
SANTO SÍNODO METROPOLITANO DO CALENDÁRIO PATRÍSTICO DE GENUINOS ORTODOXOS CRISTÃOS (G.O.C.'s) IGREJA
DE HELLAS
Igreja Ortodoxa da Diáspora e Grécia |

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de GOCs Brasil |
Igreja Ortodoxa da Diáspora e Grécia |

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de GOCs Brasil |
I thank God every day for Your Existence and
one day be known to you, hugged you and you sense the love that unites
us today and for all eternity as the True Brothers Genuine Orthodox
Christians, My Beloved Spiritual Father Angelos His Beatitude , Metropolitan of Avlona and
Boeotia in Athens-Greece.
That our God, our Father and the One Creator grant you Many and Many
Years of Life and Peace, Health and Harmony among all brothers and also
the depths of my heart, I congratulate you on the great event of the
Feast of the Dormition.


His Beatitude Angelos Metropolitano of Avlona |

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President of Holy Synod Metropolitan Patristic Calendar of G.O.C.'s Church of Hellas |


I
am grateful to our God and Father of Jesus Christ for referring me to
Angelos His Beatitude, Metropolitan Avlona and Boeotia the Genuine
Orthodox Christian Church of Hellas GOCs when the recognition of my
brother Bishops that constitute the Holy Synod Metropolitan of Patristic
Calendar (legitimate Helas - Athens - Patriou) with Headquarters under
Presidency in Avlona - Boeotia - dignified and legitimized
by Vote and Choose Full of all members as Bishop Eparch the Diocese of
Ceara and All Brazil of the Genuine Orthodox Christian Church and the
Diaspora of Hellas GOCs of Brazil . CURRENT HIERARCHY OF THE HOLY METROPOLITAN SYNOD OF PATRISTIC CALENDAR OF G.O.C.
GREECE. TO CENTER: His Beatitude, the President of our Holy Synod, Elder Metropolitan of Avlona & Viotia mgr.
ANGELOS. ON HIS RIGHT: The Eparchial Bishop, Metropolitan of Equador & Latin America mr. Chrysostomos,
the Eparchial Bishop, Metropolitan of Brazil mr Kyrillos, the Headsecretary, Vicar Bishop of Martyropolis mr Porfyrios,
the Vicar Bishop of Vithynia mr. Cheruvim and the Vicar Bishop of Campania of Italy mr. Seraphim. ON HIS
LEFT: The Eparchial Bishop, Metropolitan of Mtschieta Tbilishi and all of Georgia mr. Christophoros, the Eparchial
Bishop, Metropolitan of Skodinski and Abhazia mr. Iotam, the Vicar Bishop of Pamfylia mr Gabriel, and the
Vicar Bishop of Myreon mr Kleopas. DOWN IN THE FRONT: The representative of Bishop of Lugdunum in France mr Jean's,
Synodical Archimandrite fr. Amphiloque. ΕΠΙΣΚΕΦΘΕΙΤΕ
ΤΗΝ ΑΝΑΝΕΩΜΕΝΗ ΙΣΤΟΣΕΛΙΔΑ
ΤΗΣ ΙΕΡΑΣ ΗΜΩΝ ΣΥΝΟΔΟΥ!
DO VISIT THE UPDATED WEBPAGE OF OUR HOLY SYNOD! ПОСЕТЬТЕ НАШЕГО
ОБНОВЛЕНОГО ВЕБ-САЙТА!
http://www.metropolsynodgoc.com/

Mensagem de Primatas CPI (R), os Sínodos dos Metropolitas Raphael, Ângelos, Gervásio e João por ocasião da assinatura
dos Tomos da Canonical Comunhão: o seguinte texto foi traduzido do russo pelo Google Translate, e aperfeiçoados pelo Rev.
Diácono Finbarr Brandt-Sorheim
Por ocasião da assinatura dos Tomos das Verdadeiras Igrejas Ortodoxas reunidas em Moscou em 30 de Junho [civil calendário
13 de julho] de 2011:
Amados! ,
Reunidos, agora neste dia glorioso na Santa Catedral dos Doze Apóstolos, no Mosteiro São João Batista do centro espiritual
da Verdadeira Igreja Ortodoxa da Rússia liderada pelo Arcebispo de Moscou, o Metropolita Raphael de Toda a Rússia, a fim de
testemunhar a nossa unidade e comunhão espiritual, nós, os primatas e hierarcas das Verdadeiras Igrejas Ortodoxas da Grécia,
Rússia, Bulgária, Estados Unidos e as Ilhas Britânicas, estão apelando para tudo para seguir o chamado urgente apostólico,
e para seguir o exemplo. O passado nos mostrou que no século XX, houve o início da apostasia - um precursor da vinda do Anticristo
(2 Tessalonicenses 2:3) - quando se inicia a partir da década de 1920, uma das "oficiais"
igrejas ortodoxas, liderada por Constantinopla, passou a ser controlada pelo mundo nos bastidores.Outra parte das Igrejas
entrou ao serviço do regime bolchevique, ateu, quando primeiro foi formado o Patriarcado de Moscou (1942), e em seguida, após
a Segunda Guerra Mundial as outras locais Igrejas Ortodoxas do Leste Europeu caíram sob o controle do poder do Anticristo.
Tudo isso, nos deu origem a um movimento de adeptos da verdadeira ortodoxia, localmente formados em diferentes países, mas
especialmente na Grécia e na Rússia, cada um com sua própria igreja estruturada.
O problema deles, e nossa desgraça, até recentemente, foi que, muitas vezes, como o Apóstolo Paulo disse, não estavam
com entendimento no zelo das coisas de Deus (Romanos 10:2), absorvido em genealogias intermináveis e palavras de combates
(1 Timóteo 1:4).
Agora é à hora para todos os verdadeiros ortodoxos cristãos poder perceber que o caminho da chamada "ortodoxia do Mundo",
com seus argumentos sobre os dípticos, mas sobre quem e debaixo de que condições podem ministrar as Igrejas locais, autocéfalas
ou autônomas – essa não é a nossa maneira.
Amados, Nós não vamos buscar o poder de um sobre os outros. Bem como em outras coisas não vamos seguir os costumes vãos
deste mundo. E, portanto, deixar o debate sobre "jurisdições" estando unidos no fato de que somente assim, vamos construir
a Igreja de Cristo - no amor.
Porque é nesta igreja que está a paz em toda a sua eficácia, e que é adquirido sua unidade real. Referindo-se a Seu Pai
Celestial, nosso Senhor Jesus Cristo declarou na sua oração Sumo Sacerdotal, quando ele falou de seus discípulos e seus seguidores:
Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que
os tens amado a eles como me tens amado a mim. "(João 17:23).
Esta é uma unidade completa que temos alcançado uma fé comum, em conformidade com o que armazenamos na verdade da Ortodoxia.
Mas, assim como nas palavras do Apóstolo Paulo, através do amor (Gl 5:6), esta crença nos permite realmente tê-lo no
sacramento da Eucaristia. Aqui está para o amor que desejo a todos vocês, verdadeiramente Ortodoxos. Amemo-nos uns aos outros
(1 João 4:7), na seqüência ter relações de intercâmbios e afim de encontrar a verdadeira unidade da Igreja de Cristo. Então
na verdade nós pelo vinculo da paz temos um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da
vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós.(Efésios 4:4-6)
+ Raphael, o arcebispo de Moscou, Metropolitano da Rússia
+Ângelos, Metropolitano Avlonsky e Beotiysky, presidente do Santo Sínodo Metropolitano do calendário Patrístico da Verdadeira
Igreja de Cristãos Ortodoxos da Grécia
+ Gervásio, Metropolitano de Sofia e toda a Bulgária
+ John, Metropolitano de Nova York, toda a América e as Ilhas Britânicas
Apresentado na Gloriosa Catedral dos Doze Apóstolos vsehvalnyh de 2011
Kyrillos, Eparca do Ceará e Metropolita do Brasil |

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Membro do Santo Sínodo do Calendário Patrístico da Igreja G.O.C.'s de Hellas |
Arcebispo Eparca Chrisóstomos |

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Metropolita do Equador e América Latina |
DECLARAÇÃO
PÚBLICA AOS FIÉIS DO BRASIL
Entendemos
ser urgente a necessidade de fazer notório aos Fiéis do Brasil que estão sob
nosso homoforion, o real status do ARCEBISPO KYRILLOS (RAIMUNDO BEZERRA ALVES).
Em
18 de novembro de 2011, o Arcebispo Kyrillos foi recebido em uma instituição denominada
“Igreja Ortodoxa da Diáspora Grega no Brasil – Sínodo Grego Ortodoxo da
Diáspora”. Logo depois, foi acolhido pelo Sínodo Ortodoxo Búlgaro, do
Metropolita Gervázio. Com a ruptura do nosso Sínodo com o Sínodo Búlgaro - e
concomitante sumiço do Metropolita Damasquinos (que foi quem o acolheu no
Sínodo Búlgaro) - o Arcebispo Kyrillos solicitou acolhimento em nosso Santo
Sínodo, o qual lhe convidou para visitar a Grécia. Na Grécia, foi submetido a
todas as medidas canônicas a fim de ser dignamente recebido em nossa
Hierarquia.
Equivocadamente
se divulgou pela internet a informação de que o Arcebispo Kyrillos fora nomeado
hierarca para todo o Brasil; título este que o Santo Sínodo nunca lhe
conferira, uma vez que no território brasileiro já existiam Missões e
Paróquias, com Clero e Fiéis nativos, sob o homoforion de Sua Eminência
Chrysóstomos, Metropolita de toda a América Latina. A nomeação concedida pelo
Santo Sínodo ao Arcebispo Kyrillos foi a de Arcebispo do Ceará e Nordeste do
Brasil, porém sem nenhuma autoridade sobre o Clero, Fiéis, Paróquias e Missões
que atuam nesse território sob o homoforion do Metropolita Chrysóstomos, como
por exemplo, na cidade do Recife.
Aos
brasileiros residentes no Nordeste que vierem a se tornar Fiéis Ortodoxos, fica
livre a escolha em se por sob o homoforion do Arcebispo Kyrillos ou sob o do
Metropolita Chrysóstomos. As demais regiões permanecem unicamente sob
autoridade do Metropolita Chrysóstomos.
Todavia,
vale destacar, que por iniciativa própria, o Arcebispo kyrillos fez uma
declaração, dando a entender que não receberá ninguém que esteja sob o
homoforion do Metropolita Crhysóstomos. No entanto, deve se notar, que os
Santos Cânones dão direito a qualquer Clérigo, que devidamente liberado por seu
Bispo, se transferir para a Jurisdição que mais lhe convier.
Metropolita
Chrysóstomos
Arcebispo
do Equador e América Latina
http://antonioeca.blogspot.com.br/p/declaracao-sobre-o-arcebispo-kyrillos.html
Arcebispo Eparca Kyrillos |

|
Metropolita do Ceará e de Todo o Brasil |
PARA
ESCLARECIMENTO PLENO DE TODA VERDADE, EU MESMO, ARCEBISPO EPARCA KYRILLOS ALVES,
PUBLICO O MEU STATUS, COM DETALHES, MINUCIOSAMENTE, A SEGUIR:
CRIAÇÃO
EPARQUIA DO CEARÁ E NORDESTE DO BRASIL
RESOLUÇÃO
SINODAL nº 400/949 em Atenas, dia 12 de fevereiro de 2002, durante a Reunião
dos Santíssimos Bispos do Holy Orthodox Old Calendar Synod of Diáspora and
Hellas (Patriou) (Smirnis 42 B esquina com a Rua Michail Voda – CP 104 39
Atenas);para Archdiocese Old Calendar Hellenic Orthodox Church of Diaspora in
Athens foi adotada a resolução de Constituição da Diocese (Eparquia) do Ceará
com Sede no Monastério São João Crisóstomo à Rua 15, Nº 15, Conjunto Industrial
- Maracanaú - Ceará - Brasil. CEP 61925330, tendo como Bispo Diocesano
(Eparca), o Dom Abade Kyrillos. Surgiu neste dia (12 de fevereiro de 2002) O
NOSSO EPISCOPADO DA IGREJA ORTODOXA DA GRÉCIA DE G.O.C.’s DO BRASIL da Santa
Igreja Católica Apostólica Ortodoxa da Diáspora e Grécia no Brasil - Old
Calendar (Patriou).
Em
carta firmada no dia 19 de março de 2006, por Dom Athanásios, Metropolita do
Brasil e América Latina, Presidente do Sínodo Ortodoxo da Diáspora e da Grécia
no Brasil para Santa Igreja Católica Apostólica Ortodoxa da Diáspora e da
Grécia no Brasil, em resposta ao pedido de Excardinação para integrar o Santo
Sínodo Ortodoxo Ucraniano da AUOCA, que com Sua aprovação fui desligado do rol
de membros do Santo Sínodo Ortodoxo da Diáspora - Hellas. E no dia 25 de março
de 2006 por Decreto de Incardinação do Santo Sínodo da AUOCA-USA.
NESTE
DIA, 07 DE NOVEMBRO DE 2008, SEM AVISO E UM DEVIDO PROCESSO LEGAL,
ANTICANONICAMENTE, POR PROTOCOLO SINODAL DA AUOCA – USA DE Nº 1208
*
FUI DEPOSTO DO ARCEBISPADO DO BRASIL
*EXCLUÍDO
COMO MEMBRO DO SANTO SÍNODO AUOCA – USA
*INDICADO
PARA ADERIR A OUTRA JURISDIÇÃO SEM PRÉVIA CONSULTA ENTRE AS PARTES.(Arcebispo
Kyrillos e Arcebispo Athanásios I)
*JUSTIFICANDO-SE,
ABSURDAMENTE, PARA DESLIGAMENTO:
*A
DISTÂNCIA E INCOMUNICABILIDADE EXTREMAMENTE DIFÍCIL OU INEXISTENTE;
*Nunca
estivemos distante, sem comunicação, pois, sempre por telefone e por Skype nos
falamos, e pessoalmente, em São Paulo que foi um momento de muita alegria e
festa.
*E
se a distância e a falta de comunicação refere-se a AUOCA-USA, também, sempre
que preciso nos comunicamos por e-mail de VladykaIoan@aol.com ficando
esclarecido que nunca estive debaixo do homofórion de Vladyka Ioan, mas de
Vladyka Chrisostomo, Arcebispo Maior do Centro, Equador e Sudamérica, conforme
Site: http://www.ortodoxa.net/.
*Sempre
atendí aos chamados de Sua Excelência Athanásios Tsalikis, quando membro da
Diáspora – Hellas, muitas vezes, viajando a São Paulo sem recursos e com
sacrifício de outras obrigações, até mesmo, pós-operatório, andando de bengala.
*A
pesar de tudo, tenho os meus respeitos a Vladyka Chrisostomo como Bispo digno
com sucessão Apostólica Legítima.
*Seja
quais tenham sido os motivos que cominaram em minha exclusão do Santo Sínodo da
AUOCA - USA, respeitarei e não buscarei maiores explicações. Só não aceito
estas citadas acima.
Diante
destes últimos acontecimentos, mesmo tendo o direito adquirido, pelo direito de
uso popular, CONSUETUDINÁRIO supra-analisado não manteremos mais o nome IGREJA
ORTODOXA UCRANIANA NO BRASIL – IOUB, Vicariato Geral do Ceará com registro CNPJ
desde 1999.
Voltamos
a ser e usar o nome: EPARQUIA DO CEARÁ E TODO O BRASIL para a IGREJA ORTODOXA
DA DIÁSPORA E GRÉCIA DE G.O.C.’s DO BRASIL (PATRIOU) SOB SANTO SÍNODO
METROPOLITANO DO CALENDÁRIO PATRÍSTICO SOB PRESIDÊNCIA DE SUA BEATITUDE,
METROPOLITANO ÂNGELOS DE VIOTIA E AVLONA.
CONTINUE
LENDO AQUI:
https://sites.google.com/site/igrejadegocdobrasil/
Nesta
Declaração de meu STATUS, Arcebishop Eparch Kyrillos Alves, Sua Eminência
Arcebispo Maior do Equador e América do Sul do Santo Sínodo Metropolitano da
AUOCA-USA, Vladyka Chrisóstomos de Equador esqueceu de relatar sua participação
nesta caminhada com o Arcebispo do Brasil do Santo Sínodo da AUOCA, Kyrillos
Alves e o Arcebispo do Brasil do Santo Sínodo da Diáspora - Hellas, Athanásios
Tsalikis firmada a INTERCOMUNHÃO entre o Santo Sínodo da Diáspora - Hellas e o
Santo Sínodo Metropolitano da AUOCA-USA de Sua Beatitude Vladyka IOAN, em
momentos Solenes Litúrgicos de Entronização de Sua Beatitude Athanasios I, como
Presidente do Santo Sínodo Metropolitano da Diáspora e Grécia conforme,
registrado no Link a seguir:
https://picasaweb.google.com/109348419296490151704/0509122007EntronizacaoDeSuaEminenciaAthanasiosI

Se
vamos mexer com a VERDADE, então precisamos entender que às vezes, a VERDADE
DÓI, quando não se aceita assim como ela é. Se constrói o FUTURO, reparando e
restaurando no PRESENTE os erros, danos causados a outros, restituindo, quando
possível, para substituir com os ATOS DO PRESENTE, tudo que foi mancha, desonra
e crimes cometidos no ATOS DO PASSADO.
Estas
Fotos/Documentos são fatos e fazem parte da minha história, Arcebispo do Ceará e Todo o Brasil da AUOCA-USA com Vladyka
Chrisóstomos do Equador, Centro e América do Sul da AUOCA-USA e Sua Excelência Athanásios
Tsalikis, Arcebispo do Brasil e América Latina da Diáspora - Hellas. Eu não me envergonho de os ter vivido, cada momento,
cada instante de
Paz, União e Fraternidade. Sou Arcebispo do Ceará e Metropolita do Brasil da
Igreja Ortodoxa da Diáspora e Grécia debaixo do Santo Sínodo Metropolitano do
Calendário Patriou (Patrístico) sob Homofórion de Sua Beatitude Angelos,
Metropolitano de Viotia e Avlona. HOJE, É ESTE O MEU STATUS CANÔNICO E
ECLESIÁSTICO. No Entanto, se mudar, Será apenas, de Santo Sínodo, o que espero
não me aconteça, outra vez. Muitos, Muitos Anos a Sua Beatitude Angelos, de
Saúde, Amor, Justiça e Paz, conceda o nosso Deus e Soberano Senhor de todos, a
quem se deve toda Honra e toda Glória, Hoje e Sempre, Amém.
Arcebispos: Kyrillos do Ceará e do Brasil da AUOCA |

|
Athanásios I de Todo o Brasil da Diáspora-Hellas; Chrisóstomos, do Equador e América do Sul da AUOCA |
Informação para todos os GOC's de Brasil, Hellas, Rússia, Italia, Equador, Américas e Ilhas Britânicas
STATUS CANÔNICO
A EPARQUIA DO CEARÁ E TODO O BRASIL, HOJE.
Arcebispo
Kyrillos Alves, Metropolita de Todo Brasil ·Maracanaú,
Ceara, Brazil A
Igreja Ortodoxa é a Igreja original fundada por nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo ao redor do ano 33 depois de Cristo. A partir desse momento os legítimos
sucessores dos Apóstolos, Os Bispos, mantiveram essa Santa Fé inalterada e sem
corrupção na Igreja Ortodoxa. A
Igreja Ortodoxa da Diáspora e Grécia de G.O.C.'s do Brasil, está debaixo do
Homofórion e Primazia de Sua Beatitude Ângelos, Metropolitano de Avlona e
Viotia – Atenas. É
uma Eparquia da Genuína Igreja Ortodoxa da Grécia de G.O.C.'s Hellas, que é
parte do Santo Sínodo Metropolitano do Calendário Patrístico (Patriou) de
G.O.C.'s Hellas, que tem como Primaz Presidente Sua Beatitude Ângelos,
Metropolitano de Avlona e Viotia. É
administrada por Sua Eminência Kyrillos, Arcebispo Eparca do Ceará e
Metropolita de todo o Brasil. Seu território abrange todos os Estados e
Capitais do Brasil, ou seja, todos os que falam Português e imigrantes de fundo
cultural similar .
As Premissas Orientais da Teologia Patrística
Nos seus ensinamentos sobre
o conhecimento de Deus, os Padres orientais salientam antes de tudo que o projeto divino da criação do homem já traz em germe
a Encarnação futura do Verbo. Criação e Encarnação já estão co-implicadas, uma completa a outra. É por esse motivo que para
o Oriente, a Encarnação realizar-se-ia mesmo fora da queda original (pecado), como expressão do amor divino e termo último
da comunhão entre Deus e o homem. O ícone da Théotokos tendo nos seus braços o Menino Jesus é justamente o ícone da Encarnação,
a: "Eléousa", ternura inefável entre o divino e o humano. Também é a concepção eucarística da eclesiologia que aprofunda o
mesmo mistério Encarnação-Comunhão e mostram na Igreja o lugar da união substancial entre Deus e o homem.
Para pressentir esse mistério,
"o homem", diz São Gregório de Nissa, "leva em si certa medida de conhecimento de Deus”, e para responder ao desejo
divino, nota São Máximo Confessor, "Deus depositou no coração humano o desejo de Deus". É, pois na sua própria natureza, criada
à imagem de Deus, que o homem está predestinado ao conhecimento de Deus. Qual é o órgão desse conhecimento?
O Oriente distingue entre a
razão e a sua diferenciação discursiva ao infinito, voltada para o múltiplo e o contrário e, por outro lado, a inteligência,
o ultrapassar dos opostos e a integração intuitiva até a unidade e o uno. Evagrio sublinha a diferença de nível: "A inteligência
reside no coração, o pensamento no cérebro". É um princípio saído das Escrituras, pois os judeus do Antigo Testamento pensavam
com o coração, coração no sentido bíblico, centro metafísico do ser humano, sede da inteligência e do noús (Espírito). Isso
é a negação do pensamento discursivo, mas a ciência dos seus limites que postula a sua integração na "inteligência renovada
em Cristo" de que fala São Paulo. O Oriente nunca cultivou a autonomia da razão natural - Lumen naturalis rationis. Deus na
sua Revelação, ao dirigir-se ao homem, opera uma transfiguração do seu espírito. O conhecimento de Deus, mesmo "natural" é
sempre carismático. Segundo Orígenes, a graça teoria eleva todo homem acima dele mesmo. Os eslavófilos chamam isso "o conhecimento
vivo", conhecimento-vida, conhecimento-amor e comunhão.
Eles seguem a patrística oriental,
que ignora a distinção entre uma "via do amor" e uma "via do conhecimento". Normativamente, o verdadeiro conhecimento é sempre
caritativo e o amor é sempre intelectivo. Eis por que o grande princípio do hesicasmo convida a fazer descer a inteligência
no coração para que a totalidade das faculdades do espírito humano, superelevada e iluminada pela graça, efetuem uma face-a-face
com os mistérios de Deus, o que significa a exclusão de todo conceito ou imagem mental suscetível de se interpor entre o "coração
espírito" ou o "olho do coração" e o Criador.
O pecado original antes de tudo
separou a razão do coração, a gnosiologia da axiologia, o que falseou a faculdade do discernimento e da apreciação. Este estado
de perversão ontológica reclama um ato de profunda reviravolta do ser metanóia que é justamente o ato de fé. É necessário
sublinhar fortemente o seu aspecto existencial e experimental, o qual explica por que a fé no Oriente nunca se define em termos
de adesão intelectual, mas pertence à reviravolta de tudo no ser humano pela "evidência" ou a "certeza" de Pascal vividas
numa certa "experiência do Transcendente". São Máximo nota o seguinte: "Eu chamo experiência o próprio saber em ato que advém
para além de todo o conceito, a participação ao objeto, que se revela para além de qualquer pensamento”. É semelhante
conhecimento contemplativo por participação que constitui, segundo os Padres, uma verdadeira théognosia. Teologizar é traduzir
em termos teológicos a comunhão com Deus, é relatar o seu conteúdo. A teologia, com certeza, possui um elemento doutrinal,
o kerigma, a didaskália e a catequese; mais profundamente, a Igreja cultiva a própria seiva do conhecimento ao escutar os
seus santos e os seus Padres, alimentando-se da sua experiência do Espírito Santo, do seu colóquio com o Verbo, e ela o oferece
a todos na sua liturgia.
Como mostra o título do tratado
do Pseudo Dionísio Areopagita Peri mystikês theologias (Sobre a teologia mística), teologia mística significa, ao contrário
de qualquer conhecimento cerebral, teologia do Mistério que nós conhecemos apenas pela revelação do lado de Deus e pela participação
receptiva do lado do homem. A transcendência de Deus ensina-nos que nunca o podemos conhecer do exterior, que nunca podemos
ir a Deus senão partindo dele, senão encontrando-nos já nele e sendo tocados pela sua proximidade, atingidos pelas suas energias
deificantes.
As lutas dogmáticas pela Verdade,
na época dos concílios ecumênicos, não defendiam nenhum conhecimento formal desligado da economia da salvação, mas procuravam
esclarecer a via salvadora altamente prática, respondendo às questões de vida ou de morte. Uma teologia semelhante, comportando
embora uma propedêutica do ensino e uma cultura aparecem antes de tudo e na sua própria aspiração: via experimental da união
com Deus. Compreende-se melhor sob esta perspectiva, a definição orante que dá Evagrio da teologia: "Se rezas verdadeiramente,
tu és teólogo, e se tu és teólogo, rezarás em verdade". É uma contemplativa, geradora de unidade e que se aparenta na sua
natureza ao mistério eucarístico, consumação eucarística da Palavra.
Assim no espírito dos Padres,
a teologia eleva-se em ministério carismático, pois "ninguém pode conhecer a Deus, se não é o próprio Deus que o ensina" -
"não há outro meio de conhecer a Deus que de viver nele". “Falar de Deus é uma grande coisa, mas ainda é preferível
purificar-nos para Deus", diz São Gregório de Nazianzeno. O tropário de Noa diz isso à sua maneira: "Entre os dois ladrões,
a tua cruz surgiu como uma balança de justiça, um mergulhando no inferno sob o peso da blasfêmia, o outro se aliviando dos
seus pecados para conhecer a verdadeira teologia". O bom ladrão é teólogo, tem a experiência imediata de Deus, reconheceu-o
e dirigiu-lhe a sua oração.
A vocação teológica convida
a ultrapassar a suficiência de uma ciência puramente enciclopédica, pois ela não é a tarefa da razão natural, mas enraíza-se
na luz do Verbo. Na sua iniciação, os Padres mostram a ascese como a preliminar da arte teológica e a oração como um estado
- katastasis - da inteligência, uma receptividade orante aberta às Revelações fulgurantes do Transcendente.
As Dimensões Catafática e Apofática da Teologia
dos Padres
Na sua dimensão apofática, a
teologia é a negação de toda definição humana. Definir é limitar; ora Deus é ilimitado e incomparável no sentido absoluto,
não existe nenhuma escala de comparação, nenhum nome é capaz de exprimi-lo adequadamente. Adonai é o sinal do inefável, Javé
é o Nome que não pode ser dito. Ao dizermos Deus ou Criador ou Salvador, nunca é Deus em si mesmo que nós designamos, mas
a sua face voltada para o mundo, o que está "ao redor de Deus".
A teologia catafática, positiva,
é chamada pelos Padres "simbólica", pois ela apenas se aplica aos atributos revelados, às manifestações de Deus no mundo.
Esse conhecimento de Deus nos seus atos traduz as suas "fanias" através do modo inteligível, apresenta uma expressão calculada,
simbólica, pois a realidade de Deus é absolutamente original, irredutível a qualquer sistema de pensamento. Assim Evagrio
aconselha: "Aproximai-vos do Imaterial de uma maneira imaterial". Da mesma forma, por exemplo, para São João Crisóstomo, a
expressão "à direita do Pai" nada tem de especial, mas exprime a identidade da glória do Cristo com a do Pai. A teologia positiva
assim não é desvalorizada, mas determinada quanto à sua dimensão própria e aos seus limites.
Em compensação a teologia negativa
habitua à intransponível e salvadora distância. "Os conceitos criam os ídolos de Deus", diz São Gregório de Nissa, "só à admiração
apreende qualquer coisa". "Os mistérios simples revelam-se para além de qualquer conhecimento, para além mesmo de qualquer
ignorância, nas trevas mais que luminosas do silêncio". É uma aproximação das trevas, franja da inacessível luz divina, mas
que se encontra ao oposto do agnosticismo, pois graças a esta própria ignorância, através de uma "intuição primordial e simples",
conhecemos para além de qualquer inteligência. A teologia negativa realiza um ultrapassar, mas que nunca se desliga da sua
base, a teologia positiva da Revelação bíblica. Quanto mais alta é construída a vertical celeste, tanto mais ela se encontra
enraizada na horizontal terrestre da história.
Não se trata apenas da simples
impotência natural do homem, mas da profundidade indivisível, radicalmente transcendente da essência divina. Deus é misterioso,
incognoscível pela sua própria natureza. Porém a via negativa sublinha profundamente o Pe. Henri de Lubac, não é negadora,
"negatividade não é negação". Ela constitui o único remédio para a insuficiência obrigando a transcender-se. Eis por que ela
não é um simples corretivo nem um apelo à prudência, mas uma teologia autônoma. Os seus termos "hiper-bom" ou "hiper-existente"
são negações-afirmações e levam certa descrição do Inconcebível situada na experiência geradora da unidade. Quanto mais Deus
é incognoscível na transcendência da sua Sobressência mais ele é experimentável na sua proximidade imanente enquanto Existente.
Quando o homem procura Deus,
é ele que é encontrado por Deus; quando ele procura a verdade divina, é ela que o apreende e o transporta ao seu nível. "Encontrar
Deus consiste em procurá-Lo sem cessar... é verdadeiramente ver Deus sem nunca estar saciado de desejá-lo". Ele é "o eternamente
procurado" o zêtoumenos. Como método, a apófase ensina a atitude correta de todo teólogo: o homem não especula, mas transforma-se.
É nesse estado de mudança contínua, de "deificação" progressiva que o homem contempla pelos olhos da Pomba a Mônada una e
trina ao mesmo tempo e que "permanece escondida na sua própria epifania".
As Particularidades da teologia dos Padres Orientais
A teologia dos Padres no século
IV é uma teologia trinitária por excelência. Ela elaborou as definições dogmáticas e fixou, ao mesmo tempo a unidade e a diversidade
das Pessoas em Deus. Já o próprio termo de homoousios consubstancial, co-essencial, idêntico
em essência, permitiu exprimir o mistério de Deus, ao mesmo tempo Mônada e Tríade.
No Evangelho segundo São João,
o Logos era “pros ton Theon”, era mais "para Deus" que "junto de Deus" ou "com Deus", fórmula que designa a geração
eterna do Filho - que não é o Pai. Da mesma forma um "outro Consolador" é outro que o Filho e outro que o Pai. Todas as Pessoas
são iguais em dignidade, idênticas em substância e diversificam-se pelas suas relações internas. É aqui que é necessário realçar
uma diferença de visão entre o Oriente e o Ocidente. Para o Oriente, as relações entre as Pessoas da Trindade não são de oposição
nem de separação, mas de diversidade, de reciprocidade, de revelação recíproca e de comunhão no Pai.
Os atributos que se referem
à natureza comum, tais como sabedoria, vontade, amor, santidade, eternidade, são inerentes aos Três sem diferenciação. A Pessoa
na sua qualidade de Única é evocada na sua relação à Fonte que é o Pai. A inascibilidade do Pai, a geração do Filho e a processão
do Espírito são as relações que melhor permitem distingui-las. E pela fraqueza natural do nosso pensamento que nós as evocamos
de maneira negativa: o Pai não gerado não é nem o Filho, nem o Espírito; o Filho gerado não é nem o Pai nem o Espírito; o
Espírito espirado não é nem o Pai nem o Filho.
Para o Oriente, essas relações
de origem não são o único fundamento das Hipóstases, que as constituiria e as esgotaria do seu conteúdo. São João Damasceno
o diz: "Cada uma das Pessoas contém a Unidade pela sua relação às outras, não menos que pela sua relação a si mesma". Elas
designam somente por excelência a diversidade hipostática. Não diferenciam a natureza em Pessoas, mas exprimem a identidade
e a diversidade do Deus Uno e Trino.
O mais importante para compreender
a teologia trinitária do Oriente é o caráter sempre ternário ou triplo das relações. Ternárias, elas são ao mesmo tempo triúnicas
e é por esse motivo que em cada relação de uma Pessoa as outras estão presentes. O Filho e o Espírito referem-se ao Pai simultaneamente,
a inascibilidade, a geração e a processão implicam-se reciprocamente, uma nunca está sem as outras. Esse caráter ternário
das relações suprime qualquer possibilidade de reduzi-las à dualidade, à formação de díades no seio da Trindade, o que colocaria
a idéia racional de oposição em vez da visão meta-racional de uma diversidade - unidade trinitária.
Com efeito, apenas se podem
opor dois princípios; ora nós temos três princípios, eis por que o Oriente recusa o sistema de oposição de relações ou de
relações de oposição que são as relações causais. A relação ativa do Filho e do Espírito ao Pai é uma relação de comunhão,
de revelação, de manifestação, da mesma maneira a relação ativa entre o Filho e o Espírito não é a relação de origem. A relação
de origem é uma negação: o Pai não é o Filho, etc., e deve ser entendida num sentido apofático que transcende qualquer lógica
de relações e não define, mas descreve. "O modo da geração e o modo da processão são incompreensíveis"; inefáveis e ao mesmo
tempo concretos, eles são suficientes para diferenciar as Pessoas numa simultaneidade eterna, pois toda relação é tripla:
o Espírito procede do Pai conjuntamente e em relação com o Filho no qual ele repousa; o Filho é gerado pelo Pai conjuntamente
e em relação com o Espírito que o manifesta.
Na vida intradivina dos Três,
a Mônada fechada é excluída tanto quanto a Díade porque justamente o número dois implica oposição e limitação recíprocas.
O ultrapassar opera-se nos Três e para além de qualquer conumeração lógica. Simplesmente e de repente abre-se o infinito do
Deus vivo: "A divindade não é partilhada nos partilhantes", diz São Gregório Nazianzeno, "nos Três Sóis que se compenetram,
única é a Luz". Assim a Trindade não é o resultado de um processo, de uma teogonia, mas de um dado primordial da existência
divina. Ela não é uma obra de vontade hipostática nem de necessidade de natureza; Deus é eternamente, sem começo, o Pai, o
Filho e o Espírito Santo, reciprocidade eterna de seu Amor.
O dogma trinitário é absolutamente
alheio a qualquer especulação metafísica. Não há nenhuma teogonia no ato da criação do mundo que é um ato de vontade, em compensação
a processão das Hipóstases divinas é um ato do Ser divino, do Existente absoluto, para além de qualquer dialética de tipo
hegeliano, por exemplo.
A teologia apofática contempla
o mistério que nenhuma inteligência pode atingir. É unicamente porque se dirige aos filósofos que São Gregório Nazianzeno
utiliza a linguagem deles e diz: "A mônada é posta em movimento em virtude da sua riqueza; a díade é ultrapassada e a tríade
encerra-se na sua perfeição absoluta..." Assim Deus não é solitário, judaico, nem múltiplo, politeísta. Ele é a Trindade para
além de qualquer dedução, razão ou necessidade. Tudo o que se pode dizer é que mônada é solitária, que dois é o número que
separa um do outro e os opõe, e que o número que ultrapassa a separação e desemboca no infinito é o três. É na Trindade que
se encontram de certa forma reunidos e circunscritos o uno e o múltiplo.
Os Padres não procuram justificar
pela razão o número Três; ofuscados eles mesmos pela Luz, eles deixam simplesmente contemplar a plenitude superabundante da
Tri-unidade divina. Mas até esta contemplação é apenas a "sombra pálida da Trindade" pois os Três em Deus transcendem qualquer
número matemático. São Basílio afirma isso no seu Tratado do Espírito Santo: "Nós não contamos indo do um ao múltiplo pela
adição, dizendo um, dois, três ou o primeiro, o segundo e o terceiro. Ao confessarmos as três hipóstases sem dividir a natureza
em multidão, nós permanecemos na Monarquia". Vemo-lo bem: o número em Deus não é uma quantidade, mas exprime a ordem inefável:
três igual a um. A Tríade das Hipóstases "unidas pela distinção e distinção pela união" designa uma diferença que não opõe,
mas se coloca colocando as outras.
A consciência dogmática da Igreja
defendeu com veemência o Mistério trinitário contra as tendências naturais da razão que oscila fatalmente entre o um e o múltiplo,
entre por um lado à essência dos filósofos e os três modos das suas manifestações e isso é o modalismo sabeliano, e, por outro
lado, a divisão em três seres distintos e desiguais e isso é a heresia de Àrio. Igualmente em Plotino, o Uno, a Inteligência
e a Alma do mundo apresentam uma hierarquia decrescente das pessoas por emanação.
Diante de todos esses desvios
da razão natural, era necessária uma metanoia, uma reviravolta radical da inteligência posta em Cristo, para se elevar acima
dos conceitos filosóficos e para receber a Revelação de Deus na sua pureza intacta. Era necessário suprimir o germinar do
unitarismo monoteísta e o triteísmo politeísta.
Essa reviravolta comporta dois
métodos diferentes na sua compreensão do Mistério trinitário e marca assim a diferença das posições teológicas do Oriente
e do Ocidente. O Pe. Régnon, nos seus Études de théoiogie positive sur ia Sainte Trinité, nota isso claramente: "A filosofia
latina encara em primeiro lugar a natureza em si mesma e prossegue até o subordinado (a Pessoa); a filosofia grega encara
em primeiro lugar o subordinado e aí penetra depois para encontrar a natureza. O latino considera a personalidade como um
modo da natureza, o grego considera a natureza como o conteúdo da pessoa. Assim o Ocidente parte da natureza una para considerar
em seguida as Três Pessoas; o Oriente parte das Três Pessoas para considerar em seguida a natureza una". São Basílio, por
exemplo, seguia esse método conscientemente porque ele partia do concreto, em conformidade com a Escritura e com a fórmula
batismal que nomeia o Pai, o Filho e o Santo Espírito.
O Oriente vê o perigo quando
não é a Monarquia do Pai, mas a natureza una que se erige em princípio da unidade na Trindade. Nesse caso, as relações de
origem identificam se com as Hipóstases e as exprimem totalmente. Afirma-se com São Tomás que "o nome de pessoa significa
a relação", é lógico deduzir que são as relações internas. Da essência que a diversificam. Ora, para os gregos, o princípio
de unidade não é a natureza, mas o Pai que estabelece relações de origem em relação a Ele mesmo, como a única Fonte de qualquer
relação. Santo Atanásio declara: "Há um só princípio da divindade e conseqüentemente existe a monarquia da maneira mais absoluta:
um só Deus porque um só Pai". Esta afirmação lapidar torna-se o adágio de todos os Padres orientais. Para eles, confessar
a unidade trinitária é reconhecer o Pai como a única fonte das Hipóstases que simultaneamente recebem dele a mesma e única
natureza. É porque as relações se referem ao Pai que elas significam ao mesmo tempo a unidade e a diversidade. As Pessoas
e a natureza são apresentadas simultaneamente sem que uma preceda logicamente as outras.
"O grego considera a natureza
como o conteúdo da pessoa", o que significa que cada Hipóstase é a maneira pessoal de se apropriar a mesma natureza e, por
conseguinte cada Hipóstase na sua realidade única ultrapassa as simples relações de origem. São Gregório Nazianzeno diz: "A
natureza una nos Três é Deus; quanto à união Kênosis é o Pai, de quem os Outros procedem e para o qual eles se dirigem sem
se confundirem nem se separarem, mas coexistindo com ele".
É o Pai que distingue as Hipóstases,
mas esta distinção ultrapassa o simples plano das origens, pois segundo São Máximo o Pai os distingue "num movimento eterno
de amor". Os Padres distinguem a substância hipostática e a ação manifestadora. No "movimento eterno de amor", o Filho e o
Espírito Santo são inseparáveis na sua ação manifestadora do Pai e eles são inefavelmente distintos como duas Pessoas procedendo
do mesmo Pai. "O Espírito Santo, diz São Basílio, por um lado está ligado ao Filho com o qual ele é concebido inseparavelmente,
e por outro lado o seu Ser está suspenso ao Pai, do qual ele procede... Ele subsiste procedendo do Pai e é manifestado conjuntamente
com o Filho". Em todos os Padres constatamos a afirmação da única Fonte Hipostática do Pai e ao mesmo tempo uma relação íntima
entre o Filho e o Espírito inseparavelmente concebidos e unidos: o Espírito repousa eternamente sobre o Filho e o manifesta.
Os orientais sempre acentuam
fortemente o caráter inefável, apofático da processão dos Dois do único Pai, contra uma noção mais racional que situava o
comum da natureza acima do pessoal. Eles nunca consideraram o Espírito Santo como um vínculo (nexus amo ris) entre o Pai e
o Filho unidos na mesma natureza e constituindo um único Princípio de expiração. Nesse caso, já não são mais duas Hipóstases
distintas, mas a substância impessoal que "espira". Ora a unidade é a unidade dos Três.
Podemos nos interrogar se a
Monarquia oriental não favorece o subordinacionismo no interior da Trindade? São Gregório Nazianzeno responde: "A glória do
Princípio não consiste no baixamento daqueles que procedem dele... Deus é os Três considerados em conjunto; cada um é Deus
por causa da consubstancialidade; os Três são Deus por causa da Monarquia".
O Pe. Régnon chama a atenção
sobre o perigo oposto no Ocidente: "Parece que o dogma da Unidade divina tenha como que absorvido o dogma da Trindade de que
fala apenas por lembrança". E o risco do primado da essência filosófica sobre o concreto escriturístico das Pessoas.
Já não se voltam mais para as Pessoas da Trindade, mas ao "Santo Deus" que não se sabe exatamente quem é. Por outro lado,
várias formas de piedade popular são voltadas exclusivamente para o Cristo, ligando-se forçosamente à sua humanidade e é um
cristocentrismo excessivo. Em compensação o teocentrismo sem precisão conduz à mística do "abismo divino", a Gottheit de Mestre
Eckhart, anterior à Trindade.
A acentuação muito marcada sobre
a natureza condiciona a noção da beatitude do século futuro como visão da essência divina. Ora, para o Oriente a beatitude
designa o infinito da deificação, participação da vida divina e visão da glória trinitária através da humanidade glorificada
do Cristo, "luzeiro de cristal", a essência de Deus sendo transcendente para sempre. Numa figura, podemos representar a triadologia
sob a forma de um ângulo no qual o sopé designa o Pai e os dois pontos onde terminam os lados, o Filho e o Espírito. Esse
esquema exprime a igualdade dos dois, mas não diz nada sobre as suas relações recíprocas salvo a sua relação à única origem
que é o Pai. Segundo o Pe. Serge Boulgakov, o esquema mais correto é um triângulo inscrito num círculo: o movimento é circular,
parte do Pai e volta para ele. O Pai é a fonte da Verdade, o Filho é o princípio de revelação da Verdade do Pai, o Espírito
Santo é o princípio da sua manifestação dinâmica e vivificante, ele é a Vida da Verdade, o seu Espírito. A relação entre o
Filho e o Espírito não é causal: mas é uma relação de interdependência e de condição, pois qualquer relação intradivina é
sempre tripla na circum-incessão eterna do Amor divino. Veremos toda a importância do termo de condição, avançado pelo teólogo
russo Bolotov, e que é bastante esclarecedor em relação ao problema do Filioque.
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HISTÓRIA DOS VERDADEIROS (GENUÍNOS) ORTODOXOS CRISTÃOS – T.O.C./G.O.C.
O crescente número de igrejas e todos os tipos de cultos torna difícil para
alguns, a questão de qual delas é a verdadeira igreja. Dir-se-ia, alguns acreditam que a Igreja Apostólica Original foi dividida
ao longo do tempo e que as igrejas têm hoje apenas vestígios da sua riqueza espiritual original, fragmentos de graça e de
verdade. Esta maneira de pensar sobre a igreja, alguns dizem que há uma chance de reconstruir a partir de sociedades cristãs,
acordos existentes e através de concessões recíprocas. Este ponto de vista está enraizado no movimento ecumênico, que não
reconhece como válido a qualquer das atuais igrejas. Poderia ser o que outros pensam que a Verdadeira Igreja não tem nada
em comum com as igrejas oficiais, mas foram isolados indivíduos que acreditam que oficialmente pertencem a vários grupos religiosos.
Este último ponto de vista foi expresso no ensino da chamada "Igreja invisível", que está sendo expressa pelos teólogos protestantes
hoje. Finalmente, para muitos cristãos é a questão: Será realmente necessária, a Igreja, se o homem é salvo por sua própria
fé?
Todos estes pontos de vista e fundamentalmente errado, equívocos decorrentes
da verdade central do ensinamento de Cristo - a salvação do homem. Leitura do Evangelho e as cartas dos apóstolos se entendem
claramente que na mente de Cristo é para chamar os homens a sua salvação e não individualmente dispersos, mas em conjunto
para criar um Reino em comum, único, cheio de graça divina. Sabemos que o reino do mal, liderada pelo príncipe das trevas,
atuando em conjunto na sua luta contra a Igreja como recordou o Salvador, dizendo: "Se Satanás expulsa o próprio Satanás,
está dividido contra si mesmo: como, Por conseguinte, o seu reino vai sobreviver? "(Mateus 12:26).
No entanto, apesar de todas as nuances do atual ponto de vista sobre a Igreja,
mais bem-intencionada, cristãos admitem que na época dos apóstolos, não foi à Verdadeira Igreja de Cristo como a única comunidade
de homens que estavam a ser salvas. O livro dos Atos dos Apóstolos nos diz sobre o surgimento da Igreja em Jerusalém, onde
50 dias depois da Ressurreição de Cristo, o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos sob a forma de línguas de fogo. A partir
desse dia a fé cristã começou a espalhar-se rapidamente em todas as partes do vasto Império Romano. Como fora espalhar nas
cidades e vilas, há comunidades que foram as primeiras igrejas. Na vida cotidiana, e em virtude das enormes distâncias, estas
empresas foram listadas separadamente, mas eram membros do corpo de uma Igreja Santa, Católica e Apostólica, sendo unidos
por uma fé e uma fonte de santificação sendo recebida a partir dos divinos sacramentos (batismo, comunhão, ordenação ou a
imposição de mãos). No princípio, esses atos eram realizados pelos santos apóstolos.
Mas logo veio a necessidade de auxiliares, e os apóstolos escolheram entre
os membros das comunidades cristãs dos candidatos dignos para serem ordenados como bispos, sacerdotes e diáconos. (Esta foi
à forma como o apóstolo Paulo ordenou como bispos a Timóteo e Tito). Os apóstolos encarregavam-se de acompanhar os bispos
sobre a pureza da doutrina da fé cristã, vida de devoção e do poder de ordenar novos sacerdotes e diáconos. Assim, a Igreja
durante os primeiros séculos foi crescendo progressivamente e se expandido em todos os países, enriquecendo a sua experiência
espiritual através da literatura religiosa, canções e orações para ofícios divinos e, em seguida, a arquitetura dos templos
e arte sagrada, sempre mantendo a essência da Verdadeira Igreja de Cristo.
Os Evangelhos e as Epístolas dos Apóstolos não aparecem imediatamente e em
uma mesma época. Por muitas décadas após o estabelecimento da Igreja, as Escrituras não se constituíram a fonte de ensinamentos.
A fonte da tradição oral, assim nomeada pelos próprios Apóstolos, foi a única base de ensino religioso (1 Coríntios 11: 16,
15:2, 2 Tess. 3:6 e 2:15; Timóteo 1. 6:20). A Igreja tem o peso do critério, em caso de dúvida, para decidir quem tinha razão
e quem não foi. Nos casos em que tem surgido algo, que não correspondia à tradição apostólica, seja em questões de fé, a prática
dos sacramentos e da administração, fora rejeitada como incorreta.
Na seqüência da tradição apostólica, os bispos dos primeiros séculos
cristãos têm controlado todos os manuscritos com todos os cuidados possíveis e, progressivamente, compilaram os Atos dos Apóstolos,
o Evangelho e as epístolas, reunindo todos em um conjunto que obteve o nome de Escritura do Novo Testamento, que conjuntamente
que com a Escritura do Antigo Testamento se constituiu na Bíblia em sua forma atual. Este processo de compilação foi concluído
no terceiro século depois de Cristo. Livros que não coincidiram por completo com a tradição apostólica foram rejeitados como
incorretos e foram chamados de apócrifos. Desta forma, a tradição apostólica tinha a voz decisiva na formação das escrituras
do Novo Testamento, escritas neste tesouro da Igreja. Cristãos de todas as denominações utilizam as Escrituras do Novo Testamento,
muitas vezes, sem o devido respeito, sem perceber que as Escrituras são propriedade da Verdadeira Igreja Cristã, um tesouro
recompilado por ela, atentamente, com muita perfeição.
Graças aos outros pilares da escrita que nos chegaram, soubemos de outras
informações valiosas escritas pelos discípulos dos apóstolos, sobre a vida e a fé das comunidades cristãs nos primeiros séculos
da era cristã. Naquela época, a crença na existência de uma Igreja Apostólica era generalizada. Claro, então, a Igreja teve
a sua "mão visível" na sagrada liturgia e outros tráfegos em seus bispos e padres, orações e hinos, nas leis (Regras Apostólicas)
que regulamenta as relações entre as várias igrejas em todas as manifestações de vida das comunidades cristãs. Portanto, temos
de admitir que o ensino da Igreja Invisível seja um ensinamento novo e incorreto. Ao admitir a existência da Verdadeira Igreja,
Una e Santa, nos primeiros séculos do cristianismo, poderíamos encontrar o tempo em que foi dividida e que tenha deixado de
existir? A resposta honesta a essa pergunta é não. A verdade é que os desvios dos ensinamentos dos apóstolos, heresias, começaram
a surgir ainda na época dos Apóstolos.
Particularmente ativa, revelou os ensinamentos dos Gnósticos, que acrescentou
que os ensinamentos da filosofia cristã pagã elementos. Em suas epístolas, os apóstolos para impedir os cristãos e diretamente
afirmou que os seguidores dessas seitas tinham sido separados da Igreja. Os apóstolos considerados ramos secos que haviam
separado da árvore da Igreja. Do mesmo modo, os sucessores dos apóstolos, os bispos dos primeiros séculos, não reconheceram
os desvios da fé verdadeira mostrada no seu tempo, e separada da Igreja para os seguidores dos mesmos semeadores de contendas,
após as palavras do Apóstolo: "Além disso, se nós ou um anjo do céu anunciar - lhe um evangelho diferente do que vos tem sido
anunciado, seja anátema" (isto é, que seja rejeitado, Gálatas 1:8-9).
Desta forma, nos primeiros séculos do cristianismo estava claro que a Igreja
é uma família espiritual, que desde os tempos dos Apóstolos recebe ensinamentos verdadeiros dos únicos sacramentos e da transmissão
ininterrupta dos sacramentos que passa de Bispo a Bispo. Para os seguidores dos Apóstolos, não houve dúvida de que a Igreja
é absolutamente essencial e indispensável para a salvação. Ela preserva e proclama o verdadeiro ensinamento de Cristo, santifica
aos que crêem e conduz à salvação. Usando as palavras da Escritura, nos primeiros séculos do cristianismo, a Igreja foi concebida
como "Redil das ovelhas "em que Cristo, o Bom Pastor protege seu rebanho "seja do lobo", ou seja,
do diabo. A Igreja também é comparada com uma videira cujos ramos fornecem as forças necessárias para o fiel a vida cristã
e as boas obras. A igreja foi entendida como o Corpo de Cristo, em que cada crente deve exercer o seu serviço de um todo.
A Igreja é representada como a Arca de Noé, nos que foi fiel à travessia do mar da vida e entrou para o "porto seguro" do
Reino Celestial. Da mesma forma, comparando a igreja com uma montanha que sobe acima do erro humano e leva viajantes para
o céu, a comunidade com Deus, anjos e santos.
Nos primeiros séculos do cristianismo, crer em Cristo significava acreditar
que a obra que Ele havia concluído na terra, nos meios que Ele deu aos crentes para a salvação não pode ser perdida ou arrancada
pelos esforços do diabo. Tanto os profetas do Antigo Testamento, como o Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos, mostraram claramente
a continuação da existência da Igreja até o último ano de existência do mundo. "Nos tempos destes reis, o Deus do céu fará
surgir um reino que jamais será destruído, e este reino não irá para outro povo. Pulverizará e aniquilará todos estes reinos,
e ele permanecerá para sempre", e, assim tem profetizado o Anjo ao profeta Daniel (Daniel 2:44). O Senhor prometeu o apóstolo
Pedro: "E eu, por minha vez te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra (de fé e profecia) Eu vou construir a minha Igreja
e as portas do inferno não devem prevalecer contra ela" (Mateus 16:18).
E nós, da mesma forma, se acreditamos na promessa de nosso Salvador, Jesus
Cristo; temos que reconhecer a existência da Sua Igreja no nosso tempo, e até o fim do mundo. Até agora, não disse onde está
esta igreja verdadeira, mas simplesmente expomos a idéia fundamental: a Verdadeira Igreja tem de existir na sua santa, íntegra
e verdadeira natureza. Sendo dividida, ferida, oculta não pode existir como uma Igreja verdadeira.
Então onde está a Igreja Verdadeira? Como encontrá-la entre as, atualmente,
existentes comunidades cristãs?
Prontamente, a Verdadeira Igreja deve conter puro e completo ensinamento
cristão, como foi anunciado pelos apóstolos de Jesus Cristo. O objetivo da chegada à terra do Filho de Deus consistia em trazer
a Verdade para a Terra, tal como ele anunciara antes de padecer na cruz: " Eu para isto tenho nascido e para isso vim ao mundo:
para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade escuta a minha voz" (João 18:37). “O apóstolo Paulo, quando
instruía seu discípulo Timóteo a fim de que desempenhasse as suas funções de Bispo, ele escreveu, finalizando: “Contudo,
caso eu demore, saberás assim como proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus Vivo, coluna e sustentáculo da Verdade"(1
Tim. 3:15).
Temos de reconhecer com pesar que no problema do ensinamento cristão, vemos
grandes diferenças existentes entre as atuais comunidades cristãs. Basicamente, temos de reconhecer que nem todos podem ensinar
corretamente. Se uma igreja, por exemplo, afirma que a comunhão é corpo e sangue de Cristo e a outra nega, é impossível que
ambas sejam verdadeiras. Assim, se uma igreja acredita na realidade espiritual do poder do sinal da cruz e outra o nega, está
claro que uma das duas está sobre equívocos e enganos. A Verdadeira Igreja Cristã deve ser aquela que não tem divergências
doutrinárias com a Igreja dos primeiros séculos da era cristã. Se alguém compara, imparcialmente, os ensinamentos das atuais
igrejas cristãs terão que chegar à conclusão que só a Verdadeira Igreja Ortodoxa dos Verdadeiros Cristãos está professando
a fé perfeita e completa da Antiga Igreja dos Apóstolos.
Outro sinal, segundo o qual se pode encontrar Verdadeira Igreja Cristã é
a Graça ou Força Divina através da qual a Igreja é chamada a santificar e fortalecer aos fiéis cristãos. Ainda que a Graça
seja uma força invisível, existe uma real condição externa, que pode ser avaliada quanto à presença ou ausência de graça "é
a continuidade da tradição apostólica. Desde o tempo dos Apóstolos foi dada a Graça para os fiéis cristãos, através dos sacramentos
do batismo, a comunhão, a imposição das mãos (Unção dos óleos e consagração) e outros. No princípio, os realizadores destes
sacramentos foram os Apóstolos (Atos 8:14-17) e, mais tarde, os bispos e os sacerdotes (sacerdotes se distinguiam dos Bispos
por não ter o poder de consagração a sacerdotes). O direito de realizar esses sacramentos fora transmitido, exclusivamente,
através da sucessão da tradição apostólica - os apóstolos consagravam aos bispos e, apenas estes bispos podiam consagrar a
outros bispos, sacerdotes e diáconos. A SUCESSÃO APOSTÓLICA se assemelha a uma chama sagrada com uma vela que acende
os outros. Se a chama se extinguir, se apagar e a cadeia de Sucessão Apostólica se quebrar, se interromper não haverá mais
sacerdotes, nem sacramentos, nem os meios para santificar aos fiéis cristãos. É por isso que desde o tempo dos apóstolos,
seguiu-se observando e acompanhando a preservação da Sucessão Apostólica: um bispo deve ser consagrado, obrigatoriamente,
por outro Bispo verdadeiro com um auxiliar, também Bispo, cuja consagração ascende, sem interrupção, subindo até a época dos
Apóstolos de Jesus Cristo. Os bispos que haviam caído em heresia ou levavam uma vida indigna foram destituídos e perderam
o direito de administrar os sacramentos ou consagrar para auxiliar, a outros sucessores.
A fé ortodoxa ensina que a vida deve ser construída sobre o princípio do
Amor Cristão. "Logo conhecerão – disse Jesus Cristo - que sois meus discípulos, quando tendes amor entre vós." Na vida
privada, Ortodoxia convida o homem a evitar o pecado, para viver de acordo com mandamentos de Deus e a perfeição moral.
Nossa fé em Deus não deve ser abstrata e teórica, porque fé sem obras é fé
morta. Reconhecemos o enorme poder da oração, que deve ocupar uma posição importante em nossas vidas. Nós rezamos fervorosamente
ao Senhor Jesus Cristo como nosso Salvador, e da Santíssima Virgem Maria e os santos e os primeiros adeptos e intercessores
junto a Deus. A Igreja convida-nos a cuidar da família e do bem-estar da nação, tentando melhorar o poder recebido de Deus,
em inculcar-lhes a mesma humildade, a aversão à ganância, e a compaixão. Todos nós devemos perdoar e não julgar ninguém. Temos
de desenvolver uma tendência para buscar a vida eterna.
Ao longo de sua jornada terrena, a Igreja de Cristo, ora crescia numericamente,
ora caía em declínio. Houve períodos, quando seus
inimigos cantavam vitória, esperando que fossem seus últimos dias. Mas pelo poder de Cristo a Igreja se recuperava, como se
fosse levantada a partir da poeira, enquanto os seus inimigos morriam. Cristo prometeu Sua Verdadeira Igreja para ser invencível
até ao fim do mundo. É preciso lembrar que, como filhos da Verdadeira Igreja Ortodoxa participamos da grande organização mundial.
Na realidade, não há nenhum país ou sociedade maior do que a Verdadeira Igreja Cristã Ortodoxa, porque a ela não só pertencem
os fiéis ortodoxos que vivem na terra, mas todas as pessoas que tenham saído diretamente para o outro mundo, nascendo para
o Reino dos Céus. Com efeito, a Igreja em sua existência celestial - Terrestre cresce, continuamente, e se faz cada vez mais
forte. Permanecendo no seio da Verdadeira igreja, como uma grande nave mãe, nós não corremos perigo de viagem náufraga.
Nós somos fortes na nossa fé em Deus, o Criador, onipresente, onipotente,
onisciente, sapientíssimo e Pai misericordioso. Sua vontade é a nossa Lei, que nos ensina como devemos viver e desenvolver
as nossas capacidades. Nosso objetivo é alcançar e ser abençoado com vida eterna no reino de luz e da Glória. Amém.
Fonte do Original Espanhol Por Father Alexander
PARA UMA MAIOR COMPREENSÃO HISTÓRICA DO MOVIMENTO VETÉRO-CALENDARISTA(OLD CALENDAR)
Retirado de Pro Ortodoxia
Traduzido do espanhol por Pedro Ravazzano
Patriarca Ecumênico Meletios IV
O bem conhecido Patriarca Meletios IV (Metaxakis), nasceu em 21 de Setembro de 1870 no
povoado de Parsas, situado na ilha de Creta, seu nome secular era Emmanuel Metaxakis. Este jovem cretense ingressou no Seminário
da Santa Cruz de Jerusalém em 1889 e foi tonsurado com o nome do Meletios, mais tarde, em 1892 foi ordenado como Hierodiácono;
logo completou sua formação teológica nesse mesmo seminário e foi nomeado secretário do Santo Sínodo de Jerusalém no ano 1900
pelo então Patriarca Damião. Passados alguns anos em seu posto, mais concretamente em 1908, o Hieromonge Meletios foi expulso
conjuntamente com o então administrador Crisóstomo (mas tarde Arcebispo de Atenas) acusado de manter "atividades contra o
Santo Sepulcro".
No livro de Alexander Zervoudakis, intitulado "Famous Freemasons" escreveu que durante
o ano 1909, quando Metaxakis e outros dois clérigos visitaram o Chipre, (um dos quais era o Metropolita Basílio de Anchialos,
um representante oficial do Patriarcado Ecumênico) tomaram contato com uma Loja maçônica a qual rapidamente aderiram. Em 1910,
o Hieromonge Metaxakis se tornou o Metropolita de Kition no Chipre. Possuidor de um "espírito violento, impetuoso e valente"
como o mesmo
Zervoudakis -seu admirador- assinala, o Metropolita Metaxakis, tentou converter-se em
Patriarca Ecumênico em 1912, mas tendo falhado neste intento ele voltou sua atenção para o Chipre, mas como ali também se
viu frustrado, o Metropolita abandonou suas terras e se dirigiu a tentar a sorte na Grécia, onde com o apoio político de Venizelos,
converteu-se em Arcebispo de Atenas em 1918; mas assim que o presidente Venizelos perdeu as eleições, teve que renunciar a
sua Sede.
Conforme nos relata o Bispo Fócio de Triaditsa, em 1921 o Arz. Meletios fez uma visita
aos Estados Unidos, logo depois na data 17 de Dezembro, o embaixador grego em Washington, enviou uma mensagem ao prefeito
da Tessalônica no qual afirmava que o Arz. Meletios Metaxakis "tomou parte em um Serviço Anglicano, ajoelhando-se em oração
com eles, venerou o Altar e depois deu um sermão, para finalizar benzeu os presentes"
Quando o Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Grega foi informado das atividades realizadas
pelo Arcebispo Metaxakis durante sua excursão pelos EUA, eles formaram uma comissão para investigar os fatos. Enquanto continuava
a investigação contra o Arcebispo, ele foi inexplicavelmente eleito como Patriarca de Constantinopla. O Santo Sínodo da Igreja
Grega depôs ao Meletios Metaxakis em 9 de Dezembro de 1921 por causa de uma série de infrações contra a lei canônica e por
causar um cisma; em que pese a esta decisão o Arcebispo Meletios foi entronado como Patriarca Ecumênico em 24 de Janeiro de
1922. A intensa pressão política por parte dos partidários de Venizelos, assim como por parte da Igreja Anglicana, fez possível
sua eleição Patriarcal, fazendo que tempo mais tarde, em 24 de Setembro de 1922, a deposição de Metaxakis fosse levantada.
O Metropolita Germano (Karavangeis) do Santo Sínodo de Constantinopla escreveu em referência
aos mencionados eventos: "Minha eleição em 1921 ao Trono Ecumênico de Constantinopla foi indisputável, dos dezessete votos
emitidos, dezesseis foram a meu favor; então um de meus amigos leigos me ofereceu £10,000 se eu declinasse minha eleição a
favor do Arcebispo Meletios Metaxakis. Naturalmente eu rechacei este desagradável oferecimento com evidente desgosto; ao mesmo
tempo, uma noite, uma delegação de três homens da "Liga de Defesa Nacional" me visitaram de forma imprevista e começaram a
me pedir de modo tenaz e sério que retirasse minha candidatura a favor de Meletios Metaxakis. Os delegados disseram que o
Arcebispo Metaxakis poderia me dar $100,000 pelo Patriarcado e, que graças a suas relações amistosas com os Bispos Anglicanos
da Inglaterra e EUA, sua eleição poderia ser conveniente às causas do governo grego no âmbito internacional; portanto, os
interesses internacionais da Grécia demandavam que o Arcebispo Meletios fosse eleito Patriarca. Isto também era o desejo de
Eleftherios Venizelos. Eu considerei a proposta toda essa noite, posto que o caos econômico reinava no Patriarcado. O governo
de Atenas tinha cessado de enviar subsídios, e não havia outra fonte de ganhos. Os salários regulares não puderam ser pagos
durante nove meses. As organizações de caridade do Patriarcado estavam em um estado financeiro crítico; por estas razões e
pelo bem do povo, eu aceitei a oferta..."
Deste modo, para assombro de todos, no dia seguinte, em 25 de Novembro de 1921, o Arcebispo
Meletios se tornou o Patriarca de Constantinopla. A natureza não-canônica desta eleição ficou clara quando dois dias antes
da dita eleição, em 23 de Novembro de 1921, houve uma proposta feita pelo Sínodo de Constantinopla para propor a eleição sobre
razões canônicas. A maioria dos membros votaram a favor de aceitar esta proposta; entretanto, no mesmo dia, os Bispos que
tinha votado a favor da eleição patriarcal foram substituídos por outros bispos, este movimento permitiu a
eleição do Arcebispo Meletios como Patriarca; conseqüentemente, a maioria dos Bispos
do Patriarcado de Constantinopla que tinham sido enganados se reuniram em Tessalônica e anunciaram logo que: "a eleição do
Arcebispo Meletios Metaxakis, foi realizada em violação aberta aos Santos Cânones" e propuseram empreender "uma eleição válida
do Patriarca de Constantinopla". Neste espírito, finalmente Meletios conseguiu ser confirmado no Trono Patriarcal. Foi precisamente
sob a pressão do recém eleito Patriarca Meletios IV, que o Patriarcado de Constantinopla aceitou a validez das ordens anglicanas
no ano 1922. Logo depois disto, em 1923, Meletios deu início ao Congresso "Pan-Ortodoxo" (Maio 19 - Junho 8).
A Comunidade Ortodoxa Mundial não esteve satisfeita com os resultados deste Congresso
Pan-Ortodoxo. Em meados de Junho foi realizado um ataque sobre as premissas patriarcais através de um artigo titulado "O Calendário
Juliano". Finalmente Meletios IV foi obrigado a retirar-se devido à indignação extrema que provocou à população ortodoxa de
Constantinopla, e os mesmos gregos desbarataram as pretensões de seu patriarcado, condenando-o ao exílio e punição.
Segundo os mesmos relatos do Bispo Fócio: Em 1 Julho de 1923, sob pretexto de enfermidade
e da necessidade de um tratamento médico adequado, o Patriarca Meletios IV deixa Constantinopla. Em 20 de Setembro de 1923,
por pressões do governo grego e mercê à intervenção do Arcebispo Crisóstomo de Atenas, o Patriarca Meletios renuncia seu ofício
patriarcal. Uma vez no Egito, com a ajuda de uns clérigos anglicanos, e devido ao feito de que naquele tempo Grã-Bretanha
ainda governava o país, os homens do governo britânico pressionaram fortemente sobre o governo egípcio a fim de que confirmassem
- em Maio de 1926 - ao Arcebispo Meletios, desta vez, como Patriarca da Alexandria. Em suas concludentes palavras a respeito
de Meletios Metaxakis, o Bispo Fócio relata o seguinte: Como Patriarca Alexandrino, " ao custo de desaprovação e divisões",
instituiu o novo calendário para a Sede Patriarcal de Alexandria.
Enquanto ainda era Patriarca de Constantinopla, Metaxakis, tinha estabelecido fortes
laços com a "Igreja Ortodoxa Viva" a qual era patrocinada pelo Regime Soviético. O Sínodo da "Igreja Viva" ou "Obnovlencheskaya
Tserkov", em ocasião da eleição de Meletios como Patriarca de Alexandria redigiu a seguinte mensagem: "O Santo Sínodo recorda
a sincera e melhor boa vontade, assim como também o apoio moral, que Sua Beatitude nos mostrou enquanto era Patriarca de Constantinopla,
entrando em comunhão conosco como o único legítimo órgão de governo da Igreja Ortodoxa Russa"
Finalmente, e apesar de estar gravemente doente, o Patriarca Meletios se ofereceu como
candidato para o cargo de Patriarca de Jerusalém, mas para sua frustração a eleição não teve êxito. O Metropolita Metódio
Kondostanos escreveu: "Este exílio na Terra Santa, de Kition, de Atenas e de Constantinopla, mostra quão instável, desassossegado,
faminto de poder, e demoniacamente maligno ele era. Ele não tinha escrúpulo algum em arrebatar o Trono de Jerusalém, ainda
quando já ocupava o de Alexandria, dado a seus desejos de promover a si mesmo. O Patriarca Meletios Metaxakis, morre finalmente
em 28 de Julho de 1935, sendo sepultado na cidade do Cairo. Uma testemunha, naquele tempo protodiácono, o Arcebispo Athenagoras
de Thyateira e Grã-Bretanha, declarou que a Meletios Metaxakis foi dado um funeral completamente maçônico.
Como Patriarca Ecumênico, Metaxakis, fiscalizou as 10 sessões do Congresso Pan-Ortodoxo
de 1923. Neste congresso, um Bispo anglicano chamado Charles Gore, chamou especial atenção, graças a um convite feito pelo
Patriarca Meletios, ele esteve
inclusive convidado a estar sentado à direita do Patriarca Ecumênico, e a participar
das sessões. As propostas que foram levadas adiante e adotadas por este congresso são as seguintes: mudanças nas Páscoas e
no calendário das festividades da Igreja, a modo que coincidam com as usadas no Ocidente; a redução de jejuns e serviços litúrgicos,
a abolição da proibição do matrimônio dos sacerdotes logo depois de ordenados, assim como também a abolição das vestimentas,
destruir o clero.
Cabe mencionar que unicamente três Igrejas Ortodoxas estiveram representadas no Congresso
de 1923: a da Grécia, Romênia e Sérvia. Os Patriarcados de Alexandria, Antioquia e Jerusalém não se fizeram presentes. O Patriarca
Meletios IV e seu Sínodo adotaram as resoluções antes mencionadas em contradição com os Concílios Pan-Ortodoxos de 1583, 1587,
e 1593, os quais condenavam o uso do calendário gregoriano para o uso litúrgico dentro da Igreja Ortodoxa. O uso litúrgico
do Calendário Gregoriano tinha sido condenado sinodalmente em outras muitas ocasiões, como por exemplo: por parte do Patriarca
Dositeos de Jerusalém em 1670; por parte do Patriarca Ecumênico Agatângelo em 1827; pelo Patriarca Ecumênico Anthimos em 1895;
o Santo Sínodo da Igreja de Constantinopla em 1902 e 1904; os Santos Sínodos da Rússia, de Jerusalém, da Grécia e da Romênia,
cada um de forma independente, condenaram o uso do calendário gregoriano em 1903; o Santo Sínodo da Grécia o fez novamente
em 1919, e o Sínodo do Patriarcado de Alexandria em 1924.
As Igrejas de Constantinopla, Grécia e Romênia, foram as únicas que aceitaram a inovação
do Calendário de forma imediata, quebrando deste modo sua unidade litúrgica com o resto das Igrejas Ortodoxas locais, em ordem
a celebrar suas festividades conjuntamente com as Igrejas Ocidentais. Para dizer de outro modo, a mudança de calendário foi
aceito exatamente pela mesma razão por que antes foi condenado por três Concílios Pan-Ortodoxos do século XVI: "o espírito
do Uniatismo"
É importante tomar nota das práticas desonestas do Patriarca Meletios para justificar
a mudança de calendário, tal como aponta Perepiolkina "Os métodos com os quais Meletios IV (Metaxakis) usou para introduzir
o Novo Calendário merece uma especial atenção. Assim em sua carta ao Arcebispo Serafim da Finlândia, datada de 10 de Julho
de 1923, Meletios IV expressa uma mentira manifesta, quando afirma que o novo calendário é aceito em acordo a uma demanda
popular e conjunta das demais Igrejas Ortodoxas.
Alguns anos antes destes fatos, em 1918, o Arquimandrita Crisóstomo Papadopoulos escreveu
um artigo no periódico eclesiástico "Church Herald", nessa publicação se mostrava contrário à reforma do calendário e o rechaçou
de maneira agressiva. O Arquimandrita se apoiava para sustentar tal rechaço nas decisões dos Concílios Pan-Ortodoxos do século
XVI. No ano seguinte, em 1919, Papadopoulos escreveu outro artigo em nome da Igreja Ortodoxa Grega, na qual rechaçava com
firmeza qualquer troca no calendário apoiando-se em toda a tradição prévia. Entretanto, e muito apesar de todos seus escritos,
quando exerceu o cargo de Arcebispo de Atenas, ele trocou o Calendário Litúrgico da Igreja Grega de acordo às prescrições
do Calendário Gregoriano no ano 1924. Esta mudança se realizou, conforme fomos informados, devido às pressões do governo da
Grécia.
O novo governo revolucionário de Plastiras, de triste memória, disse em uma ocasião:
"Não achamos o Arcebispo Teokletos (antecessor do Arz. Crisóstomo) conveniente aos nossos propósitos" portanto no dia 25 de
Fevereiro de 1923 foi substituído de modo arbitrário pelo antes mencionado Arquimandrita Crisóstomo Papadopoulos. Em 14 de
Dezembro do mesmo ano, o Governo Revolucionário aboliu a antiga carta
constitucional sob a qual a Igreja Ortodoxa da Grécia tinha operado por setenta anos,
para substitui-la por outra nova que abolia o Governo Sinodal de cinco Bispos; a partir disso o único corpo de governo seria
a totalidade do Sínodo de Bispos convocados uma vez ao ano. Enquanto isso, o dia a dia dos assuntos administrativos da Igreja
Grega eram deixados nas mãos do Arcebispo, para depois serem ratificados cada ano pelo Sínodo anual. O Governo Grego, também
se reservou o direito de transferir ou retirar bispos sobre o conceito de "conveniência"
"Foram ratificadas estas condições que um Sínodo Geral da Igreja Ortodoxa Grega seja
convocado nos dia 24/30 de Dezembro de 1923". O então Ditador: Plastiras, o Primeiro-ministro: Gonatas, e o Ministro da Educação
e Assuntos Religiosos: Stratigopoulos estiveram presentes naquele Sínodo. O Ministro dos Assuntos Religiosos falou sem ambigüidades
a respeito da necessidade de concordância entre os calendários civil e religioso.
O Ditador e homem forte da Grécia, Plastiras, fez conhecer seus planos aos Bispos da
Igreja Ortodoxa Grega com uma linguagem clara: "A Revolução demanda deixar toda preferência pessoal a um lado e proceder à
purgação da Igreja... A Revolução espera de vocês um trabalho útil para a próxima geração como resultado de seus trabalhos,
e estará feliz por considerar ter iniciado um renascimento da Igreja... Conseqüentemente, vocês não poderão deixar-se limitar
por cânones ancestrais, a não ser tomar medidas radicais"
O Arcebispo Crisóstomo Papadopoulos obteve do Santo Sínodo uma resolução lhe dando a
autoridade para fazer a mudança de calendário, só se o resto das Igrejas Ortodoxas acatavam as decisões do Congresso de 1923,
e com a óbvia aprovação do Patriarcado Ecumênico. De fato, nenhuma outra Igreja Ortodoxa contemplou muito seriamente realizar
tais mudanças, incluído o próprio Patriarcado Ecumênico, posto que o Patriarca Meletios IV, foi jogado de Constantinopla por
seus próprios seguidores nos finais do Congresso de 1923. Seu sucessor, o Patriarca Gregório, estava preocupado por pôr ordem
na Igreja em Constantinopla depois do intercâmbio de populações realizado entre a Turquia e Grécia. O Arcebispo Crisóstomo
obteve uma resolução sobre a condição de que ele supria ao Sínodo Grego em aceitar a mudança, com a prova sob a forma de evidência
escrita de que várias Igrejas locais tinham aprovado o Novo Calendário no Congresso Pan-Ortodoxo a princípios daquele ano;
entretanto ele nunca conseguiu essa evidência.
Arcebispo Crisóstomo Papadopoulos
Nos próximos dois meses, o Arcebispo Crisóstomo manteve correspondência com o Patriarca
Ecumênico Gregório, na qual tratava de persuadir o de aceitar o novo calendário, mas o Patriarca vacilante, solicitava cartas
das outras Igrejas Ortodoxas. O Arcebispo Crisóstomo ante esta situação, já tinha decidido nesta matéria, a mudança se realizaria-nos
dia 10/23 de Março de 1924.
O Arcebispo Crisóstomo usou os ofícios do Ministro Grego de Assuntos Exteriores a fim
de pôr pressão sobre o Patriarca Gregório. Ele, então, solicitou através de uma missiva que o Ministro relatasse às restantes
Igrejas Ortodoxas, que a Igreja Grega estava levando a cabo a "decisão" de reformar o calendário que tinha tomado o Patriarcado
Ecumênico, e por outro lado, deveria informar ao Patriarcado, em particular, que isto já tinha sido decidido por parte da
Igreja Ortodoxa Grega. A carta mencionada foi datada no dia 4 de Março de 1924, e como evidentemente não é um segredo para
ninguém, que o Patriarcado é dependente do Estado Grego no que respeita a seu manejo financeiro, escassamente pôde opor-se
a seus desejos; portanto a mudança de calendário teve lugar no dia 10/23 de Março de 1924, tal qual o planejado pelo governo
grego. Isto foi anunciado por meio de uma encíclica assinada só pelo Arz. Crisóstomo com a anuência do Sínodo da Igreja Grega,
tão só sete dias antes de realizar a mudança. A notícia foi disseminada por telégrafo a vários jornais do país, sendo publicada
naquele domingo 3/16 de Março de 1924
A reação imediata das outras Igrejas Ortodoxas foi altamente negativa, o Patriarca de
Jerusalém enfatizou que o "novo calendário" era inaceitável para sua Igreja, a causa do risco que supunha o proselitismo latino
na Terra Santa. O Patriarca de Antioquia disse que isto ameaçava a unidade da Igreja; só os Patriarcados de Constantinopla
e Romênia aceitaram a mudança.
A oposição mais forte à mudança de calendário entretanto veio da parte do Patriarca Fócio
de Alexandria; ele chamou um Sínodo local em Alexandria na qual decidiu que a mudança de calendário era absolutamente desnecessária,
e que tendo se consultado com o Patriarca Gregório de Antioquia, o Patriarca Damianos de Jerusalém, e com o Arcebispo Cirilo
do Chipre, tinham decidido que não deveria haver mudanças. O Sínodo expressou pesar e dor que tais coisas pudessem ser consideradas,
declarando que esta mudança era uma ameaça à unidade da Igreja Ortodoxa, não unicamente na Grécia, mas sim em todo mundo.
Em que pese a esta forte oposição inicial, o Patriarcado de Alexandria finalmente sucumbiu,
posto que os fatos se deram da seguinte maneira: Logo após o Congresso Constantinopolitano de 1923, o qual aceitou o novo
calendário, o Patriarca Ecumênico, Meletios IV - como já mencionamos antes - deveu fugir para conservar sua vida frente à
cólera de seu próprio rebanho, e também por causa dos reversos políticos e militares sofridos pelos gregos em mãos das forças
turcas na Ásia Menor durante o ano 1924. Meletios Metaxakis, apesar de tudo, converter-se-ia graças à ajuda dos ingleses,
em Patriarca de Alexandria, acontecendo ao Patriarca Fócio, que havia se oposto às mudanças que Meletios tinha feito na Sé
de Constantinopla. Uma vez instalado em sua nova Sé, instaurou ali também o novo calendário, apesar disto, a maioria do clero
seguia simpatizando com os cristãos tradicionais da Grécia, especialmente durante o governo do Patriarca Alexandrino Cristóforo
(1939 – 1966), que tinha sido Metropolita de Leontopolis no Egito antes de alcançar o Trono Patriarcal. Apesar de seu
apego ao calendário Juliano, o Patriarca Cristóforo, não pôde restaurar o calendário eclesiástico tradicional no Patriarcado
de Alexandria devido às pressões do governo grego; posto
que as autoridades estatais alegavam a unidade da "Diáspora Grega", a Unidade da Igreja
e suas decisões conciliares.
Como resultado destas políticas nasce o conceito da Igreja Estatal Grega, a qual deveria
usar dali em diante o "novo calendário", convertendo-se deste modo na Igreja Oficial. Em oposição a este conceito eclesiástico
de pensamento secular nascem os Vétero-calendaristas, os quais foram considerados malfeitores e cismáticos por rechaçar o
uso do Calendário litúrgico Católico Romano, assim como também por se negarem a considerar as tantas seitas e denominações
cristãs como "Irmãos e Irmãs Cristãos", sem antes considerar em que acreditam sortes seitas ou que doutrina ensinam. O Vétero-calendarismo
rechaçará com indubitável convicção esta forma de falsa atividade ecumênica, que defende um falso conceito de unidade cristã.
ORGANIZAÇÃO ECLESIÁSTICA DO VETERO-CALENDARISMO
Traduzido para o espanhol por Padre Gorazd- Hieromonge
Traduzido do espanhol por Pedro Ravazzano
Em seu início, os vétero-calendaristas não chegaram a formar um verdadeiro corpo eclesiástico,
posto que careciam de Bispos que lhes dessem uma forma de governo apostólica. Os vétero-calendaristas viram nutrir suas filas,
então, por parte de sacerdotes que discordavam dos atos do então Arcebispo Crisóstomo de Atenas, ou então, por monges do Monte
Athos descontentes com as diretrizes emanadas do Phanar por parte do Patriarca Meletios IV, assim como de seu sucessor Gregório.
Um fato que teve grande importância na organização interior do vétero-calendarismo grego
foi o milagre ocorrido no Monte de Hymettos nos subúrbios de Atenas. Na noite da Festa da Exaltação da Preciosa Cruz - segundo
o Calendário Juliano - 14 de Setembro de 1925, apareceu de maneira milagrosa uma Cruz luminosa sobre a Capela de São João
o Teólogo; perto de 2.000 pessoas presenciaram a visão, incluindo o polícia enviado para desagregar às pessoas que ia ao Serviço
de Vigília e prender o sacerdote. O milagre causou uma profunda impressão entre os fiéis, incluindo a conversão da polícia
presente, que possibilitou que o serviço continuasse sem interrupção. O movimento vétero-calendarista deu um grande significado
espiritual ao milagre, o qual reafirmou em um plano sobrenatural a postura dos leigos e clérigos que seguiram fiéis ao tradicional
calendário Juliano.
Milagre da aparição da Santa e Vivificante Cruz
Os seguidores do velho calendário foram tidos pelas autoridades estatais gregas, como
elementos subversivos à nova ordem que deveria instaurar-se na Grécia, portanto foram perseguidos com a mesma ferocidade com
que se perseguia a qualquer dissidente político daquela época; em troca para a Igreja Oficial, era como uma ameaça real à
Unidade da Igreja Ortodoxa; por tal razão não duvidavam em apelar ao braço secular do Governo para sossegar todo desacordo
no plano eclesiástico que pudesse minguar o poder de sua Hierarquia complacente com as autoridades. Um fato que elucida muito
bem a situação exposta foi o ocorrido em Ática, quando um grupo de fiéis ortodoxos gregos que desejavam permanecer fiéis a
seu antigo calendário litúrgico, no dia da festa dos Santos Arcanjos, 8 de Novembro de 1927, foram atacados depois de ter
assistido à Liturgia, pela polícia. Na revolta são feridas com gravidade duas mulheres, uma delas é alvejada enquanto protegia
o sacerdote, o nome desta mulher era Catarina Routis, que morreu uma semana depois, em 15 de Novembro, deixando órfãos a dois
meninos; esta jovem mulher se converteria na primeiro mártir da causa vétero-calendarista na Grécia.
Mártir Catarina Routis
A morte desta jovem mulher não acalmou absolutamente a situação, nem fez reconsiderar
ao Arcebispo Crisóstomo de Atenas sua violenta política repressiva aos fiéis ortodoxos gregos que desejavam manter suas tradições
religiosas intactas. Em 24 de Abril de 1926, a Igreja Estatal da Grécia publica uma severa encíclica, Protocolo Número 2398/2203,
a qual se dirigia contra os Cristãos Ortodoxos Tradicionais. O curioso da Igreja Grega naquele tempo, era sua aproximação
e tolerância às diversas denominações cristãs, ainda para as mais peculiares, reconhecendo nelas um certo grau de Graça Divina;
entretanto se mostrou reacionária em grau extremo aos próprios fiéis ortodoxos que se apegavam a suas antigas tradições canônicas,
considerando-os privados de Graça Sacramental e chegando a ordenar a prisão deles, e inclusive a demolição de seus lugares
de culto.
Face à forte perseguição, lá pelo ano 1930, os cristãos ortodoxos do velho calendário
contavam com quase 800 capelas na Grécia. O clero vétero-calendarista seguiu apelando ante o Santo Sínodo da Igreja Grega,
nos anos 1929 e 1933, a fim de que condenasse o calendário Gregoriano, tal como o tinham feito os três Concílios Pan-Ortodoxos
do século XVI. Eles chamaram à Igreja Ortodoxa Grega a retornar ao tradicional calendário litúrgico a fim de evitar o cisma
dentro da Grécia. Entretanto a continuidade das perseguições não fizeram mais que mostrar que a "abertura" da Hierarquia grega
daquela época tinha mais compromisso político internacional que de uma genuína mudança para uma mentalidade mais aberta.
Com à perseguição liberada pelo Arcebispo Crisóstomo de Atenas, através da polícia e
das autoridades do governo grego, 11 Bispos da Igreja Oficial Grega simpatizavam em segredo com os fiéis vétero-calendaristas,
apoiando-os assim que podiam; entretanto esta solidariedade não era jamais expressa em forma aberta, posto que a maioria dos
Bispos foram persuadidos por medo à perseguição e a perder o sustento econômico proveniente das arcas do Estado Grego.
Em Maio de 1935, algo mudou, os Metropolitas Germano de Demetrias, Crisóstomo de Florina
e Crisóstomo de Zakynthos (que foi aceito pelos dois primeiros por meio da imposição de mãos, posto que tinha sido consagrado
depois da mudança de calendário), anunciaram ao Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Grega que eles tomariam, em diante, o cuidado
pastoral daqueles ortodoxos que continuavam fiéis ao antigo calendário na Grécia, e que conformariam um Sínodo para governar
à Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia.
Os três Metropolitas que deixaram a Igreja Oficial, da esquerda para direita: Crisóstomo
de Florina, Germano de Demetrias e Crisóstomo de Zakynthos
Em 13 de Maio de 1935, na presença de 25.000 fiéis, os Metropolitas Germano de Demetrias,
Crisóstomo de Florina, e Crisóstomo de Zakynthos consagraram o primeiro de quatro novos bispos da Igreja Ortodoxa Tradicional
na Grécia: Germano das Ilhas Ciclades, e dias mais tarde, Cristóforo de Megara, Policarpo de Diavlia, e Mateus, como bispo
sufragâneo da Brestena.
Aqueles sete Bispos tiveram Germano de Demetrias como seu presidente, que tinha sido
o segundo em dignidade após o Arcebispo Crisóstomo (Papadopoulos) de Atenas - da Igreja Ortodoxa Grega Oficial -, em tanto
que Crisóstomo de Florina era o mais erudito e respeitado entre os Líderes da Igreja Oficial, e agora entre os da C.O.G. (Cristãos
Ortodoxos Genuínos) - a Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia.
As ações e declarações do Sínodo de Bispos provocaram uma intensa reação tanto da Igreja
Estatal Grega, como por parte das autoridades do governo; como resultado disto os sete Bispos foram imediatamente presos pelo
governo, mercê à insistência do Arcebispo Crisóstomo de Atenas e deveriam comparecer diante de um tribunal eclesiástico no
mês de Junho de 1935, sob os cargos de causar divisões e distúrbios por organizar "assembléias ilegais" e de mostrar desprezo
pela única Igreja "canônica" e "legal". Durante este julgamento, o qual teve lugar na Catedral Metropolitana de Atenas, congregou-se
uma grande multidão liderada por 40 sacerdotes e 70 monges, os quais cantaram na praça localizada a frente da Catedral o Cânon
de Suplica à Mãe de Deus; e que peso o fato de que apesar da manifestação ser pacífica, eles foram atacados pela polícia,
e dispersados violentamente; durante essa jornada de repressão foram feridas ao redor de 100 pessoas, entre as quais estava
o futuro ArcebispoAuxêncio de Atenas e Toda a Grécia.
Polícia grega ataca os fiéis em frente à Catedral de Atenas
O resultado deste julgamento foi anunciado em 15 de Junho de 1935. Três dos Bispos: Germano
de Demetrias, Crisóstomo de Florina, e Germano das Ilhas Cíclades, foram deportados, mas o Bispo Mateus da Brestena, devido
a seu delicado estado de saúde, foi confinado em seu monastério; e os restantes Bispos: Crisóstomo de Zakynthos, Policarpo
de Diavlia, e Cristóforo de Megara se retrataram e voltaram para a Igreja Estatal Grega.
Antes que os anteriormente citados Líderes fossem enviados a seus lugares de exílio ou
detidos, eles enviaram a seus fiéis uma Encíclica Pastoral; devido a que os "novos calendaristas" rechaçaram finalizar o cisma
e a reconhecer os Sacramentos e Ordens Sagradas do Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia - ou C.O.G. - (Cristãos
Ortodoxos Genuínos). Era realmente curioso que em tanto que a Igreja Ortodoxa Grega Oficial reconhecia os Sacramentos e Ordens
Sagradas dos Não-Ortodoxos, não o fizesse também, ao menos de modo oficial, com os Sacramentos emanados dos cristãos ortodoxos
do Velho Calendário, que definitivamente pertenciam a seu próprio tronco Apostólico; é por esta razão que em reação o Santo
Sínodo dos Vetero-calendaristas Gregos publicaram oficialmente através do mencionado documento que a "Igreja Oficial do Novo
Calendário era cismática e que suas Sacramentos eram inválidos" apoiando-se simplesmente nas afirmações feitas por Crisóstomo
Papadopoulos um ano antes de converter-se em Arcebispo de Atenas e impulsionar a mudança de calendário.
Por volta do final de 1935, com o encargo do posto de Primeiro-ministro de Jorge Kondylis,
cessaram em parte as perseguições, já que este as encontrava politicamente embaraçosas; portanto, aos quatro Bispos foi permitido
retornar a Atenas. Graças a esta resolução os Metropolitas Germano de Demetrias, Crisóstomo de Florina, Germano das Ilhas
Cíclades, e o Bispo Mateus da Brestena, puderam constituir novamente o Sínodo da Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia. Em
1937, o Metropolita Crisóstomo de Florina envia por meio de uma carta pessoal ao Bispo Germano das Ilhas Cíclades, uma sensata
mensagem onde deixa muito claro sua opinião sobre que em realidade a "Igreja Oficial Estatal da Grécia era potencialmente
cismática"
É evidente que a carta do Metropolita Crisóstomo estava destinada a moderar a forma com
que -especialmente nos primeiros anos - o tema se converteu em um complexo assunto de Estado. Era certo, por outro lado, que
houve elementos contraditórios na disputa pelo calendário, o que causou uma considerável confusão entre os próprios vétero-calendaristas.
A principal causa desta confusão era a ambivalência dos mesmos Bispos Gregos da Igreja Oficial. Para alguns ortodoxos tradicionais,
a mudança de calendário não supunha diretamente uma mudança no plano doutrinal, embora violava sem lugar a dúvidas, sua unidade
litúrgica. Sobre esta linha se apoiava uma Encíclica publicada anos antes, em 1920, pelo próprio Patriarcado Ecumênico, na
qual se afirmava que uma mudança de calendário teria como objeto unicamente "entrar" em
uma aproximação com as denominações heterodoxas e seitas. Por outro lado, embora o Patriarcado
de Constantinopla tenha reconhecido em sua célebre Encíclica de 1920 às denominações heterodoxas e seitas como "Igrejas de
Cristo" e "Herdeiros do Povo de Deus" e a Igreja Grega Estatal tenha condenadoaos vetero-calendaristas em outra Encíclica
de 1926, era evidente que muitos Bispos dentro de suas filas rechaçavam aquelas inovações teológicas e apoiavam os ensinos
tradicionais da Igreja Ortodoxa; também era certo que embora muitos Líderes da Igreja Oficial respiraram a perseguição aos
ortodoxos da Igreja Tradicional da Grécia, desprestigiando seus templos e inclusive a seu Santos Mistérios, outros no entanto,
simpatizaram e ajudavam os vétero-calendaristas. Finalmente, já que os Concílios Pan-Ortodoxos do século XVI tinham posto
sob anátema qualquer que pudesse introduzir mudanças no calendário e o "Pascalión" (método para determinar a data das Páscoas
de cada ano) o qual tinha sido instituído nada menos que pelo Primeiro Concílio Ecumênico no ano 325, e pelo qual, eles admitiam,
tinham estado ligado a todos os Ortodoxos.
Em vistas a esta situação sem precedentes, o Metropolita Crisóstomo de Florina, fez evidente
que as coisas não estavam muito claras, e que portanto deveria "esperar para ver"; por este motivo, ele modificou e moderou
sua posição original. O Metropolita Crisóstomo, acreditava que a situação imperante poderia melhorar, e apoiava suas esperanças
em que se poderia convocar um Concílio Pan-Ortodoxo de todas as outras Igrejas locais (que antes não tinham participado) e
que logo poderiam convir em condenar aquela inovação, e que, portanto o Patriarcado Ecumênico e a Igreja Grega poderiam retornar
às posições tradicionais da Ortodoxia, e voltar para Calendário Juliano; também era inegável que alguns oficiais do governo,
assim como alguns ministros prometeram ajuda ao Sínodo da Igreja Ortodoxa Tradicional ( ), mas os acontecimentos históricos
posteriores demonstraram que as esperanças do Metropolita Crisóstomo eram vãs.
Metropolitas Crisóstomo de Florina, Germano de Demetrias e Germano das Cíclades, com
clero e o povo na procissão da festa da Teofania, 1937
Em Novembro de 1937 o Metropolita Crisóstomo escreveu uma extensa carta pessoal ao Bispo
Germano das Ilhas Cíclades; esta carta versava sobre o modo de recepção dos cristãos ortodoxos provenientes da Igreja Oficial;
ambos, o Metropolita Crisóstomo e o Bispo Germano coincidiam na forma de fazê-lo; quer dizer, que eles deveriam ser
recebidos só por uma Confissão de Fé; entretanto o Bispo Germano havia agora trocado
de parecer e estava de acordo com o Bispo Mateus da Brestena, o qual sustentava que todos os "novos calendaristas" deveriam
ser recebidos por meio da Santa Crisma de acordo com uma estrita interpretação dos cânones que tratavam o tema do cisma, portanto
a Graça tinha abandonado à Igreja Ortodoxa Grega Oficial. Entretanto o Metropolita Crisóstomo sentia que tal decisão deveria
ser tomada por um Concílio Pan Ortodoxo onde todas as Igrejas Ortodoxas estivessem presentes. Em sua carta ao Bispo Germano,
o Metropolita Crisóstomo da Florina foi bastante áspero em seu estilo.
É na verdade notável que nessa cartas o Metropolita Crisóstomo enfatiza que naquele ano
de 1937, ele estava expressando sua "pessoal e completamente privada opinião" concernente ao status da Igreja Oficial do Novo
Calendário.
Entretanto, o presidente do Sínodo da Igreja Ortodoxa Vétero Calendarista, o Metropolita
Germano de Demetrias, estava de acordo com o ponto de vista de Crisóstomo de Florina, tanto que os Bispos Germano das Cíclades
e Mateus da Brestena viram esta posição como uma traição; por este motivo eles se separaram dos Metropolitas Germano e Crisóstomo
de Florina, e mais tarde, os Bispos Mateus e Germano das Cíclades se separaram cada qual para seu lado devido a outras controvérsias
surgidas entre eles.
Como resultado destas divisões, os seguidores do Metropolita Crisóstomo de Florina (os
quais eram majoritários) começaram a ser conhecidos como "Florinistas", e aqueles que seguiram ao Bispo Mateus ficaram conhecidos
como "Mateístas"
Em 1943, durante a ocupação Nazista da Grécia, o Metropolita Germano de Demetrias faleceu,
deixando sozinho o Metropolita Crisóstomo. Meses mais tarde, em 1944, os Bispos Cristóforos de Cristianopolis (antigo bispo
de Megara) e Policarpo de Diavlia, ambos consagrados em 1935 pelos Metropolitas Crisóstomo de Florina, e o falecido Germano
de Demetrias, se unem. Por outro lado, o Metropolita Germano das Ilhas Cíclades, reuniu-se novamente com o Metropolita Crisóstomo,
vendo a possibilidade de resolver suas antigas diferenças. Estes acontecimentos pareceram confirmar um certo acordo entre
os Bispos de como dirigia o Metropolita Crisóstomo, o assunto dos "Novo Calendaristas".
Metropolitas Germano de Demetrias e Crisóstomo de Florina
Entretanto, o Bispo Mateus, que agora se encontrava mas só do que nunca, não pôde encontrar
nenhum outro bispo que compartilhasse seus pontos de vista; e por tal motivo, em clara violação ao primeiro Cânon Apostólico,
ele consagrou com suas mãos, quatro novos Bispos em Agosto de 1948.
Bispo Mateus de Brestena
Os nomes e títulos daqueles Bispos foram: Espiridião de Trimithus, André de Patras, Demétrio
da Tessalônica, e Calisto de Coríntios. Um daqueles Bispos, o santíssimo bispo Espiridão, passou os últimos anos de sua vida
em reclusão, se recusando a celebrar como Bispo, posto que se encontrava arrependido de ter sido consagrado de forma tão não-canônica.
Aquelas consagrações tão ilegítimas foram em detrimento do apoio outorgado aos mencionados Bispos, e muitos leigos, clérigos
e monges abandonaram ao Bispo Mateus por suas ações não-canônicas, posto que, com muito bom tino, afirmavam que: "Como nós
podemos censurar a outros por não seguir os Santos Cânones, quando nós mesmos violamos os cânones básicos concernentes à consagração
de Bispos?". É importante lembrar que, o Bispo Mateus, um homem de
grande integridade pessoal, virtude, e ascetismo, tal como era admitido por todos, seguiu
sua forma de proceder, iniciando deste modo a divisão entre "o Florinistas" e "Mateuítas" que se conserva até os dias de hoje.
Em Janeiro de 1950, o Metropolita Germano das Cíclades, que tinha sido detido por ordenar
sacerdotes, foi posto em liberdade e se uniu novamente ao Sínodo da Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia, cujo presidente
era o Metropolita Crisóstomo de Florina, isto deu grande alegria aos vétero-calendaristas gregos que viram reforçado seu Sínodo.
Os Mateuítas e Florinistas, entretanto, fizeram muitos intentos de reconciliação, mas
estes foram infrutíferos. Stavros Karamitsos, um teólogo e autor do livro "Agonia no Jardim do Getsemaní", descreveu, em seu
caráter de testemunha ocular, as duas ocasiões em que o Metropolita Crisóstomo de Florina pessoalmente tentou reunir-se com
o Bispo Mateus; mas infelizmente em ambas as ocasiões a Abadessa do Convento de Keratea, incitada pelo arquipresbítero Eugênio
Tombros, interveio a fim de impedir que o Metropolita Crisóstomo pudesse falar com o Bispo Mateo. Em Maio de 1950, quando
o Bispo Mateus se encontrava em seu leito de morte, e tendo estado inconsciente por três dias, o Metropolita Crisóstomo se
fez presente na Sede Central do Sínodo Mateuíta, e se aproximou ao lado de seu leito; estando ali Crisóstomo lhe perguntou
em voz baixa "Meu santo irmão, como se sente?" E ante o olhar atônito dos presentes o Bispo Mateus recuperou sua consciência
e abriu seus olhos, então disse ao Metropolita que tome assento e começou a sussurrar algumas coisas de modo desfalecente;
foi nesse momento que entrou no quarto a Abadessa Maria do Convento de Keratea junto com outras monjas, e solicitou a todos
os visitantes que se fossem. Poucos dias mais tarde, em 14 de Maio de 1950, o Bispo Mateus faleceu, e os dois Líderes nunca
mais puderam reunir-se outra vez, ao menos nesta vida.
Em 26 de Maio de 1950 - logo depois de 26 anos da mudança de calendário – vendo
que os "novos calendaristas" da Igreja Grega Oficial não mostravam sinais de querer mudar de direção face às demandas dirigidas
pelo Santo Sínodo da Igreja Grega Oficial, o Metropolita Crisóstomo de Florina, e os outros Bispos vétero-calendaristas publicaram
uma Encíclica na qual eles manifestavam que tinha chegado o tempo de aplicar mais estritamente os cânones referente ao tema
cisma; portanto, de acordo com o primeiro cânon de São Basílio o Grande, os Mistérios da Igreja Oficial deveriam ser considerados
inválidos e aqueles que pertencessem à Igreja Grega Estatal deveriam ser recebidos dentro dos C.O.G, por meio da Santa Crisma.
A Encíclica foi assinada pelo Metropolita Crisóstomo de Florina, que presidia o Sínodo da Igreja Ortodoxa Tradicional Grega
dos Genuínos Cristãos Ortodoxos, assim como o resto dos Bispos: o Metropolita Germano das Cíclades, Cristóforos de Cristianopolis
(antigamente de Megara) e Policarpo de Diavlia.
Metropolitas Germano das Cíclades, Crisóstomo de Florina, Cristóforos de Cristianopolis
e Policarpo da Diavlia
A reação do então Arcebispo Espiridião de Atenas (da Igreja Ortodoxa Oficial) não pediu
por esperar. Este documento provocou a mais violenta perseguição à Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia que duraria cinco
longos anos (1950-1955). "Em um memorando ao governo grego, o Arcebispo Espiridião Vlahos declarou que os Vetero-calendaristas
eram mais perigosos para a nação que qualquer outra propaganda, e mais danosa que o Comunismo; e que o Movimento Vétero-Calendarista
era uma vanguarda Pan-Eslava, como o era precisamente o Comunismo, e que também eram parte de um intento de eslavizar a Nação
Grega; portanto se sugeria que o Estado abolisse toda sociedade Vétero-Calendarista, e equiparasse a este movimento à rebelião
(traição), propondo que a polícia vigiasse e deportasse monges do Monte Athos, e que os batismos e bodas celebradas pelos
Vétero-calendaristas não fossem reconhecidos como válidos pelo Estado. Deste modo, comparando os Vétero Calendarismo com o
Comunismo, e identificando-o com o movimento Pan-Eslavo, o Arcebispo Espiridião de Atenas, jogava com os medos ao comunismo
ainda muito presentes na memória daqueles gregos que padeceram a guerra civil dos anos 1945-49.
Em 3 de Janeiro de 1951, o Gabinete de Ministros do Governo Grego redigiu um decreto
de perseguição aos Cristãos Ortodoxos Genuínos por parte do Estado.
Como conseqüência da perseguição desatada, as paróquias construídas pelos Vétero-calendaristas
foram fechadas, confiscadas ou demolidas. Durante a sexta-feira Santa daquele ano, uma procissão foi disparada e o Epitáfios
arrojado ao chão pela polícia, e os clérigos e monges foram levados a delegacia de polícia, e uma vez ali barbeados e despojados
de seus hábitos. A Santa Mesa (Altar) foi derrubada e os Santos Mistérios profanados.
Em primeiro de Fevereiro de 1951, o Metropolita Crisóstomo de Florina foi descoberto,
detido e exilado apesar de seus 82 anos de idade. O Metropolita Germano das Cíclades faleceu durante este período. As autoridades
civis e eclesiásticas da Grécia rechaçaram a possibilidade de lhe dar um funeral cristão, nem sequer permitiram aos sacerdotes
celebrar um Serviço a sua memória, assim ele teve que ser sepultado por leigos. Muitos sacerdotes que começaram o funeral
foram presos. Em Fevereiro de 1954, os Metropolitas Cristóforos e Policarpo, desesperançados diante do futuro da Igreja Ortodoxa
Tradicional da Grécia, e por causa de tais perseguições, novamente capitularam e retornaram à Igreja Oficial.
Metropolita Crisóstomo de Florina, preso em 1951
Como resultado destes desafortunados feitos, o Metropolita Crisóstomo permaneceu sozinho
como única cabeça do numeroso grupo dos Cristãos Ortodoxos Genuínos até sua morte. Foram-lhe apresentados muitos candidatos
ao episcopado; o Bispo Nikolai (Velimirovic) da Igreja Ortodoxa Sérvia, que residia nos Estados Unidos, ofereceu-lhe ajuda
para consagrar novos Bispos; entretanto o Metropolita Crisóstomo se recusou a consagrar qualquer candidato. Em resposta aos
pedidos de sua paróquia pela consagração de algum Bispo, ele ordenou que façam trato com os Bispos ordenados por Mateus e
vejam com eles a forma de regularizar a situação de acordo ao estipulado pelos cânones.
Em 7 de Setembro de 1955, esgotado por uma vida de lutas, o Metropolita Crisóstomo de
Florina dormiu na paz do Senhor. Deste modo, uma facção importante dos Vétero-Calendaristas voltara a ficar na mesma situação
anterior a 1935, quer dizer: sem bispo. Provavelmente, este Líder tinha considerado que nenhum dos candidatos a ele apresentados
estivessem em condições de conduzir no futuro à Igreja Ortodoxa Tradicional Grega.
Procissão para o local de sepultamento do Metropolita Germano das Cíclades. Por proibição
das autoridades foi sepultado sem ofícios fúnebres.
Em 25 de Setembro de 1955, na Igreja Patriarcal de São Sabbas, em Alexandria, Egito,
o Patriarca Cristóforo de Alexandria presidiu um Serviço de Defuntos pelo repouso da alma do Metropolita Crisóstomo de Florina.
Três anos mais tarde, sua tumba no Convento da Dormição de Teotokos na Parnita, Ática, foi aberta e de seus restos emanava
uma suave fragrância; sendo testemunhas disso os próprios trabalhadores que realizaram a tarefa.
Funeral do Metropolita Crisóstomo de Florina, de de Setembro de 1955
Como dissemos anteriormente, os paroquianos e clero da Igreja Ortodoxa Tradicional da
Grécia, com a morte do Crisóstomo de Florina ficaram sem bispo, para isso se podem contar várias razões, mas uma foi a principal,
e foram as consagrações episcopais não-canônicas realizadas pelo Bispo Mateus, posto que agora eles não podiam recorrer a
seu Sínodo para lhes solicitar um Bispo. Naqueles tempos os assuntos da Igreja Ortodoxa Tradicional foram dirigidos por uma
comissão eclesiástica de 12 membros. Alguns Bispos da Igreja Grega Oficial, como o Bispo Eulógio da Korytsa, simpatizava e
ajudava os membros do Movimento velho-calendarista, entretanto não chegou a converter-se em Bispo deles. Em Novembro de 1958,
o Patriarca de Alexandria, o Patriarca Cristóforo, intercedeu diante do Governo Grego e da Igreja Grega Oficial para regularizar
a situação dos vétero-calendaristas, mas não teve êxito.
Em 1960, o Arquimandrita Acácio Pappas, viajou aos Estados Unidos a fim de solicitar
à Igreja Ortodoxa Russa no Exílio a consagração de Bispos para a Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia; entretanto, o Metropolita
Anastácio, conhecido por sua extrema cautela, preferiu não envolver-se nos assuntos dos gregos, nem fazer nada que incomodasse
o Patriarcado Constantinopla, apesar disso, o Arcebispo Serafim de Chicago (que tinha sido tonsurado no Monte Athos, e conhecia
bem o zelo deste Movimento) junto com o Bispo romeno Teófilo Ionescu (que naquele tempo se uniu ao Sínodo Russo no Exílio
como Bispo de Detroit) estiveram de acordo em consagrar o Arquimandrita Acácio ao episcopado, dando-lhe o título de "Bispo
de Talantion".
Devido a esta consagração Ter sido realizada sem a autorização, ou sem o conhecimento
do naquele tempo Metropolita Anastácio; nem o Arcebispo Serafim de
Chicago, nem o Bispo Romeno Teófilo puderam emitir um certificado de consagração episcopal,
devido a estas circunstâncias o Arcebispo Acácio nunca pôde revelar o nome de seus consagrantes, deixando sobre ele um pesado
manto de suspeitas e investigação.
Bispo Acácio Pappas
Dois anos mais tarde, em 1962, o Arcebispo Leôncio do Chile da Igreja Ortodoxa Russa
no Exílio viajou à Grécia, e uma vez ali junto com o Arcebispo Acácio Pappas consagraram Parta das Cíclades,Auxêncio de Gardikion,
e Crisóstomo de Magnésia. Estas consagrações foram realizadas sem o conhecimento ou bênção do Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa
no Exílio. Tempo mais tarde, o Arquimandrita Acácio, (sobrinho do Arcebispo Akakios) foi consagrado para a Diocese de Diavlia,
e o Arquimandrita Gerontios foi consagrado bispo em Salamis.
Bispo romeno Teófilo Ionescu
O antes mencionado ArquimandritaAuxêncio - igual a muitos outros Hieromonges que tinham
sido partidários do Bispo Mateus de Brestena - abandonou o Sínodo de Bispos Mateuítas em protesto pela irregulares consagrações
episcopais que lhes deram
origem. A situação em troca tinha variado substancialmente dentro do Movimento Vétero
Calendarista do ramo Florinista, posto que agora podiam felicitar-se por contar com um Sínodo de seis Bispos validamente consagrados
presididos pelo Arcebispo Acácio Pappas. Em 6 de Dezembro de 1963, entretanto ocorre a primeira baixa do Sínodo, posto que
o Metropolita Partenios das Cíclades adormeceu na paz do Senhor, dias mais tarde o seguiria o mesmo Arcebispo Acácio. O BispoAuxêncio
de Gardikion foi elevado, então, ao Trono de Atenas e Toda a Grécia pela Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia.
Arcebispo Leôncio do Chile
Como resultado destes acontecimentos, o Sínodo de Bispos Mateuítas, agora condenava a
suposta natureza não-canônica das consagrações dos Bispos Florinistas. Cada grupo criticava ao outro por não observar os Santos
Cânones, enquanto ao mesmo tempo ambos os lados justificavam suas próprias consagrações com o mesmo argumento: "o uso da economia".
Se em princípio um tenta ser objetivo, deverá reconhecer que ambos os lados tiveram certas defecções em suas consagrações
episcopais, entretanto a defecção dos Bispos Florinistas era muito mais leve que a dos Bispos Mateuítas, os quais violavam
o primeiro dos Cânones Apostólicos.
Para pôr fim a todas estas controvérsias, as quais já transcendiam as fronteiras da Grécia,
o ArcebispoAuxêncio de Atenas e Toda a Grécia solicitou, no ano 1969, ao Metropolita Filareto (memória eterna) da Igreja Russa
no Exílio que ratificasse a validade das Ordens Episcopais outorgadas por Bispos de sua Jurisdição. O Metropolita Filareto,
então, apresentou a petição da Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia, a seu Santo Sínodo, onde a questão foi debatida.
Metropolita Filareto e ArcebispoAuxêncio
Em 18 de Dezembro de 1969, o Metropolita Filareto, junto com todo o Sínodo da Igreja
Ortodoxa Russa no Exílio, ratificou e reconheceu oficial e canonicamente as consagrações episcopais outorgadas à Igreja Ortodoxa
Tradicional da Grécia (florinistas), considerando à mencionada Jurisdição como plena de direitos, assim como também uma Igreja
Irmã, entrando em comunhão plena com ela.
Outra objeção, viria tempo mais tarde, por parte de alguns membros da Igreja Ortodoxa
Oficial da Grécia, posto que como alguns deles manifestariam: "A consagração dos Bispos Ortodoxos Genuínos da Grécia foram
realizadas por Bispos da América, uma ação que está proibida pelos Cânones" dado que: "O Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Grega
proíbe a consagração de um Bispo ou qualquer outro clérigo para a Igreja do Chipre, Creta, Sérvia, Bulgária, etc". A resposta
que se dá do vétero-calendarismo a este dilema é o seguinte: "Nós estamos de acordo que isto está realmente proibido quanto
a Igreja de Creta, Chipre, Sérvia, Bulgária, etc, são consideradas Ortodoxas em todos seus aspectos", por onde, se houver
disputas sobre este tema, as consagrações deverão ser consideradas válidas, apesar de que tenham sido realizadas por bispos
de outra Jurisdição.
ArcebispoAuxêncio de Atenas
O ArcebispoAuxêncio, um homem de reconhecida santidade e capacidade de governo, regeu
os destinos da Igreja Ortodoxa Tradicional da Grécia por 31 anos, até sua morte em 4 de Novembro de 1994. Durante sua gestão,
o vétero-calendarismo contou com mais de 100 Monastérios na Grécia, entrou em comunhão com a Igreja Ortodoxa Russa no Exílio,
estendeu-se além pela Romênia, Bulgária, Europa Ocidental e América. Seja a sua Memória Eterna!!!
ArcebispoAuxêncio de Atenas horas após sua morte, em 4 de Novembro de 1994
Seu sucessor Arcebispo Máximo de Atenas, durante as exéquias do ArcebispoAuxêncio
BALANÇO E FUTURO DO VETERO-CALENDARISMO
Por Arquimandrita Gorazd
Tradução do espanhol por Pedro Ravzzano
Dentro de alguns meses, celebraremos o 70 aniversário da conformação do primeiro Sínodo
Vétero-Calendarista na Grécia (no ano 1935), e muita água correu sob a ponte da história.
Acredito que logo depois de tantos anos estamos em condições de fazer um balanço bastante
objetivo a respeito de quais foram as luzes e sombras do Movimento Vétero-Calendarista dentro do conceito da Ortodoxia contemporânea.
Sem dúvida alguma, o Patriarca Ecumênico Meletios IV (Metaxakis), foi um personagem bastante
triste para a História da Igreja, hoje em dia, sua gestão à frente da principal Sé da Igreja Ortodoxa, é bastante questionada
tanto pelos setores mais tradicionais da Ortodoxia, como também pelos mais progressistas. Às vezes, confesso, me causa pena
o destino deste homem, o qual parece ser sem dúvidas: - a solidão.
Embora seja provável que muitos dos que leiam estas linhas não simpatizem com o Movimento
Vétero-Calendarista, devem reconhecer que, embora pôde errar em algumas apreciações iniciais, o Movimento como tal, serve
de dique para conter toda uma série de inovações teológicas, eclesiásticas e litúrgicas que os discípulos intelectuais de
Metaxakis teriam levado a cabo caso não existisse esta resistência ferrenha. Possivelmente a Ortodoxia deve ao Vétero-Calendarismo
Grego a conservação do "Pascalion", (método que se usa para determinar a data anual da Páscoa), assim como das Datas das Grandes
Festas, como por exemplo: Natal; posto
que o Patriarca Metaxakis, assim como seus seguidores, tentaram fazer coincidir com o
Calendário das Igrejas Ocidentais; posto que muitos intelectuais e políticos gregos, influídos pela maçonaria, o protestantismo,
e por um certo afã de integração política internacional, planejaram impor uma ocidentalização forçada da cultura grega. Também
o vétero-calendarismo, ao ser um Movimento integrado majoritariamente por monges, impediu a concretização de três metas fixadas
pelo Metaxakis, 1- O desmantelamento da forma de vida monástica e a modificação de seus Serviços Litúrgicos, 2- O casamento
dos Bispos, e as segundas núpcias de sacerdotes (tal como já acontecia dentro da Igreja Ortodoxa Viva na Rússia) e 3- Uma
formação mais secular do clero fora dos Monastérios. Estas medidas se fossem levadas a cabo, teriam mudado radicalmente o
destino da Ortodoxia tal qual hoje a conhecemos.
Entretanto, a pior herança do Patriarca Meletios IV, (o qual foi uma versão mas bem-sucedida
e rediviva de seu longínquo antecessor, o Patriarca Cirilo Lucaris) possivelmente não tenha sido tanto a mudança de Calendário,
posto que não pôde obter seu objetivo principal - que era a mudança da Celebração da Páscoa e das Grandes Festas ao Calendário
Gregoriano- tarefa que nenhum de seus sucessores tentou prosseguir, mas sim seu imperialismo eclesiástico, (possivelmente
ressaibo de sua influência maçônica inglesa) o qual até o dia de hoje gera conflitos dentro da Igreja Ortodoxa, e ao que nenhum
de seus sucessores pretendeu jamais renunciar.
Como todos bem sabemos, o Patriarca Meletios, idealizou sua teoria de Jurisdição sobre
toda a diáspora, teoria desconhecida até de seu patriarcado, o qual sentou as bases canônicas para o futuro estabelecimento
de um papismo oriental. Isto, a julgar pelo correr destas últimas sete décadas, envenenou a vida da Igreja muito mais que
a mudança de calendário. Possivelmente, os vétero-calendaristas dos primeiros anos deram pouca atenção a este frente de conflito,
que sem dúvida- por ser mais sutil – gerou mais danos para a Igreja, do que mudança parcial de Calendário.
É preciso esclarecer que não me parece irrelevante a mudança de Calendário, e mais, acredito
que nesse campo, o Movimento Vétero Calendarista, obteve uma vitória embora seja parcial, ao evitar a mudança no Pascalion
(embora não pôde evitar que se vulnere a Unidade Litúrgica da Igreja). Em troca onde não se pôde fazer muito é no âmbito da
gestão imperial do Phanar com relação à diáspora, o qual entorpece - inclusive nos presentes dias - a pregação do Evangelho,
que é nossa missão essencial como Igreja.
Cabe mencionar, que na atualidade, os mais importantes Sínodos Velho Calendaristas, reconhecem
a Graça Sacramental das Igrejas Ortodoxas Oficiais, como de fato, o resto das Jurisdições Oficiais reconhecem a Graça Sacramental
de certos Sínodos Vetero-calendaristas. Isto não deixa de ser um estímulo para recuperar a unidade de critérios perdida durante
os tumultuosos anos de começos do século XX.
Devemos afirmar, que a posição de Constantinopla sobre o Calendário Juliano, também sofreu
nos últimos 70 anos, alguma modificação; - sobre tudo na década dos 90 - É preciso assinalar que o próprio Patriarcado Ecumênico
tomou sob seu amparo canônico as distintas Jurisdições Ortodoxas que seguem fiéis ao velho calendário, como a Igreja Ucraniana
no Canadá, ou a Igreja Ortodoxa Ucraniana no EUA (1990 e 1995 respectivamente); também tomou sob seu amparo a um Monastério
Ortodoxo Grego vétero-calendarista na costa leste dos Estados Unidos.
Devemos reconhecer que a realidade da Ortodoxia hoje é bastante menos dramática que a
que imaginaram nossos primeiros Bispos, as Igrejas Ortodoxas Oficiais, embora
cometendo certos deslizes, jamais caíram totalmente na heresia; de todo o modo, convém
assinalar, que em nenhuma Encíclica da Igreja Ortodoxa Tradicional trata a Igreja Ortodoxa Grega como herética, mas sim como
cismática. Este detalhe abre as portas para algum tipo de aproximação em um futuro.
Também há razões válidas para sermos cautelosamente otimistas, finalmente, nestes últimos
tempos, inclusive os setores mais ecumenistas tanto do Patriarcado Ecumênico, como do Patriarcado de Moscou, desencantaram-se
– à mercê de suas próprias experiências - do Conselho Mundial das Igrejas, no qual depositavam ingenuamente grandes
esperanças como marco para desenvolver diálogos teológicos produtivos. Depois de várias décadas de permanência em dito corpo,
a Igreja Ortodoxa não obteve nenhum sucesso na divulgação da Verdade..
O começo do século XXI, pareceria ser para nós - os ortodoxos -, muito mais auspicioso
que o começo do século XX, faz alguns meses, em Novembro do ano 2003, membros do Patriarcado de Moscou mantiveram reuniões
com seus pares da Igreja Ortodoxa Russa no Exílio, a fim de estudar a possibilidade de entrar em Comunhão plena. Conforme
transcendidos, o principal problema seria o enquadramento canônico que daria a esta nova situação; também dentro do Exarcado
Russo da Europa Ocidental, há setores que propunham deixar de lado o amparo Canônico de Constantinopla, para passar a depender
novamente de Moscou.
Como pode observar-se, há uma certa tendência a deixar velhas diferenças do passado a
fim de construir um futuro comum. Possivelmente, e digo tão só possivelmente, com o correr dos anos, alguns Sínodos do Velho
Calendário, persuadidos já de que o perigo das separações litúrgicas e doutrinais passaram, se reúnam novamente à Igreja Ortodoxa
Grega Oficial, embora conservando, como é óbvio, o velho calendário. No atual ano (2004), o Arcebispo Cristoudolos de Atenas,
começou a dar os primeiros passos neste sentido.
LUZES E SOMBRAS DO MOVIMENTO VETERO-CALENDARISTA
Como já explicamos anteriormente, a principal contribuição do Vétero-Calendarismo à Ortodoxia,
foi sem lugar a dúvidas, a conservação de seu "Pascalion" e da manutenção das datas originais das Grandes Festas, o que redundou
em benefício da Unidade Litúrgica da Igreja Ortodoxa. É muito provável que sem a pressão exercida pelo Vétero-Calendarismo,
os Bispos mais moderados do Patriarcado Ecumênico, assim como os da Igreja Ortodoxa Grega Oficial, encontraram-se sem muita
margem de ação para evitar mais inovações da asa reformista de seus próprios Sínodos; é portanto um mérito da Igreja Ortodoxa
Tradicional da Grécia, evitar a consecução de novas e maiores mudanças dentro da Igreja Ortodoxa Grega Estatal, e inclusive,
dentro do mesmo Patriarcado Ecumênico.
Se tivesse prosperado a mudança de Calendário, tal qual o desejava o Patriarca Meletios
IV, as conseqüências para a Igreja Ortodoxa teriam sido muito distintas ao que finalmente foram, já que provavelmente grande
parte das outras Igrejas Ortodoxas Locais - mas precisamente as Eslavas e as do Oriente Médio - nunca teriam aceitado uma
mudança de datas na celebração das Páscoas, rompendo-se deste modo irreparavelmente a Unidade Litúrgica e Eclesiástica da
Igreja Ortodoxa. Por tal motivo, podemos chegar a sustentar, que paradoxalmente a criação dos Sínodos Vétero-Calendaristas,
evitaram tragédias maiores para a Unidade da Igreja.
Outro aspecto positivo do Movimento Vétero-Calendarista, foi possivelmente o mais impensado,
e é que embora pareça incrível, liberou à Ortodoxia de uma certa tendência à homogeneidade étnica, sobre tudo em sua segunda
etapa, quer dizer, durante as décadas posteriores aos anos 60.
Os Vétero-Calendaristas primitivos, possivelmente nunca pensaram em estender-se fora
da Grécia, mas as contínuas perseguições liberadas contra eles em seu país de origem, fizeram-nos entrar em contato com outros
ortodoxos da diáspora, lhes abrindo não só as portas à aquisição de um episcopado canônico, mas também o de um campo pastoral
que eles nunca imaginaram. Como produto disto, a Igreja Ortodoxa Tradicional, estendeu-se não só pelos Bálcãs (Bulgária e
Romênia), mas sim o fez pela Europa Ocidental, África Central, e América.
Como conseqüência desta abertura pastoral desenvolvida pelos Vétero-Calendaristas, muito
em breve seus Sínodos adquiriram uma marcada tintura multiétnica; nesse contexto se produz a consagração por parte das mãos
do Ar.Auxêncio de Atenas, de Dom Gabriel de Portugal, o qual se converteu no primeiro Bispo latino ocidental da Igreja Ortodoxa
Tradicional, logo lhe seguiria o Bispo Tiago de Coimbra, e mais tarde o Metropolita Eulógio de Milão (alemão).
O ArcebispoAuxêncio de Atenas (memória eterna), mostrou-se muito propício para a instauração
de Igrejas Locais no Ocidente, concedendo, no ano 1984, um Tomo de Autonomia à Metrópoles Ortodoxa da Europa Ocidental e das
Américas, a qual naquele tempo estava governada por Dom Gabriel de Portugal; logo este Líder se uniu à Igreja Ortodoxa da
Polônia, dando origem à Província Eclesiástica de Portugal, Espanha e Brasil, a qual contou, em um passado recente com numerosos
fiéis, além de monastérios e paróquias.
Na atualidade, entre os sobrenomes dos Bispos Velho Calendaristas, não surpreende que
os tenha origem espanhola, italiana, portuguesa, alemã ou inglesa; já que os vetero-calendaristas, tiveram a grande virtude
de fazer da ortodoxia, algo acessível aos cristãos ocidentais, das mais diversas origens étnicas.
Mas, como em todo balanço, terá que reconhecer também saldos negativos dentro do Vétero
calendarismo. Um dos principais problemas que sofreu o Movimento Vétero-Calendarista desde sua origem, é uma certa tendência
a ter opiniões diferentes sobre um mesmo tema, e por onde, há uma propensão ao cisma.
Devido possivelmente, a um espírito generoso entre seus Líderes, que não economizaram
esforço algum na propagação da Fé Ortodoxa, foram consagrados ao Episcopado alguns homens que, em seu zelo pela tradição,
caíram sem pretendê-lo, em posições realmente extremistas. Outros em troca aproveitaram a generosidade apostólica destes Santos
líderes, com o fim de se promoverem, acabaram por trincar a credibilidade de todo Movimento. Estes "bispos" foram responsáveis
pela criação de numerosos Sínodos, os quais se converteram com o tempo, em uma versão bizantina e post-moderna do Sedevacantismo,
ou (para expressá-lo ainda mais corretamente) em uma sorte do Vagantismo Oriental.
Muitos dos Sínodos vetero-calendaristas atuais, não têm razão de ser, posto que não se
diferenciam em posição teológica ou litúrgica alguma de seus pares de outros Sínodos, exceto, pelo gosto da pompa episcopal.
Nossas Metrópoles Ortodoxa da Europa Ocidental e as Américas, em troca, possui uma clara missão eclesiástica a qual
a distingue do resto das Jurisdições, e que é precisamente a de pregar a Fé Ortodoxa
no Ocidente; nem tanto entre os cristãos, a não ser entre os agnósticos e ateus presentes no território na qual ela desempenha
sua missão evangelizadora.
Não quero concluir este artigo, sem transmitir uma mensagem de esperança frente ao futuro
da Ortodoxia. Acredito que desde finais do século XX, vivemos um período de busca de um destino comum como Igreja. As diferenças
são muitas, e não se trata de dissimular, mas sim das assumir com caridade e uma profunda Fé escatológica.
Pequenos passos para a Unidade da Igreja, deram-se timidamente durante as últimas três
décadas, possivelmente o primeiro em importância histórica, foi o levantamento dos anátemas do Patriarcado de Moscou, em 1971,
para os vétero-crentes russos (Popovtsy). Também, durante a década passada, o Patriarcado Ecumênico tomou o cuidado pastoral
de Jurisdições que utilizam o velho calendário, como a Igreja Ucraniana no EUA e Diáspora, e inclusive, em Maio do ano 1998,
o do Monastério Vétero-Calendarista Grego de São Irene Chrysovalantou, nos EUA, junto com seis paróquias dependentes dele.
Seus dois fundadores foram re-consagrados (*) bispos pelo Patriarcado Ecumênico com os títulos da Metropolita Paisios de Tyana
e de Bispo Vikentios de Apameia. Tanto o Monastério como suas dependências foram autorizadas a conservar o uso do Calendário
Juliano. Também, para finais da década do 80, o fundador de nossas Metrópoles Ortodoxa Autônoma da Europa Ocidental e das
Américas, Vladika Gabriel de Portugal, constituiu a primeira Jurisdição Canônica (Metrópoles de Portugal, Espanha e Brasil)
de origem vétero-calendarista grega, e o fez sob o amparo canônico da Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia. Tanto Vladika
Gabriel como os bispos portugueses ordenados por ele, foram aceitos sem necessidade de ré-consagração alguma. Também durante
o ano 2001, os outrora Bispos vétero-calendaristas Vladikas Lázaro e Barlaão (ambos ordenados pelo Metropolita Eulógio), integraram-se
ao Sínodo da Igreja Ortodoxa na América (OCA), sem ser reconsagrados.
Infelizmente não são todas boas notícias, a situação no berço da ortodoxia eslava (Ucrânia),
é muito complexa, a ereção de um Patriarcado no Kiev representa um grave problema para a Igreja Ortodoxa, porque sua falta
de reconhecimento oficial, implica deixar a milhões de ortodoxos ucranianos isolados do resto do Mundo da Ortodoxia, outro
tanto sofrem os cristãos membros da Igreja Ortodoxa da Macedônia, ou os da Igreja de Montenegro, posso citar algumas das mais
numerosas e com claro reconhecimento de seus Estados de origem; mas em que pese a tudo, como um cristão está obrigado a ser
otimista e em confiar na Divina Providência, para poder exclamar em nossa oração as palavras gozosas com que São João fecha
o Texto do Apocalipse:
"Aquele que atesta estas coisas diz: venho muito em breve! Amém! Vem Senhor Jesus! Que
a Graça do Senhor Jesus esteja com todos. Amem " (Apocalipse 22.20-21)
Vem, Senhor Jesus!
(*) Realmente são estranhos os casos de ré-consagrações de Bispos Vétero-Calendaristas,
mas esta decisão obedece mais a uma questão disciplinadora que canônica, posto que como Constantinopla os considera rebeldes,
precisa fazer valer sua autoridade através da ré-consagração de ditos Bispos; se não fosse feito teria que admitir a licitude
de dito Movimento dentro da Ortodoxia Helênica, coisa que em virtude dos enfrentamentos (inclusive atualmente) mantém o Patriarcado
Ecumênico com os numerosos monges vétero-calendaristas dentro do próprio Monte Athos, sendo disciplinadamente
e eclesiológicamente inaceitável.
Confissão de Fé contra o ecumenismo
Nós que, pela
Graça de Deus, recebemos os dogmas da compaixão, e que em tudo seguimos a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, cremos
que:
O único caminho
para a salvação da humanidade [i] é a fé na Santíssima Trindade, a obra e os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo e seu
seguimento dentro de Seu Corpo, a Santa Igreja. Cristo é a única luz verdadeira [ii]; não há outras luzes que nos iluminem,
ou outros nomes pelo qual somos salvos: “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há,
dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” [iii]. Todas as outras crenças ou religiões que ignoram e não confessam
“que Jesus Cristo veio em carne” [iv] são criações humanas e obras do diabo [v], que não trazem o verdadeiro conhecimento
de Deus, nem o renascimento através do santo Batismo – ao contrário, enganam os homens e os levam à perdição. Como cristãos,
professamos nossa fé na Santíssima Trindade e afirmamos que nosso Deus não é o mesmo de outras religiões – nem mesmo
das outras supostas religiões monoteístas, como o judaísmo e o islamismo, que não crêem na Santíssima Trindade.
Por dois mil
anos, a Igreja, fundada por Cristo e guiada pelo Espírito Santo, permaneceu firme e inabalável na verdade salvífica que nos
foi ensinada por Cristo, legada aos Apostólos e preservada pelos seus Santos Pais. Durante seus três primeiros séculos, ela
não cedeu sob as perseguições dos judeus ou dos pagãos; pelo contrário, ela nos deixou uma multidão de mártires e se fez vitoriosa,
provando assim sua origem divina. Conforme nos ensinou São João Crisóstomo, de maneira tão bela: “Nada é mais forte
que a Igreja... se lutares contra um homem, irás conquistá-lo ou serdes conquistado. Mas se tu lutares contra a Igreja, não
será possível sair-se vitorioso, pois mais forte é Deus”. [vi]
Após o fim
das perseguições e seu triunfo sobre seus inimigos externos – isto é, judeus e pagãos – os inimigos internos da
Igreja multiplicaram-se e fortaleceram-se. Surgiram diversas heresias, mas com um só objetivo: usurpar ou adulterar a fé que
nos foi legada, a fim de confundir os fiéis e abalar sua confiança no Evangelho e na Tradição Apostólica. Quando São Basílio
Magno descreveu a situação eclesiástica contemporânea criada pela heresia de Ário, inclusive no âmbito administrativo, ele
disse: “Os dogmas dos Pais da Igreja são ignorados, a tradição apostólica fenece, observam-se nas igrejas as invenções
dos mancebos; as pessoas buscam inovações ao invés de buscarem a teologia; a sabedoria do mundo parece superar a glória da
Cruz. Os pastores são expulsos, e em seu lugar são colocados lobos que dispersam o rebanho de Cristo”. [vii]
O que ocorreu
com os inimigos externos – as religiões – também ocorreu com os internos – as heresias. Através de suas
grandes luminárias, os Pais da Igreja, ela afirmou e solidificou a fé ortodoxa através das decisões de sínodos locais e concílios
ecumênicos, visando esclarecer certos ensinamentos dúbios, mas sempre pelo consenso de todos os Pais, em todas as questões
de fé. Portanto, temos plena segurança ao seguir os Santos Pais e respeitarmos os limites por eles traçados. As expressões
“seguir nossos Santos Pais” e “respeitar os limites que eles traçaram” são um caminho seguro e reto,
e uma “válvula de segurança” para a fé e o modo de vida ortodoxos. Assim sendo, demonstramos as posições básicas
de nossa Confissão:
1) Nós afirmamos,
integralmente e sem alteração, tudo aquilo que os santos sínodos e os pais da Igreja proclamaram. Aceitamos tudo aquilo que
eles aceitaram, e condenamos tudo aquilo que eles condenaram; e também cessamos relações com aqueles que inovam em matéria
de fé. Não adicionamos, removamos ou alteramos ensinamento algum. Pois o teóforo Santo Inácio de Antioquia já havia escrito
que: “aquele que afirma algo em contrário ao que foi proclamado – mesmo que seja confiável, mesmo que pratique
o jejum, mesmo que seja celibatário, mesmo que faça milagres – é um lobo em pele de cordeiro, que visa corromper o rebanho”.
São João Crisóstomo, ao interpretar as palavras de São Paulo em Gálatas I : “Mas, ainda que nós mesmos ou
um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema”, ele observa que o Apóstolo “não
disse ‘se tentarem proclamar algo contrário’ ou ‘se tentarem mudar tudo’, mas que se alguém pregar
outro evangelho, por menor que seja a diferença, mesmo que meramente sugerido, seja anátema”. [viii]
Ao anunciar
suas resoluções contra os iconoclastas ao clero de Constantinopla, o VII Concílio Ecumênico afirmou: “seguimos as tradições
da igreja católica, e não omitimos ou nos repetimos mas, sendo educados à moda dos Apóstolos, guardamos as tradições que nos
foram dadas, aceitando e respeitando tudo que a Igreja recebeu desde seu início, seja oralmente ou por escrito [...] pois
o julgamento legítimo e honesto da Igreja não permite alterações em seu meio, ou tentativas de subtrair coisa alguma. Nós,
portanto, seguindo as leis de nossos Pais, tendo recebido a graça do Espírito, preservamos de modo correto todas as coisas
da Igreja, sem inovações ou subtrações”. [ix]
Juntamente
com os Santos Padres e os Sínodos, também rejeitamos e anatematizamos todas as heresias surgidas durante toda a história da
Igreja. Das velhas heresias que sobrevivem até os dias de hoje, condenamos o arianismo (que perdura nos testemunhas de Jeová)
e o monofisismo – tanto na forma extrema de Êutiques, quanto nas formas mais moderadas de Dióscoro e Severo de Antioquia
– conforme as decisões do IV Concílio Ecumênico de Calcedônia, os ensinamentos cristológicos de nossos Santos Pais e
Teólogos, como São Máximo o Confessor, São João Damasceno, São Fócio Magno e nossos ofícios e liturgias.
2) Nós proclamamos
que o papismo é o berço das heresias e falácias. A doutrina do “filioque” – ou seja, que o Espírto Santo
procede do Pai e do Filho – é contrária à tudo aquilo que o próprio Cristo nos ensinou sobre o Espírito Santo. O consenso
dos Pais da Igreja, tanto nos sínodos quanto individualmente, considera o papismo uma heresia, pois além do filioque ele gerou
uma legião de falácias, como a primazia e a infalibilidade do Papa; uso de ázimos (hóstia); o purgatório; a imaculada conceição
da Theotokos; graça criada; venda de absolvição (indulgências); entre outros, além de alterar todo o ensinamento e prática
pertinente ao Batismo, Crisma, Eucaristia e demais sacramentos, além de fazer da igreja uma nação secular.
O papismo contemporâneo
produziu desvios nos ensinamentos da Igreja ainda maiores que o papismo medieval, a ponto de não podermos mais considerá-lo
sucessor da antiga Igreja Latina. Dentre estes erros estão uma infinidade de exageros em sua “mariologia”, como
a doutrina de que a Theotokos é co-redentora da humanidade; o incentivo ao “Movimento Carismático” de grupos de
orientação “Pentecostal”; além das contínuas inovações à prática litúrgica, como o uso de danças e instrumentos
musicais; além, também, de reduzir – e arruinar – sua tradição litúrgica.
No campo do
ecumenismo, o papismo lançou as bases da “pan-religiosidade” no “Concílio Vaticano II”, ao reconhecer
a “espiritualidade” dos praticantes de outras religiões. O minimalismo dogmático levou à depreciação moral à custa
do elo entre dogma e moral, resultando na decadência moral da hierarquia e no aumento de desvios morais tais como homossexualismo
e pedofilia entre o clero [x]. E com seu contínuo apoio ao uniatismo – uma caricatura proselitista e danosa da Ortodoxia
– o Papismo sabota qualquer tentativa de diálogo e contradiz suas inteções de união supostamente sinceras.
De modo geral,
o Papismo sofreu uma mudança radical após o “Vaticano II”, voltando-se ao Protestantismo e até mesmo adotando
vários movimentos “espirituais” da “Nova Era”.
Segundo São
Simeão de Tessalônica, o Mistagogo, o Papismo causou mais dano à Igreja do que todas as heresias e cismas juntas. Nós, Ortodoxos,
afirmamos nossa comunhão com os papas do primeiro milênio e celebramos a memória de muitos papas em nosso calendário santoral.
Mas os papas do “pós-cisma” são hereges; deixaram de ser sucessores da Sé de Roma; e não possuem mais sucessão
apostólica pois perderam sua fé nos Apóstolos e nos Pais da Igreja. Por esses motivos, com relação aos papas do pós-cisma
“não temos comunhão e afirmamos que é um herege”. Devido à sua blasfêmia contra o Espírito Santo proclamada com
o filioque, eles perderam o Espírito Santo e, portanto, tudo que vem deles é desprovido de graça. São Simeão também afirma
que eles não possuem sacramentos legítimos: “Estes inovadores se põem longe do Espírito Santo por suas blasfêmias contra
Ele; portanto, tudo o que vem deles é desprovido de Graça, pois violaram e degradaram a Graça do Espírito ... por esse motivo
o Espírito Santo não se encontra entre eles, e não há nada espiritual dentre os mesmos, pois tudo que é seu é incipiente,
alterado e contrário à tradição divina”. [xi]
3) O mesmo
se aplica, com maior intensidade, ao Protestantismo que, sendo filhote do Papismo, não só herdou muitas de suas heresias como
criou muitas outras: rejeitou a Tradição, aceitando somente a Bíblia (“sola scriptura”), que ainda assim interpreta
de modo distorcido; aboliu o sacerdócio sacramental, assim como a veneração aos Santos e aos santos ícones; caluniou a Theotokos;
rejeitou o monasticismo; dentre os Sacramentos aceita somente dois – Batismo e Eucaristia – embora também adultere
o ensinamento e a práxis da Igreja; também ensina a predestinação (no calvinismo) e a justificação somente pela fé (“sola
fide”). Além disso, seus ramos mais “progressistas” introduziram o ministério feminino e o casamento entre
homossexuais – que são aceitos em seu clero. Mas, acima de tudo, o Protestantismo é desprovido de eclesiologia, pois
a noção de Igreja conforme afirmada pela Ortodoxia lhes é inexistente.
4) A única
maneira de restaurar nossa comunhão com os hereges é através do arrependimento e de sua renúncia a todas as falácias, a fim
de que possa haver união e concórdia verdadeiras; uma união com a Verdade, e não com a falácia e a heresia. Na recepção de
hereges na Igreja, a precisão canônica (“acribéia”) exige o Batismo. O “batismo” anterior, ministrado
fora da Igreja sem imersão tríplice do neófito em água santificada, ou realizado por um ministro heterodoxo não é, de modo
algum, um Batismo. Tais “batismos” são desprovidos da Graça do Espírito Santo – que inexiste entre cismáticos
e hereges. Portanto, conforme afirma São Basílio Magno, não temos nada em comum que nos une: “Sobre aqueles que se separaram
da Igreja, estes não mais possuem a Graça do Espírito Santo sobre si, pois a Graça não é transmitida entre aqueles que interromperam
a sucessão ... aos sacerdotes que se separaram, e agora são leigos, eles não têm mais autoridade sequer para batizar, ou ordenar
pela imposição de mãos, já que não podem mais transmitir a Graça do Espírito Santo, da qual se separaram”. [xii]
Deste modo,
as tentativas dos ecumenistas de criar a ilusão de que partilhamos de um mesmo batismo com hereges, ou suas afirmações de
que é possível basear a unidade da Igreja nesta “unidade batismal” inexistente é falaciosa e não se sustenta [xiii].
Para se tornar membro da Igreja não basta qualquer “batismo” – é necessário um único e legítimo Batismo,
ministrado por sacerdotes que fazem parte do clero Igreja.
5) Enquanto
os hereges teimarem em afirmar suas falácias, rejeitamos qualquer tipo de comunhão com os mesmos, especialmente a oração em comum. Os cânones da Igreja proíbem completamente não somente a oração
ou celebração comum em templos, mas também as orações comuns feitas em
particular. Esta posição estrita da Igreja com relação aos hereges se deve à caridade legítima e preocupação
sincera por sua salvação – além do cuidado pastoral para que seus fiéis não sejam iludidos por heresias. Aquele que
ama o próximo revela a Verdade e não permite que ele fique imerso na mentira; do contrário, esse qualquer amor ou concórdia
seria falso ou hipócrita.
Podemos afirmar
que o conceito de boa guerra e paz ruim é verdadeiro, pois “...uma guerra digna é superior a uma paz que nos separa
de Deus”, diz São Gregório Teólogo [xiv]. E São João Crisóstomo: “Se virdes devoção desvirtuada, não prefira a
harmonia em detrimento da verdade, mas guardai-a até a morte...” E também nos recomenda: “Não aceite nenhum falso
dogma sob pretexto de caridade” [xv]
Esta posição
dos Pais da Igreja também foi adotada por um dos maiores defensores da Ortodoxia contra os erros dos papistas, São Marcos
de Éfeso, que encerrou sua proclamação de fé em Florença com as seguintes palavras: “Todos os pais da Igreja, seus sínodos
e a sagrada escritura nos dizem para nos afastarmos daqueles que professam outra fé, e abstermos-nos de ter comunhão com eles.
Devo, portanto, ignorar tudo isso e seguir aqueles que, sob pretexto de uma paz fabricada, buscam a união? Aqueles que adulteraram
a Profissão de Fé e inovaram ao afirmar que o Filho é e segunda causa do Espírito Santo? Que isso nunca nos aconteça, ó abençoado
Paráclito, e que eu jamais me desvie do caminho da retidão e que, seguindo Teus ensinamentos e dos Santos que por Vós foram
inspirados, eu possa me juntar a meus pais e levar, no mínimo, a compaixão” [xvi]
6) Até o início
do século XX, a Igreja manteve uma posição firme e irredutível de condenação a todas as heresias, conforme expresso claramente
no Synodikon da Ortodoxia, que é proclamado anualmente no Domingo da Ortodoxia. Heresias e hereges são anatematizados individualmente;
além disso, para garantir que nenhum herege fique de fora da lista, há um anátema geral ao final do texto que proclama: “Que
todos os hereges sejam anátema!”
Infelizmente,
esta posição universal e resoluta foi abandonada gradativamente nas primeiras décadas do século passado, logo após a publicação
da encíclica patriarcal de 1920, “A todas as igrejas de Cristo”, o Patriarcado Ecumênico, pela primeira vez, caracterizou
as heresias como “igrejas” que não estão alienadas da Igreja, mas que lhe são familiares e com as quais a Igreja
possui relação. Esta mesma encíclica recomenda que “o amor entre as igrejas deve ser, acima de tudo, reavivado e reforçado;
não podemos mais considerar uns aos outros como estranhos, mas em termos de nossa relação com Cristo, e como co-participantes
e co-recebedores das promessas de Deus em Cristo” (ver I. Karmiris “The Dogmatic and Symbolic Monuments of the
Orthodox Catholic Church”, vol 2, pg. 958).
Foi, então,
aberto o caminho dentro da Igreja Ortodoxa para a adoção, construção e desenvolvimento de uma invenção Protestante, que hoje
conta com o aval papal: a heresia do ecumenismo. Esta pan-heresia, que aceita e legitima todas as formas de heresias como
“igrejas”, é uma afronta ao dogma da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. E este novo dogma, esta nova eclesiologia,
vem sendo desenvolvida, ensinada e impingida por bispos e patriarcas. Segundo esta nova doutrina, nenhuma Igreja tem direito
de tomar exclusivamente para si a característica de Igreja plena e verdadeira. Ao invés disso, cada uma constitui uma parte,
um fragmento da Igreja, e não sua plenitude; juntas, todas compõem a Igreja.
Todos os limites
traçados pelos Pais da Igreja foram desconsiderados; não há mais distinção entre a Igreja e as heresias, entre Verdade e falácia.
Agora, as heresias são chamadas de “igrejas” – e muitas delas, como o papismo, agora são consideradas “igrejas
irmãs”, às quais Deus confiou, juntamente conosco, a salvação da humanidade. [xvii]
Agora a Graça
do Espírito Santo também existe em meio às heresias e, portanto, seus “batismos” – assim como todos os seus
“sacramentos” – são considerados “válidos”. Todos que foram batizados, seja onde for, agora
são considerados membros do Corpo de Cristo, a Igreja. As condenações e anátemas dos Sínodos foram consideradas inválidas,
e deveriam ser retiradas dos livros litúrgicos. Acima de tudo, agora estamos alojados no “Conselho Mundial das Igrejas”
o que constitui, em essência – mesmo com a mera participação – traição à nossa consciência eclesiástica. Ignoramos
o dogma da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica – o dogma de “um só Senhor, uma só Fé, um só Batismo”.
[xviii]
7) Este sincretismo
inter-cristão tornou-se, hoje, um sincretismo inter-religioso, que iguala todas as religiões à genuína reverência a Deus,
ao conhecimento de Deus e modo de vida cristão, que nos foi revelado por Deus através de Cristo. Conseqüentemente, não apenas
o dogma eclesiástico da relação da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica com as heresias é atacado, mas também o dogma
fundamental de uma única Revelação e da salvação do homem através de Jesus Cristo. E esta é a pior das falácias, a maior de
todas as heresias.
8) Nós cremos
e confessamos que somente em Cristo existe a possibilidade da Salvação. Todas as religiões e heresias do mundo levam à perdição.
A Igreja Ortodoxa não é meramente a Igreja verdadeira – ela é a única Igreja. Ela, e somente ela, permaneceu fiel ao
Evangelho, aos Concílios e aos Pais da Igreja e, portanto, somente nela subsiste a legítima Igreja católica de Cristo. De
acordo com São Justino Popovich, ecumenismo é o denominador comum das pseudo-igrejas da Europa Ocidental; seu nome, na verdade,
é “pan-heresia”. [xix]
Esta pan-heresia
tem sido aceita por inúmeros patriarcas, arcebispos, bispos, monges, membros do clero e leigos. Eles a apóiam desavergonhadamente;
eles a impõem na prática, estabelecendo comunhão com hereges de todos os modos possíveis: com orações comuns, com visitas
mútuas, com colaboração pastoral, excluindo-se, assim da comunhão da Igreja. Nossa postura, de acordo com as decisões canônicas
da Igreja e o exemplo dos Santos, é óbvia: cada um de nós deve assumir suas responsabilidades.
9) Também há,
é claro, responsabilidades coletivas – principalmente na consciência ecumenista de nossos hierarcas e teólogos, com
relação ao corpus Ortodoxo e – e individuais, para com seus rebanhos. A eles, declaramos com temor a Deus e amor que
sua posição receptiva a todas as atividades ecumenistas são condenáveis em todos os aspectos, porque:
- na prática,
constituem uma traição a nossa Fé e Tradição Patrística Ortodoxa;
- semeam dúvidas
nos corações dos fiéis e perturbam muitos deles, além de ser causa de divisões e cismas;
- elas enganam
parte de nosso rebanho Ortodoxo com falácias e, conseqüentemente, desastre espiritual.
Dessa forma declaramos, pelas
razões expostas acima, que aqueles que estão agindo com irresponsabilidade ecumenista, seja qual for a posição que possuírem
dentro da Igreja, estão se opondo à tradição de nossos Santos – e, dessa forma, aos próprios Santos.
Por esse motivo,
a posição ecumenista deve ser condenada e rejeitada pela totalidade dos hierarcas e fiéis.
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