espírito”, porque o Espírito é o autor do Evangelho, e é Quem O capacita fazendo
que Ele seja eficaz para o bem nas almas. Pela doutrina, O Evangelho, através do Espírito de Deus, é transmitido ao coração;
e a substância da doutrina são as coisas espirituais trata-se da “lei do Espírito da vida” pois essa lei descobre
o caminho da vida e salvação por Cristo; é o meio de vivificação dos pecadores mortos; e opera neles fé, pela qual vivem em
Cristo” (Gill).
• Lei do Governo Civil - regimento por escrito
- Daniel 6:8; Rom 13:1-7; Ezra 7:26; Esser 4:11. Lei dos judeus, Atos 25:8
• Lei do meu entendimento - regimento moral -
Rom 7:23. O John Gill diz sobre essa lei: “querendo entender que a “lei do meu entendimento” é. É a lei
de Deus escrito na sua mente na conversão, aquela que era gozo para ele, e a serviu com o seu entendimento, que foi renovado
com o Espírito de Deus; ou é a nova natureza nele, o princípio de graça que foi operado no seu entendimento, e chamada “a
lei” por que era o princípio que governa ...”
• Lei do pecado - regimento imoral - Rom 7:23,
25; 8:2
• Lei dos Pais - regimento moral - Provérbios
3:1; 4:2; 6:20,23; 7:2: Lei da mãe - Prov 1:8; 6:20.
O Decálogo e A Lei de Moisés
A Bíblia, ao referir-se a lei de Moisés, não faz distinção entre lei “moral”, “cerimonia”
ou “civil” mas somente: “lei”, “lei do Senhor” e “lei de Moisés”. Sendo assim
podemos entender que o chamado, popularmente, “O Decálogo” é apenas parte da lei, não “a lei” em si.
Há muitos que querem distinguir o decálogo como sendo a parte mais importante da lei, a parte moral, e as outras partes, as
cerimônias ou civis, inferiores. Essa distinção popular não é bíblica. O decálogo, os dez mandamentos, não são a única moral
contida na lei, porém, é parte do que foi dado a Moisés, no monte, escrito pelo dedo de Deus, e, é parte do que foi dado pela
inspiração e escrito pela mão de Moisés (Canright).
Deve ficar claro que a lei tem as partes morais, cerimônias e partes civis. Essas partes, em si, não são distinguidas
como sendo maiores ou menores que a “lei”, mas, contrariamente, a própria lei. A parte cerimonial (sacrifícios)
é chamada “lei” (Lucas 2:27). A parte moral é chamada “lei” (I Timóteo 1:9). A parte civil é chamada
“lei” (Atos 23:3).
A Bíblia refere-se à lei como sendo os cinco livros do Pentateuco. A expressão “A Lei”, na Bíblia,
geralmente refere-se a Lei Mosaica, ou ao Pentateuco” (Dicionário Smith, citado por Canright). Podemos compreender isso
melhor comparando os demais livros da Bíblia com o Pentateuco. Dessa forma ficará fácil enxergar o Pentateuco como sendo a
lei. Gênesis é a lei (I Coríntios 14:34; Gênesis 3:16); Êxodo é a lei (Romanos 7:7; Êxodo 20:17); Levítico é a lei (Mateus
22:39; Levítico 19:18); Números é a lei (Mateus 12:5; Números 28:9) e Deuteronômio é a lei (Mateus 22:36, 37; Deuteronômio
6:5).
As Limitações da Lei
Existe limitações importantes na lei. Esse assunto é uma importante consideração para os que querem depender
da lei para a sua justificação eterna ou mesmo para os que usem a lei como modelo de vida. O que diz a Bíblia sobre a lei?
Ela nos mostra que ela é limitada, por isso aponta a Cristo Quem é perfeito e o único que pode nos aperfeiçoar.
A Lei não pode:
• nos justificar, mas Cristo pode - Atos 13:38,39; Gal 2:16
• nos livrar do pecado e da morte , mas Cristo pode - Rom 8:2,3. A falha não está na
lei mas na carne.
• nos livrar da condenação, mas Cristo pode - Rom 8:1-4
• nos livrar da maldição, mas Cristo pode - Gal 3:10-14
• nos remir, mas Cristo pode - Rom 3:24-31; Gal 3:13,14
• nos dar herança, mas fé em Cristo pode - Rom 4:13,14
• nos aperfeiçoar, mas Cristo pode - Heb 7:19, 25; 10:1-10
• controlar o pecado no homem, mas Cristo pode - Rom 7:7-25; 8:2
• capacitar o homem à obediência, mas Cristo pode - Heb 7:18; Fil. 4:13
Não
devemos achar, pelas limitações citadas, que a lei não é boa ou que não teve utilidade nenhuma. Ela é útil mostrar a necessidade
do homem ser santo para chegar às bênçãos de Deus e por isso foi chamada a “lei da justiça” (Rom 9:31). Pela lei
sabemos que somos pecadores (Rom 7:7) e que Deus é santo pois “a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.”
(Rom 7:12). Todavia ela rege sobre o homem que é carne (Rom 8:3), incapaz (Rom 8:7,8), morto em pecados e ofensas (Efés 2:1).
Portanto a lei é limitada pela impiedade do pecado existente no homem. É essa limitação que revela a necessidade
de um salvador. Assim é apontada a pessoa de Cristo (Gal 3:13). O pecador, pela fé em Cristo, tem a justificação que a lei
não pode trazer devido a fraqueza da carne (Rom 8:3,4; Gal 3:21,22). Está em Cristo?
A Natureza da Lei de Moisés
• A Israel, Nacional - Êx. 19:3, “Assim
falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel” (Rom 9:4,5)
• Secundária - A promessa veio em primeiro lugar;
a lei veio depois. Cristo foi prometido como Salvador (Gên. 3:15) e a Abraão foi prometido ser uma grande nação (Gên. 12:1-3)
antes que a lei foi dada. É estimado que a primeira promessa de Cristo veio uns dois mil anos antes de Abraão. Sabemos que
de Abraão até a lei foram quatrocentos e trinta anos (Gên. 15:13; Êx. 12:40; Gal 3:17). A lei foi dada uns mil e quinhentos
anos antes de Cristo (Bíblia Vida). A promessa de Cristo foi primeira e não foi invalidada pela lei de Moisés (Gal 3:16-18).
Fé em Cristo é maior da lei (Gal 3:26-29).
• É Servidão - A lei de Moisés rege pelas obras
e quem se submete à ela, é obrigado a viver por ela (Gal 3:12). Gálatas 4:21-26 descreve a diferença entre as obras da lei
e a fé em Cristo. Uma é para servidão (a lei) e outra para liberdade (a promessa, Cristo). Pela assembléia em Jerusalém Paulo
estabelece, quem está em Cristo é livre das obras da lei (Atos 15:1-10).
• Temporária - A lei tem as suas qualidades gloriosas
(ver a seção “O Propósito da Lei de Moisés”) mas, permanência não é uma delas (II Cor 3:11). Quando o propósito
da lei fosse cumprido terminaria a sua existência (Gal 3:23-25). Por Cristo ser maior que a lei, ela foi abolida quando Cristo
morreu (Lucas 23:45; Heb 6:19; 9:3; 10:20; Col 2:14-17; II Cor 3:16,17).
• Simbólica - A lei mostrava “as sombras
das coisas futuras” (Col 2:17; Heb 10:1) que eram “celestiais” (Heb 8:4,5). O proveito do estudo da lei
é pelo conteúdo dela mostrando as coisas futuras e celestiais (Cristo).
• Imperfeita - O que limitou a lei era a fraqueza
do homem por causa do pecado (Rom 8:3,4). É nesse entendimento que a lei é repreensível (Heb 8:7-13; Jer 31:33,34), imperfeita
ou algo que se pode tornar velho. Se pode envelhecer ao ponto de precisar uma Nova Aliança, é imperfeita. A lei não pode fazer
ninguém perfeita (Rom 3:20), mas, pela Nova Aliança (Cristo) vem a perfeição (Col 2:9-12). A imperfeição e a limitação da
lei é entendida em que ela não pode tirar os pecados (Heb 10:4). O que é perfeito é Cristo (II Cor 5:21) e pela fé nEle vem
a justificação (Gal 3:24; Rom 5:1,2; 8:1,2) e todas as bênçãos celestiais (Rom 4:13,14; 8:17; Efés 1:3).
• Terrena - A Lei cuidava do homem somente enquanto
estava no mundo. Não dava esperança de receber galardões futuros (celestiais) ou de escapar a maldição eterna. Existia bênçãos
enquanto obedecia ou maldição se desobedecia, mas, essas bênçãos ou maldições eram recebidas em vida na terra (Deut 28). Não
trouxe vida ou morte eterna, mas, prometia condenação (II Cor 3:7-11). A lei não é da fé (Gal 3:12). A fé nos dá herança na
salvação (Efés 2:8,9).
O
Propósito da Lei de Moisés
• A Lei de Moisés mostra principalmente como Deus é santo (Rom 7:12
- Crisp). Ela reflete a santidade de Deus e que o homem que quer chegar a Deus deve ser obediente em tudo e limpo de toda
imundícia. Nisso se entende a natureza santa de Quem deu a Lei de Moisés. Pela lei estipular um “Não” à qualquer
coisa (Êx. 20:10, 13-17), a sua moralidade é vista. Os absolutos morais estão estabelecidos e conhecidos pela lei. Aquele
que não responda favoravelmente a eles é condenado e aquele que responda favoravelmente é abençoado. Essa lei santa e moral
de Deus é o que está escrito nos corações de todos os povos (Rom 2:14-16). Quando se considera o sofrimento que era necessário
para Cristo padecer (Luc 9:22), as feridas reais que Cristo levou (João 19:1-30) e como Deus moeu o Seu Unigênito (Atos 2:23;
4:27,28) pode entender um pouco mais a santidade de Deus. Levou tal sacrifício para lavar o pecador ao ponto de chegar a Deus
(João 14:6). A Lei, pela sombra dos bens futuros (o sacrifício de Cristo) revelava essa santidade de Deus (I Ped 1:16).
• Além de mostrar a santidade de Deus o propósito da Lei de Moisés era reger a nação de Israel civicamente
(Deut 4:14; 5:1-3; Malaquias 4:4; Rom 9:4;). Até Sinai, Israel era misturada entre as outras nações e sujeitas às leis daquelas
nações. Com o povo de Israel saindo do Egito, pela mão de Moisés, e caminhando para a sua terra prometida, Deus os preparou
para ter as suas próprias leis civis como uma nação separada de todas as demais. Por isso a Lei de Moisés é nacional, secundaria,
a servidão e terrena (Veja a seção: Natureza da Lei de Moisés). Ela era para governar Israel civicamente como uma nação teocrática
(Êx. 20:2-7, “Eu sou o SENHOR teu Deus”). A lei moral e espiritual que existia antes de Moisés continuava pela
Lei de Moisés e continua até hoje (Mar 12:28-34, “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração ... e ... Amarás
o teu próximo como a ti mesmo”).
• A Lei de Moisés foi dada para o homem entender a iniquidade do pecado e restringi-lo do pecado (Rom 5:13,20;
7:12,13). A Lei de Moisés não foi dada para o homem justo. O homem justo já obedecia a lei de Deus que é espiritual e moral,
e, assim, cumpria tudo o que uma lei civil podia pedir. Coincidentemente, quem cumpria a lei espiritual e moral também cumpria
os princípios do evangelho do Novo Testamento. A Lei de Moisés foi dada para o homem injusto (I Tim 1:9-11; Gal 3:19). Qanto
mais a Lei de Moisés for aplicada mais o homem se vê transgressor (Rom 7:13).
• A Lei de Moisés aponta ao Salvador, Jesus Cristo. O homem, pela lei, se viu pecador maligno (Rom 7:13-17),
e, como pecador, deve se ver fraco e uma pessoa condenada necessitando um salvador. O Salvador a qual a lei aponta é Cristo
(Gal 3:24,25; João 1:29; Heb 10:1-10). Qanto mais a Lei de Moisés condenava, mais é vista a graça de Deus em Jesus (Rom 5:20).
Portanto,
não há perigo nenhum pregar a Lei de Moisés em todas os seus propósitos. A santidade de Deus será entendida, o equilíbrio
das leis cívicas serão aceitas, a impiedade do pecado será estabelecida e a graça de Deus será fortemente declarada. O que
não precisa ser feita é usar a lei pelo propósito da qual ela não foi entendida (nos justificar).
O
Uso da Lei nos Dias Atuais
Aquele
que Deus é influi naquilo que Ele faz e deseja. Ele não pode agir contra o Seu próprio desejo ou natureza (Heb 6:17,18). Por
Deus ser perfeito e eterno, Ele tem um eterno propósito ou decreto (Rom 8:28; Efés 3:11, “eterno
propósito”). Deus não tem vários planos temporários mas um plano que Ele revela em maneiras diferentes pelos séculos.
Também por Deus ser santo (I Sam 2;2; Isa 6:3), Seu propósito eterno é perfeito e santo. Por isso
Deus não precisa de um plano de reserva pois o propósito (usado no singular) é perfeito. Pela vontade santa e eterna, Deus
faz todas as coisas (Efés 1:11). Do começo da eternidade até o fim da eternidade todas as coisas que venham
a acontecer são pela vontade de Deus. A santidade de Deus e a Sua qualidade de ser eterno indica que Deus nunca mudará (Mal
3:6). Por isso o Apóstolo Paulo escreve aos Romanos que “tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito”
(Rom 15:4). Se a vontade de Deus não muda, o Seu eterno propósito é santo e perfeito, e, se as Escrituras Sagradas foram produzidas
para o nosso ensino; então há uso da Lei de Moisés ainda nos dias atuais. As cerimonias, estatutos, julgamentos e princípios
da Lei de Moisés são proveitosas e boas, se usadas “legitimamente” (I Tim 1:8).
Pela
Lei de Moisés somos ensinados que Deus é soberano (Deut 6:4; Êx. 20:1,2). Por Deus ser o soberano criador Ele tem direito
de ser adorado singularmente por todos (Apoc 4:11; Sal 86:9). Por Deus ser santo Ele tem merecimento de ser adorado como o
Soberano (Apoc 15:4). Por Deus ser soberano Ele tem a dignidade e poder para ser temido por todos (Sal 89:7; Luc 12:5). A
Lei de Moisés mostra que Deus é soberano (Êx. 20:1-3) e por isso é proveitosa a lei ainda hoje.
A Lei
de Moisés nos instrui que o soberano Deus deseja ser glorificado acima de tudo (Êx. 20:2-7). Deus é glorificado pela
obediência rígida da sua lei (Num 20:12; Lev 10:1-3; Ecl 12:13). Se olhássemos à Lei de Moisés para entendermos que Deus é
zeloso (Êx. 20:5; 34:14; Deut 4:23-26) seremos sábios. Essa sabedoria é pela instrução da Lei de Moisés e assim revela que
a lei é benéfica para hoje.
Pela
Lei de Moisés devemos ser conscientizados que Deus é santo. Se Deus é santo, a Sua lei é também (Neemias 9:13; Rom
7:12). Pela santidade da lei, Moisés anima o povo a obedecer a lei e amar Deus como Soberano (Deut 4:8). O Salmista nos diz
que a “lei do SENHOR é perfeita” e por isso guardar a lei traz “grande recompensa” (Sal 19:7-11).
A santidade de Deus é razão suficiente a procurar proveito na Lei de Moisés ainda hoje.
Pela
Lei de Moisés percebemos que o homem é impiamente pecaminoso. O proposto da lei é revelar ao homem que ele é pecador
por transgredir o desejo do Deus soberano e santo. Sem uma lei, não há transgressão (Rom 7:8, “sem a lei estava morto
o pecado”) mas com esse ‘conjunto de normas’ (o significado da palavra ‘lei’ segundo o dicionário
Aurélio) o pecado é entendido em toda a sua malignidade (Rom 7:9,13; I Cor 15:56; Tiago 2:9). O homem que usa a lei para se
conhecer, será convencido que ele é um transgressor diante de Deus. Esse que usa a Lei de Moisés como um espelho entenderá
que o Deus soberano e santo é justo em derramar toda a Sua santa ira sobre homem transgressor (João 3;36). Se a Lei de Moisés
mostra o homem como ele é verdadeiramente conhecido diante de Deus (Sal 14:3,4; 53:2,3; Rom 3:10-23) e se o homem ainda é
pecador nos dias atuais, a Lei de Moisés é proveitosa agora.
Pela
Lei de Moisés entendemos a justiça de Deus. O delito, mesmo que seja mínimo, tem que ser retificado pois aquele que
“tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tiago 2:10). Mesmo que haja perdão com Deus, a lei é clara
que “ao culpado não tem por inocente” (Êx. 34:7; Naum 1:3). A santidade e a perfeição de Deus pede a condenação
do pecado e o poder de Deus garante a aplicação dessa condenação. Sem a Lei de Moisés revelando a justiça de Deus, a própria
ira de Deus derramada em Cristo e a razão do Evangelho têm menos sentido. Se a justiça de Deus não seja percebida, o pecador
terá uma compreensão menos clara da sua impiedade. A Lei de Moisés ensina que somente pelo sangue existe remissão (Heb 9:22).
Sem a observação exata requerida pela lei a alma pecadora seria “extirpada do seu povo” (Lev 7:20,21; 18:29; 20:18;
Num 15:30). Pela Lei de Moisés revelar a justiça de Deus claramente e pelo homem ser ainda pecador, o proveito da Lm é evidente
para os dias de hoje.
Pela Lei de Moisés entendemos a eqüidade nas leis civis. É verdade que a Lei de Moisés serviu para a nação
de Israel literalmente (Deut 6:4, “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR”). Mas nem por isso a lei
não é proveitosa para outras nações. Quando as leis civis tomam a Lei de Moisés como exemplo, a justiça reinará abertamente.
Mais perto uma nação esseja aos princípios da Lei de Moisés menos tolerante às tolices em todos os níveis da sociedade fica.
Ainda é uma verdade que a nação cujo Deus é o SENHOR, é bem aventurada (Sal 33:12). A lei pede amor uns aos outros (Rom 13:8-10;
Gal 5:14; Tiago 2:8), salário justo para quem trabalha (I Cor 9:7-10), posição de submissão das mulheres diante dos homens
(I Cor 14:34) e o respeito que filhos devem ter para com os pais (Efés 6:1-3). O tratamento da Lei de Moisés diante do criminal,
o pobre, o desamparado, o surdo e o cego, a higiene, o casamento, os empregados, o comercio, etc., faz sentido para qualquer
povo. A tendência do homem é se afastar de Deus em vez de reter os Seus princípios santos e assim trazer para ele em particular,
e à sua sociedade em geral, o fruto da carne (Gal 5:19-21). A eqüidade civil que a Lei de Moisés promove faz com que ela seja
proveitosa nos dias de hoje.
Pela
Lei de Moisés compreendemos que Deus é gracioso. As lavagens, consagrações, holocaustos, ofertas e os princípios da
lei tudo apontam à santidade de Deus e como um homem pecaminoso pode se aproximar a esse Deus santo. A Lei de Moisés, pelas
sombras e simbologia dela, apontava os “bens futuros” (Heb 10:1) que é o Cristo Jesus. A lei providenciou a remissão
dos pecados assim mostrando a graça de Deus em fazer salvação. Mas a remissão que agrada Deus é somente pelo sangue (Heb 9:22).
Por a lei apontar a Jesus João Batista, quando viu a Jesus, que vinha para ele, disse, “Eis o Cordeiro de Deus que tira
os pecados do mundo” (João 1:29). As Escrituras apontam exclusivamente a Cristo como sendo o sacrifício verdadeiro que
as sombras da lei apontavam (Heb 9:23-28; I Ped 13-23). Enquanto a lei mostra a abundância do pecado no homem, ela também
revela a graça de Deus que superabunda por Jesus Cristo (Rom 5:18-21). Por causa da Lei de Moisés revelar claramente a graça
de Deus em Cristo ela é proveitosa em qualquer tempo.
Já se
julgou pecador culposo pela lei justa de Deus? Já clamou pela misericórdia de Deus? A Sua misericórdia é vista claramente
no Seu filho Jesus Cristo. Pede perdão pelos seus pecados dependendo de Cristo como o sacrifício suficiente que Deus deu para
todo pecador que se arrependa verdadeiramente. Não busque a sua própria justiça em qualquer outro plano, crença ou pessoa.
Somente por Cristo temos a plena justiça de Deus (I Cor 3:11; II Cor 5:21).
CONSIDERAÇÕES
ESPECIAIS SOBRE A LEI
A
Vida Cristã e a Lei de Moisés
Há utilidade
da Lei de Moisés para o crente que está esperando em Cristo para toda a sua justificação? A liberdade Cristã é libertinagem
Cristã? Devemos ou não obediência à Lei de Moisés? Se passou a Lei de Moisés, existe uma lei para o crente nos dias atuais?
Se não passou a Lei de Moisés devemos ainda respeitar a cerimonia que a lei pede?
Pela
Palavra de Deus podemos afirmar que o crente não tem mais uma obrigação à Lei de Moisés. A Lei de Moisés era à nação de Israel
e não ao gentil. A lei era simbólica e não o atual. A lei era temporária apontando ao eterno: Jesus Cristo. Cristo cumpriu
a lei sendo aquele que a lei simbolizava e apontava (Gal 3:24,25). Pela fé em Cristo, e não pela lei, o crente tem a justiça
de Deus (Rom 3:21-24; II Cor 5:21), paz com Deus (Rom 5:1,2), vida eterna (João 3:16; Rom 6:23; Efés 2:1), uma herança incorruptível
(Rom 8:16,17; I Ped 1:3-9), bênçãos eternas (Efés 1:3) e capacidade de agradar a Deus nesta vida terrena (Fil. 4:13; Tito
2:12-14). A Lei de Moisés cumpriu o seu propósito.
Ao mesmo
tempo que afirmamos que o crente não tem obrigação à Lei de Moisés, devemos entender que o Cristão tem uma lei sobre ele.
O crente não está sem lei. Mesmo que Cristo é toda a justiça para o crente ainda há lei sobre o Cristão. A diferença está
qual lei rege sobre o Cristão e não se tem ou não tem uma lei. O soberano Deus não muda (Malaquias 3:6; Tiago
1:17) e podemos saber que desde o princípio, mesmo antes do pecado, Deus estipulou a lei que regia (Gên. 1:26; 2:17). Depois
que Cristo cumpriu a lei (Mat. 5:17; João 19:30), e nisso, desfez, a lei dos mandamentos (Efés 2:15), a “justiça da
lei”, que era incorporada na Lei de Moisés, agora rege no crente. O crente pratica essa “justiça da lei”
(que é igual à “lei de Cristo” - I Cor 9:21) pelo Espírito que está nele (Rom 8:3-5). É o Espírito Santo que leva
o crente à santidade e, por causa da presença dEle, o crente deve e pode deixar o pecado (Efés 4:17-32; Prov. 4:18; I João
2:1-7; 3:1-11).
Não
há obrigação, ou servidão, nesta lei de Cristo. Todavia há uma boa lógica de bom senso que afirma que na presença da lei há
uma racionalidade de amor que ensina o nosso dever espiritual (Rom 8:12-16;12:1-3;6:17,18; Col. 3:1-25). A importância desta
“lei de Cristo” (I Cor 9:21) não é que ela é a nossa justificação diante de Deus, mas, que por ela, os Cristãos,
andem em santificação diante dos homens para serem tessemunhas para glória de Deus (Rom 6:22; 8:4; Mat. 5:13-16; Atos
1:8).
A
Lei e a Graça
João
1:17, “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.”
Por
causa de João 1:17 um pensamento surge que sugestiona a lei e a graça são dois sistemas separados e contrários ou contraditórios
de um e outro. Há confusão sobre se antes do tempo de Cristo ministrar na terra existia a graça de Deus. A força da dúvida
pode até sugestionar a salvação no Velho Testamento era pelas obras da Lei de Moisés e no Novo Testamento a salvação é pela
fé em Cristo.
A verdade
é que com Deus “não há mudança nem sombra de variação” (Tiago 1:17; Mal 3:6; Heb 1:11,12; 13:8). Em qualquer época,
a verdade eterna é: se existe salvação existe a graça de Deus. Sem a graça de Deus não há salvação (Efés 2:8,9). Disso podemos
entender, se houve salvação no Velho Testamento, houve graça também.
A graça
que veio por Cristo não foi para destruir a lei ou os profetas, mas para a cumprir (Mat. 5:17). Pela fé em Cristo Jesus a
lei é estabelecida porque a lei simbolizava a graça e apontava a Ele (Rom 3:21-31). O fim, quer dizer o alvo, propósito, finalidade
ou objetivo (“fim” no grego # 5056, Strong’s), da lei era Cristo (Rom 10:4) e não contraria a Ele. A lei
sempre estava no coração de Cristo e Ele a amava pois a Lei revela o desejo de Deus (Sal 40:6-8; Heb 10:3-12). A Lei de Moisés
e a graça por Cristo não são opostos, mas, duas partes de um mesmo sistema (citação de Dr. McNichol por Pink, p. 3). A lei
apontou a Cristo, e, Cristo cumpriu a lei (Gal 3:21-26).
O que
precisa ser estabelecida na vida não é a cerimonia da Lei de Moisés mas Cristo Jesus pela fé.
Na verdade,
o Velho Testamento é cheio de graça e o Novo Testamento é cheio de lei. A lei simbolizava a graça pela cerimonia dos holocaustos
e oblações e Cristo é a graça de Deus da qual a lei simbolizava (Heb 10:1-10). A graça veio, não em oposição à lei, para oferecer
outro plano, mas para satisfazer os requisitos da lei e mostrar por Quem as suas obrigações estão cumpridas. Por isso João
1:17 estabelece que a verdade (o atual a qual a lei apontava) veio por Jesus Cristo (Gill). O crente em Jesus Cristo cumpre
tudo que a lei apresenta quando vive pelo Espírito para a honra de Deus por Cristo (Rom 8:4; Gal 5:16-18; 6:14-16).
A
Letra da Lei e o Espírito da Lei
Romanos
7:6, “Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos
em novidade de espírito, e não na velhice da letra.”
II Cor
3:6, “O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a
letra mata e o espírito vivifica.”
Como já tem sido estabelecido, Deus não muda (Tiago 1:17; Mal 3:6; Heb 1:11,12; 13:8). A intenção de Deus sempre
é ser visto e amado como Deus. A primeira aliança, com Abraão (Gên. 17:7-9) tinha a finalidade de Deus ser posto por Deus
entre o Teu povo. O SENHOR comunicou ao profeta Jeremias esse mesmo desejo (Jer 9:23,24) assim revelando o intento de Deus
ser amado e louvado como o único vivo e verdadeiro Deus (Deut 6:4,5; Mar 12:29,30; Isa 45:22-25). Quando Jesus ensinou os
discípulos a orarem ensinou-os a amar e louvar o Senhor Deus (Mat.. 6:9-13). A própria vida de Jesus declara claramente como
amar a Deus (João 5:30; 17:4).
Como
temos estudado (veja as Limitações da Lei e O Propósito da Lei) a lei veio, entre outros aspectos, revelar ao homem o seu
estado de pecador e que o pecado se fizesse excessivamente maligno, ou seja, a completa falta da glória de Deus (santidade)
diante de um Deus Santo (Rom 7:7-13).
Se qualquer
olhar à letra da lei (o que é escrito) como uma finalidade em si, quer dizer, crer que não existe uma intenção maior na lei
além de ser obedecida exteriormente à risca, o espírito da lei (o que a lei intenta) será perdido e ficará desobediente à
lei (Rom 2:25-29).
A
Letra da Lei
A verdade
que devemos entender plenamente é que pela letra da lei somos mortos ao intento da lei, ou ao espírito da lei (Gal 2:19).
A letra
da lei (a cega obediência à todas as cerimonias) mata (II Cor 3:6) pois pelas obras da lei o pecado é conhecido e somos convencidos
excessivamente malignos (Rom 7:6-13). Pela observação de tudo o que a lei diz (a letra) o pecado é conhecido (Rom 3:20) e
entendemos a devida posição nossa sob a ira de Deus (Rom 4:15; João 3:36). A observação das obras da lei (a letra da lei)
leva à maldição e nunca pode nos livrar dela (Gal 3:10,11).
O
Espírito da Lei
O espírito
da lei (a intenção da lei) é fé em Cristo (Gal 3:23-29) e pela fé Deus é glorificado com a adoração devida (João 4:23,24).
O espírito da lei é a “justiça da lei” (Rom 2:26), a obediência da lei no coração (Rom 2:29) o qual Deus aprova.
Pela fé em Cristo e pela nova criatura que vem por Ele (II Cor 5:17) os que entraram no espírito da lei são livres da letra
da lei, pois, a letra já os matou e os conduziu a Cristo (Rom 8:2; Gal 2:20).
Os
Crentes em Cristo
Os crentes,
pela fé em Cristo, pelo Qual observam o espírito da lei, são determinados a circuncisão verdadeira (Fil. 3:3; Rom 2:25-29).
Sirvam “em novidade de espírito” e não mais na “velhice da letra” (Rom 7:6; II Cor 3:6).
As cerimonias
da lei (a letra) não estão mais em força sobre o crente, mas o intento da lei (o espírito) é, e, sempre será. Se os crentes
não guardam as cerimonias exteriores da letra da lei (guardar o sábado, respeito da alimentação permitida e as outras milhares
regras da lei) mas, de todo o coração amam Deus e seguem o espírito da lei que é a palavra e o exemplo de Cristo (dia do Senhor,
submissão a Deus, ser santo) cumprirão o desejo eterno de Deus (João 4:24).
Os que
andam em Cristo são da semente de Abraão quem, pela fé, ainda na incircuncisão, creu naquele que justifica o ímpio, Jesus
Cristo (Rom 4:1-17). Como Abraão obedeceu o espírito da lei pela fé (para que seja da graça, v. 16) e foi justificado diante
de Deus, hoje, os que crêem em Cristo pela fé (para que seja da graça, Efés 2:8,9) também são justificados diante de Deus.
Você
está submissa à letra da lei (as obras) que mata e mostra a necessidade de ser salvo pela graça de Deus, ou, está já confiando
no espírito da lei (a fé em Cristo para agradar a Deus) que vivifica (Rom 8:4-11)? A sua submissão a Deus de coração está
vista pela sua tessemunha pública de uma vida limpa pelo mundo afora? Eis o espírito da lei.
Conclusão
Pelo
estudo da Lei de Moisés entendemos melhor o que significa a palavra ‘lei’ e de quantos tipos existem na Bíblia.
Estudamos as diferenças destas leis mencionadas na Bíblia para que o servo de Deus maneja melhor a Palavra de Deus. Até o
decálogo foi comparado em relação a lei para compreender que ele, em si, não residia a totalidade da lei mas era parte da
lei.
As limitações
da Lei de Moisés são entendidas quando qualquer procura pela obediência rígida da lei a justiça de Deus. A justiça de Deus
é somente pelo Cordeiro de Deus, o Jesus Cristo, o qual a lei aponta.
A natureza
e o propósito da lei foram estudados para entender como a lei foi programada ser utilizada no tempo de Israel e quais razões
que ela foi promulgada.
Mas
nem pela lei ser programada e promulgada para a nação de Israel ela torna ser um ensinamento obsoleto. Por causa da vontade
de Deus nunca ter mudada e pelo fato do homem ser sempre um pecador a Lei de Moisés tem muitas utilidades ainda nos dias atuais.
A utilidade da Lei de Moisés é entendida quando se percebe as verdades eternas existentes nela. Ela declara fielmente a realidade
da santidade e a justiça de Deus, a condenação de todos que tropeçam em um só ponto dela, e a salvação perfeita por Jesus
Cristo. Ela também é útil nos dias atuais para reger as sociedades pelos princípios justos que ela contém.
Considerações
especiais foram tratados na consideração da atitude do crente ao respeito da lei para que ele veja uma responsabilidade não
às cerimonias da lei, mas, ao espírito da lei. Mesmo o crente não tendo uma obrigação à letra da Lei de Moisés ele tem responsabilidade
ao espírito da lei. O espírito da lei é a lei de Cristo que o Espírito Santo rege no crente. Pelo estudo mais preciso da lei
diferenciamos a letra da lei e o espírito da lei entendendo o fato de se o Judeu ou o gentil observa só a letra da lei a condenação
eterna é declarada, mas, se Judeu ou o gentil observar o espírito da lei pela fé, há justiça.
Concluímos
que nunca devemos racionar que mesmo que Moisés veio antes de Cristo que nunca existia graça na lei. A graça que a lei apontava
realizou se perfeitamente em Cristo.
Que
todo homem seja julgado por ela e que a graça de Deus por Jesus Cristo seja validamente vista pela Lei de Moisés. Se assim
se faz, o propósito da Lei de Moisés será realidade e a vontade eterna de Deus feita.
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Concordance of the Bible, Abingdon, Nashville, EUA, 1981
Missionário Calvin Gardner - Rua Santa Cruz das Palmeiras, 333 - 15.800-000 Catanduva, SP - (017) 523-2675 11
http://www.geocities.com/athens/olympus/1563
E-mail: cgardner@zaz.com.br
arquivo:law.doc/seminary/March98/Catanduva,
São Paulo.
O que “A Justiça da Lei de Deus” diz sobre o Divórcio
As estatísticas de divórcio são assustadoras. Elas refletem falta de respeito, na sociedade moderna,
pela vontade de Deus. A prevalência do divórcio entre as pessoas chamadas por Deus é ainda mais alarmante.
Lembramo-nos tristemente que muitos que dizem servir a Deus não odeiam o que ele ardentemente detesta (Malaquias 2:16; Apocalipse 2:6).
Apesar dos esforços humanos para esquivar da vontade de Deus, podemos entender
e seguir seu ensinamento sobre casamento, divórcio e novo casamento. Considere estes fatos fundamentais:
Deus fez o casamento para durar uma vida inteira.
A vontade básica de Deus a respeito do casamento permanece inalterada desde
o Éden. Jesus baseou seu ensinamento no princípio revelado em Gênesis 2:24 (Marcos 10:6-9). Paulo usou o mesmo princípio,
claramente entendido em Romanos 7:2-3. Uma vez que o casamento dura somente até a morte (Mateus 22:30), as pessoas que enviúvam
ficam livres para se casarem novamente (veja 1 Coríntios 7:39; 1 Timóteo 5:14).
†O divórcio sempre envolve pecado.
Em termos gerais, Deus proíbe o divórcio (1 Coríntios 7:10-11). Mesmo nos
casos em que ele permite o divórcio e novo casamento (a ser examinado em breve), uma das pessoas pecou contra Deus e o companheiro.
Onde o adultério não está envolvido, a decisão de divorciar é um ato de rebelião contra o Senhor. Aos olhos de Deus, não há
tal coisa como divórcio "sem culpa."
Alguns torcem o comentário de Paulo em 1 Coríntios 7:11: (" Se, porém,
ela vier a separar-se, que não se case, ou que se reconcilie com seu marido") para dizer que ele está sancionando
o divórcio. Eles sugerem que, se o divorciado não se casar, a separação é permitida. Podemos ver claramente a falácia de tal
argumento comparando a estrutura desta passagem com 1 João 2:1-2. Considere o paralelo óbvio:
1 Coríntios 7:10-11:
"...não se separe...se, porém, ela vier a separar-se, que não se case... ou que se reconcilie com seu marido".
1 João 2:1-2: ".. não pequeis. Se ... alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai". Pecado é errado
em 1 João 2:1-2 e a separação é errada em 1 Coríntios 7:10-11.
Entendemos claramente que Paulo não autoriza o
divórcio, considerando seu ensinamento uns poucos versículos antes. Ele disse que separações curtas por consentimento mútuo
para o propósito de oração podem ser permitidas (1 Coríntios 7:5-6). Ele não aprovou decisões unilaterais de separar e não
autorizou separações permanentes.
†Jesus condena divórcio e novo casamento.
Lucas 16:18 apresenta a regra geral: "Quem repudiar sua mulher e casar com
outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério." Jesus condenou o que
tem se tornado comum em nossa sociedade: a prática de deixar um cônjuge para se unir a outro.
O adultério mencionado aqui é um pecado contínuo que envolve relações sexuais
entre pessoas que não têm permissão dada por Deus para coabitar. O pecado não está meramente no ato de fazer um voto de casamento,
mas na conseqüente posse de um cônjuge ilícito. Não era errado somente para Herodes tomar Herodias como sua esposa; era ilícito
para ele tê-la (Marcos 6:18). Para retificar esta situação perante Deus, a separação teria sido necessária. Quando o pecado
é adultério, os frutos do arrependimento requerem o fim da prática (Mateus 3:8; 1 Coríntios 6:9-11). Tão certamente como ladrões,
bêbedos e homossexuais têm que cessar suas práticas ímpias, os adúlteros têm que deixar suas relações ilícitas.
„ As mesmas regras se aplicam geralmente.
Muitas pessoas tentam alterar o significado do ensinamento bíblico
limitando sua aplicação em modos em que Deus não o restringiu. Consideremos dois exemplos de tais restrições artificiais:
Excluindo mulheres. Ocasionalmente, alguém tentará excluir mulheres do ensinamento de Cristo, devido ao uso de pronomes masculinos (Lucas
16:18; Mateus 5:32; 19:9). Além do fato que expressões masculinas freqüentemente incluem mulheres, Jesus esclareceu especificamente
este ponto em Marcos 10:11-12, onde ele afirma o mesmo princípio visto das perspectivas masculinas e femininas.
Excluindo
não cristãos. Outros excluem não cristãos do
ensinamento de Cristo, sugerindo freqüentemente que 1 Coríntos 7:10-16 significa que Jesus não se dirigiu aos não cristãos.
Além de ser uma interpretação insustentável, esta posição coloca os não cristãos numa situação difícil. Se Jesus não lhes
falou, eles continuam sob a mesma lei básica dada a todos os homens em Gênesis 2, onde não há menção a qualquer motivo para
divórcio e novo casamento. É claro que 1 Coríntios 7:12-16 aborda um assunto não especificamente mencionado no ensino pessoal
de Jesus (como um cristão abandonado por um cônjuge não cristão deverá agir). A passagem não diz que os não cristãos não estão
cobertos pela vontade de Deus, nem oferece qualquer permissão para novo casamento depois de uma separação.
Outros argumentam
que a aliança de Cristo não abrange os descrentes. Diversos fatos bíblicos mostram as falhas deste tipo de argumento. Primeiro,
há numerosas passagens que mostram que Deus tem sempre responsabilizado todos os homens por seus princípios básicos de moralidade,
incluindo a conduta sexual. No Velho Testamento, Deus freqüentemente julgou os gentios por sua conduta ímpia, incluindo seus
pecados sexuais (considere Levítico 18:24-30 em seu contexto, e compare com Romanos 1:18-32). Segundo, o
ensinamento de Jesus foi dirigido aos pecadores, e não somente àqueles em comunhão com ele (Marcos 2:17). Pedro e Paulo entenderam
que a mensagem do evangelho se aplica universalmente (Atos 10:34-35; 17:30). Terceiro, a afirmação de Paulo
que alguns dos coríntios eram adúlteros antes de se converterem (1 Coríntios 6:9-11) mostra que eles eram sujeitos às leis
de casamento de Deus mesmo quando ainda não estavam em comunhão com ele. Quarto, Paulo argumenta que o pecado
e a morte vêem com a lei (Romanos 7:7-11) e diz mais que os gentios estavam mortos em transgressões e pecados (Efésios 2:1).
Eles não estavam sujeitos à lei dada no Sinai, mas eram governados pela lei divina que incluía proibições de adultério. Hoje,
todos os homens estão sujeitos ao domínio de Cristo, quer reconheçam este fato ou não (Efésios 1:20-21).
†Jesus oferece uma
exceção.
Dois textos em Mateus complementam as afirmações registradas em outros lugares. Mateus 5:32 diz: "Eu, porém,
vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele
que casar com a repudiada comete adultério." A regra básica é a mesma encontrada em Lucas 16:18 e Marcos 10:11-12.
O divórcio geralmente resulta em outros pecados. Novo casamento é condenado. Se, contudo, o divórcio for por causa de imoralidade
sexual, aquele que repudia a ofensora não faz com que ela se torne adúltera. Mateus 19:9 inclui um elemento adicional: "Eu,
porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério
[e o que casar com a repudiada comete adultério]." Novamente, divórcio leva a pecado adicional e o novo casamento
é condenado. Como em todos os outros textos relevantes, à pessoa que é repudiada (independente do motivo) não é dada permissão
para casar novamente. Mas se um homem se divorcia de sua esposa por causa de infidelidade sexual dela, ele não comete adultério
se tornar a casar-se. Gramaticalmente, a exceção nega a conseqüência normal. A mesma palavra grega é usada em João 19:11,
onde Jesus disse a Pilatos: "Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada". Uma vez
que lhe tinha sido dada de cima, Pilatos teve autoridade para sentenciar Jesus à morte. Semelhantemente, a conseqüência em
Mateus 19:9 é alterada em casos de traição: quem quer que se divorcie de sua esposa por causa da imoralidade sexual dela e
se casa com outra não comete adultério.
Uma palavra de precaução: em nossas discussões de direito a divórcio e novo casamento, precisamos ser cuidadosos para
não esquecermos o ensinamento do mesmo Senhor sobre os assuntos do amor e do perdão. Mesmo quando ele permite o divórcio,
essa nem sempre é a melhor opção.
† Jesus
definiu a ordem dos eventos.
Quando ensinamos sobre salvação, ressaltamos corretamente a seqüência dos eventos e os motivos de certos atos. Por
exemplo, entendemos que a crença e o arrependimento precedem o batismo, e que o batismo é para o propósito de receber a remissão
dos pecados (Marcos 16:16; Atos 2:38). Uma pessoa que não segue esta seqüência, ou que é batizada por algum outro propósito,
não faz o que Deus exige. Semelhantemente, Jesus falou da imoralidade sexual como razão para divórcio. Um homem que abandona
sua esposa por outros motivos, e espera até que ela subseqüentemente tenha relações com outro homem para justificar sua ação,
não está respeitando a seqüência e a razão definidas pelo Senhor. Se não podemos aceitar que o arrependimento e o batismo
venham depois da salvação, não podemos aceitar adultério depois do divórcio para justificar novo casamento.
‡ A justiça humana não
é o padrão. A
Divina, Sim.
O casamento foi destinado por Deus e tem sido sempre governado por ele. Nossas opiniões pessoais são irrelevantes para
discussões sobre o que é certo e o que é errado. Eu posso não gostar do fato que uma pessoa inocente possa ser repudiada sem
nenhuma razão e não possa casar novamente, mas isso somente sugere meu entendimento inadequado da vontade de Deus (Isaías
55:8-9). Ele sempre tem razão e sempre busca nossos melhores interesses. Governos podem fazer leis justificando divórcios
pecaminosos e permitindo casamentos pecaminosos, mas isso só prova que os governos humanos são capazes de desrespeitar a vontade
de Deus. Aqueles que se defendem na base de lei humana precisam inevitavelmente aceitar uniões homossexuais e outras abominações,
porque legisladores de "mente aberta" chamam o mal de bem, e o bem de mal (Isaías 5:20). Não esqueçamos que nós que somos
santificados pela verdade estaremos sempre em descompasso com os padrões da sociedade descrente que nos rodeia (João 17:14-19;
Romanos 12:1-2).
Conclusão
Podemos
considerar as leis de Deus sobre o casamento, rígidas e inflexíveis. Para muitas pessoas, elas apresentam um teste de submissão
mais difícil do que a ordem de Jesus a um jovem rico para vender tudo o que ele tinha e dar aos pobres. Seja qual for o sofrimento
que sua vontade possa exigir, podemos suportá-lo por nossa confiança na eterna bem-aventurança. (Hebreus 12:1-2). Jamais tiremos
nossos olhos da meta.
Por Dennis Allan
Casamento, Divórcio e Novo Casamento:
O Que as Escrituras Ensinam.
É claro, o assunto do divórcio e do novo casamento é controverso. Com a verdade sendo encoberta pelos argumentos, réplicas
e incerteza, muitos se desesperam de serem capazes de determinar com precisão a vontade de Deus neste caso. Nestes tempos
emocionais e cheios de dissensões, é indispensável que nos lembremos dos princípios básicos e simples que governam nosso relacionamento
com Deus. Nossas conclusões dependerão muito do estado do espírito com o qual abordamos este estudo. Por favor, seja paciente
enquanto consideramos estes princípios decisivos e fundamentais.
Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas
palavras, uma mulher, que estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: "Bem-aventurada àquela que te concebeu e os seios
que te amamentaram!" Ele, porém, respondeu: "Antes bem- aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!" (Lucas 11:27-28)
Nossas primeiras responsabilidades diante de
Deus são ouvir sua Palavra e cumpri-la. Estas exigências, ainda que sejam simples de afirmar, não são simples de obedecer.
Ouvir a Palavra
Ouvir a palavra corretamente não é um passo fácil
que se pode dispensar quando se cresce em Cristo. Todos precisamos ter cuidado em como ouvimos.
Ora, estes de Beréia eram mais nobres
do que os de Tessalônica; pois receberam a Palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as
cousas eram de fato assim. Com isso muitos deles creram, mulheres gregas de alta posição, e não poucos homens. (Atos 17:11-12)
Deus chama de nobres estes cristãos de Beréia
porque eles ouviram a Palavra corretamente: primeiro, eles a receberam avidamente; em segundo lugar, eles a confirmaram nas
Escrituras; em terceiro, creram nela quando a acharam verdadeira. Este é um excelente exemplo para nós.
Eles receberam Os de Beréia receberam a Palavra
avidamente, com a mente aberta e receptiva. Outros fecharam suas mentes e tamparam os ouvidos (Atos 7:57; Mateus 13:14-15).
Uma vez que para aprender a verdade é necessário ter a mente aberta, evitemos as qualidades que fecham as mentes:
Preconceito Se já formamos idéia antes de um estudo cuidadoso
da evidência, nunca aprenderemos a verdade. Os judeus negaram a Jesus em face da evidência irrefutável, porque eles já haviam
decidido que seu Messias não iria ser crucificado (veja 1 Coríntios 1:23); portanto, a evidência não tinha importância. Precisamos
querer re-examinar as velhas conclusões e as tradições que nos agradam, a respeito do divórcio e novo casamento, à luz das
Escrituras. Muitos de nós, às vezes, abandonamos velhas crenças, em outras áreas. Temos que desejar fazer o mesmo aqui também.
Preferência O que queremos que a verdade seja muitas vezes
nos impede de abrir a mente para aprendê-la. É tão difícil estudar abertamente quando aqueles que amamos são diretamente afetados
pelas nossas conclusões. Mas se não amamos a verdade de todo o coração, Deus mesmo pode atuar para nos convencer de uma mentira
(2 Tessalonicences 2:9-12). Se eu tiver um sentimento forte e uma preferência pessoal por uma conclusão em particular, vou
precisar de um esforço disciplinado para que receba a Palavra abertamente.
Presunção A presunção prejudica uma mente aberta. Se temos
que admitir que temos estado errados, a presunção pode nos impedir a um estudo sério. O orgulho de nosso próprio raciocínio
e nossas crenças nos impede de humilharmo-nos diante das afirmações daquele cujos caminhos e pensamentos são infinitamente
mais altos do que os nossos. Confiança em idéias espertas, que fogem do significado claro das passagens da Bíblia, impede
que muitos recebam a Palavra de Deus. Possa Deus humilhar nossos corações enquanto procuramos a verdade neste assunto tão
difícil.
Preocupação A verdade freqüentemente requer muito esforço
para se aprender. Enquanto uma relação desnorteante de pontos de vista variados compete pela nossa atenção, podemos não querer
gastar o tempo e o esforço necessários para procurar a vontade de Deus. Para amar a verdade, temos que procurá-la de todo
o coração.
Protesto As pessoas, freqüentemente, dizem que por haver tanta
divergência entre os irmãos cultos, a respeito do divórcio e novo casamento, é impossível estar-se realmente certo da vontade
de Deus. Considere Paulo em Beréia. Ele resistiu praticamente sozinho, enquanto os estudiosos daquele tempo o contradiziam.
O grau da controvérsia não tem influência na decisão se a verdade é ou não encontrável. Se Deus tem falado, podemos conhecer
a verdade.
Eles examinaram as Escrituras
Os de Beréia não somente tinham um coração receptivo,
eles também examinaram as escrituras para verificar a exatidão do que Paulo disse. Há quatro coisas importantes que eles fizeram:
Examinaram Esses homens investigavam por sua conta. Eles não
estavam querendo aceitar a palavra de um outro; eles examinaram para ver se era de fato assim. Muitos prefeririam só seguir
o que seu pregador favorito ou os anciãos da igreja ensinam. Mas temos que estar querendo examinar as Escrituras nós mesmos
para verificar a verdade.
As Escrituras Esses homens reconheciam a fonte da verdade.
A única maneira pela qual conhecemos a vontade de Deus é pelas Escrituras. Nossos sentimentos, idéias, intuições e impressões
não são o padrão. Tenho que ter muita fé para aceitar o que as Escrituras ensinam sobre o divórcio e novo casamento mesmo
que não me pareça razoável, como o mandamento para sacrificar Isaque deve ter parecido a Abraão. Muito simplesmente, o que
as Escrituras dizem é justo.
Diariamente Os cristãos de Beréia queriam realmente saber
a verdade. Interesse e estudo sério são exigências absolutas se vamos determinar a verdade no meio de vozes conflitantes.
Assuntos difíceis testam nossa vontade de buscar a verdade.
Se era de fato assim Esses de Beréia acreditavam que se poderia
saber se, de fato, era assim, pelo estudo das Escrituras. Temos que ser homens de convicção suficiente para defender o que
as Escrituras ensinam. Se cada pregador, cada igreja e cada estudante de grego neste mundo acreditassem no erro, poder-se-ia,
ainda, conhecer a verdade com certeza, seguindo as Escrituras. Quanto mais estudo das Escrituras e menos pesquisa de opiniões
fizermos, mais convicção da verdade desenvolveremos.
Eles acreditaram
Como resultado de sua busca os de Beréia acreditaram
no que haviam ouvido Paulo pregar. O que as Escrituras ensinam é justo; podemos ter toda a confiança e acreditar e seguir
a Palavra de Deus. É nossa esperança que você leia estas páginas abertamente, compare-as com as Escrituras aplicadamente e
acredite firmemente no que elas ensinam.
Obedecer à Palavra Deus exige energicamente obediência a sua vontade. Obedecê-lo rigorosa e cuidadosamente não é demais. Uma profunda
e minuciosa preocupação em fazer exatamente a vontade de Deus é, antes, uma expressão de nossa fé em Deus e do nosso amor
por ele. A fé em Deus nos faz desejar confiar implicitamente em cada palavra dele. O amor por Deus nos faz desesperadamente
agradá-lo.
Alguns agem como o moço rico de Marcos 10. Ele
ouviu a palavra avidamente. Ele creu no que Jesus disse. Ele queria obedecer. Mas retirou-se entristecido, porque não queria
pagar o preço. Que tragédia! Deus nunca disse que seria fácil fazer sua vontade. Alguns admitem que se uma conclusão a respeito
das Escrituras dificulta a obediência para algumas pessoas, então essa conclusão é incorreta. Realmente, Jesus sempre encorajou
o exame do custo (Lucas 14:25-33) e alertou sobre as exigentes solicitações feitas aos discípulos. Para seguir a Jesus eu
tenho que estar disposto a abandonar tudo: propriedades, família e até meus próprios desejos. Teria você sacrificado Isaque,
se você tivesse sido Abraão? Teria você vendido tudo se fosse o moço rico? Teria você se divorciado de sua esposa, se você
tivesse sido um dos judeus dos dias de Esdras? (Esdras 9-10). Ou teria sido certo que Deus não poderia exigir algo tão custoso
e extremo? Pois, que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? ou que dará o homem em troca de sua
alma? (Mateus 16:26).
O Ensinamento Bíblico a respeito do casamento, divórcio
e novo casamento pode ser resumido em cinco afirmações.
O Casamento é Permanente:
Quanto Tempo Deveria Durar Um Casamento?
"Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive" (Romanos 7:2). "A mulher está ligada enquanto
vive o marido" (1 Coríntios 7:39). A intenção de Deus é que
um esposo e uma esposa permaneçam casados até que a morte os separe. Deus une esposo e esposa num só ser, e esta união é para
ser permanente. Deus, certamente, não liga pessoas em casamentos que ele chama de adultério, e estes casamentos não são levados
em consideração em nossos comentários.
O Divórcio é Pecaminoso:
Posso Divorciar-me?
Há razões básicas porque o divórcio é pecaminoso: Primeiro, Deus disse: Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe
o homem. (Marcos 10:9). Segundo, é pecaminoso por causa do que o homem faz à sua companheira, quando ele se divorcia dela.
Jesus disse que ele a expõe cometer adultério (Mateus 5:32). Fazer com que outro tropece e se perca é um pecado tremendamente
horrível (Mateus 18:6). Terceiro, o divórcio é pecaminoso, porque eu prometi ficar com minha esposa até que a morte nos separe.
Deus detesta a mentira e a quebra da promessa (Apocalipse 21:8; Romanos 1:31).
Casamento de Divorciado é Adultério:
Posso Casar-me Novamente?
A pessoa divorciada não tem a opção de se casar novamente. Em 1 Coríntios 7:10-11, Paulo deu duas escolhas àqueles
que haviam se divorciado: permanecer descasado ou então se reconciliar com o seu par. Novo casamento de divorciados é adultério.
É adultério para aquele que se divorcia de seu par (Marcos 10:11-12), para aquele que está divorciado (Mateus 5:32) e para
aqueles que se casam com pessoas divorciadas (Lucas 16:18). De acordo com Romanos 7:2-3 o adultério continua enquanto se está
casado com um segundo par e o primeiro ainda vive.
O Arrependimento Significa Separação:
E Se Eu Estou Novamente Casado?
Desde que nenhum adúltero pode ir para o céu (1 Coríntios 6:9-11) e desde que Deus julgará os adúlteros (Hebreus 13:4),
aqueles divorciados que estão cometendo adultério por haverem se casado novamente necessitam urgentemente de serem perdoados.
Mas o que têm eles que fazer para receber perdão? Têm que se arrepender (Atos 2:38). O arrependimento envolve o abandono das
práticas pecaminosas; neste caso, a desistência do adultério. Os Coríntios foram limpos depois que eles deixaram suas práticas
pecaminosas ("Tais fostes alguns de vós" 1 Coríntios 6:9-11). O Evangelho sempre exige a separação do pecado.
O beberrão deve separar-se de sua garrafa, o idólatra de seus ídolos, o homossexual de seu amante, o adúltero de seu par ilegal.
Exceto Por Traição:
Há Exceções?
Toda a pessoa divorciada de um companheiro vivo comete adultério quando se casa novamente, exceto aquele que se divorciou
de seu par por traição conjugal (Mateus 19:9). Nenhuma exceção é dada àquelas pessoas cujos divórcios não envolveram traição.
Nenhuma exceção é dada àqueles que receberam o divórcio. A exceção é dada somente àqueles que se divorciaram por motivo de
traição do outro cônjuge.
Há muita confusão no mundo
sobre a necessidade do batismo. Mas não é porque Jesus não pode ser entendido (veja Marcos 16:16). É por causa das teorias
dos homens e dos esforços para evitar o que Jesus disse. Há muita confusão no mundo sobre as conseqüências do divórcio e novo
casamento. Mas não é porque Jesus não pode ser entendido. É por causa das teorias dos homens e dos esforços para evitar o
que Jesus disse. Por que homens no mundo das denominações não reconsideram suas posições quanto ao batismo quando são forçados
a contradizer o simples significado de passagens tão claras? Por que você não reconsidera suas crenças a respeito do divórcio
e novo casamento, se elas contradizem o significado de tais passagens como Mateus 5:32, 19:9; Marcos 10:11-12; Lucas 16:18;
Romanos 7:2-3; 1 Coríntios 7:10-11? Tem sido sempre o homem simples, com fé e devoção que tem entendido a vontade de Deus.
Possa Deus abençoar-nos para ouvirmos sua Palavra e obedecê-la.
Por Gary Fisher